Taís agora já está se acostumando com o novo lugar onde mora, a Rocinha e já conheceu várias pessoas da vizinhança ela é muito carismática, já fez vários novos amigos e entre eles está um carinha chamado Luciano, o Lulu, um rapaz "bafônico" nada simples que adora ostentar. É jovem, tem uns 35 anos, bonito e sarado, vaidoso. Ele vai trabalhar como se fosse para um casamento, ou para uma balada, ele faz questão de exibir suas roupas e sapatos, adora falar a origem e procedência delas e o quanto custaram, de onde vieram, ultimamente não para de falar sobre suas camisas italianas com modelagem mais "sequinha", um "grito da moda".
Lulu é assim, mas uma pessoa maravilhosa, gente muito boa de conversar, daquelas pessoas que animam as outras, que é capaz de fazer sorrir até quem está em velório.
Ele mora duas casas abaixo de Taís e os dois ultimamente estão sempre juntos. Ele ostenta, mas dá um duro danado, é um excelente cozinheiro que mudou de emprego a pouco tempo e agora trabalha em uma mansão.
Os dois conversam sobre tudo e ela disse a ele sobre Carlos.
-Eu quero casar, mas não agora, não me sinto preparada. O meu noivo me sufoca! Fica me dizendo o jeito que eu tenho que ser, o que devo fazer, sem perceber me critica... Disse Taís.
-Peça um tempo a ele, fale tudo que precisa. Disse Lulu.
-O problema é minha mãe e a pressão que ela faz. Você viu lá em casa aquele dia, quando eu disse que não estava mais com tanta vontade de casar. Ela deu um escândalo. Ficou sem conversar comigo um tempão.
-Ela acha que porque vocês têm coisas em comum então devem ficar juntos. Os dois são negros, tem a mesma religião, são pobres, estão estudando...
Então que ele é o homem perfeito para você.
Não se case! Casa não amiga!
Você tem que casar com um homem que te deixa louca, mexa com você demais, um homem daqueles que você acha que não vai conseguir se controlar e quando assustar já está onde não deve. Está me entendendo?
-Ai Lulu, vem você com esse papo?
-É amiga! Eu estou falando sério, se o cara não tem "pegada", não tem um papo legal, não mexe com você para que se casar? Só porque ele é o convencional que sua mãe quer e que você acha que ele é do seu padrão?
Para com isso!
Eu não estou falando de aparência não, nada disso, mas tem sempre aquela pessoa que mexe com a gente de um jeito diferente e essa pessoa que é para casar. Pode ser feio, esquisito, horroroso, mas quando a gente sente que é A PESSOA, não tem jeito.
-Um papo bom o Carlos tem, ele é muito culto, inteligente, um cara sério...
-Amiga se você fosse apaixonada por ele, você estava correndo para casar, ainda mais que não rola de vocês transarem.
-Nossa religião é coisa séria. Mas eu não penso em casar só por causa disso.
-Você não pensa em casar porque não ama mais, não quer mais. Só isso!
-Na verdade tem uma pessoa que é isso tudo que você disse, ele despertou em mim, algo que eu não conhecia, despertou em mim coisas diferentes.
-Como assim?
-Vontade de estar perto, de querer conversar mais, conhecer mais, de beijar, abraçar e sei lá.
-Me fala desse babado!
-Melhor não!
Afinal era uma coisa impossível, acho que foi uma coisa só de momento, não teria vida longa se fosse pra frente, as nossas diferenças são muito grandes, eu achava aquele homem impossível pra mim, inacessível...
-Depois você não me escapa! Vai me contar esse babado, pena que tenho que ir trabalhar agora. Em meu serviço tem uma velha italiana chatíssima, a dona da casa, não posso chegar atrasado!
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PROIBIDO PRA MIM? parte 2
RomanceA continuação de uma história de amor inter-racial e de classes sociais diferentes que passa por vários obstáculos. Crítica social contada através de uma história de amor.