Era domingo.
No morro, no barracão dos fundos, Lulu fazia a unha de Taís no quarto dela enquanto dona Margarete fazia o almoço.
Alguém bate no portão do barracão da frente e pede para que chamasse Taís, dona Margarete apaga o fogo e vai ver quem é.
Ela volta assustada e diz:
- Meu Deus! Não pode ser!
Taís sai do quarto e dá de cara com Maurício.
Foi muito difícil chegar ao morro de muletas com uma das pernas e um braço engessado e ainda o colar cervical, depois de muita insistência ele chegou lá com a ajuda de Vitório, Rodrigo que foi intimado, mas teimou em não levá-lo colocando uma porção de obstáculos, dizia que era um lugar perigoso, favela, eles teriam que subir o morro andando e deixar o carro importado de Maurício lá em embaixo, Maurício estava procurando confusão fazendo esforço físico...
Mas Maurício decidido, ansioso e inquieto acordou Vit domingo bem cedo e no táxi foram parar lá no morro e andaram o resto a pé, com as coordenadas dadas por Lulu.
Na verdade Rodrigo não queria ver e nem ter contato com seus parentes, já que Taís e a mãe moravam no barracão dos fundos da casa da tia dele, uma irmã de Maria mãe sua mãe que arrumou o barracão às pressas para elas quando Tiaguinho arrumou confusão. ( vide Capitulo-Fato Inesperado-Parte 1)
Maurício e Vitório cumprimentam a todos, Lulu e dona Margarete ficam sem jeito, sem graça, sem saber o que fazer, o que falar. Taís manda eles se assentarem e desliga a televisão.
-O que faz aqui? E nessas condições? Você é louco. Disse Lulu como se não soubesse de nada.
-Se eu não fizesse um esforço, acho que nunca mais veria essa sua amiga. Ela é muito difícil. Disse Maurício.
-Vamos conversar, venha até aqui na cozinha, o pessoal fica aqui na sala. Disse Taís.
Na pequena sala, Vitório contava sobre seu projeto de trabalhar com a reciclagem no orfanato com as crianças, enquanto Taís e Maurício estavam em uma conversa nada agradável na cozinha.
-Maurício! Acho melhor a gente terminar. Eu estive pensando melhor nesse tempo todo que você estava no hospital e cheguei à conclusão que é melhor mesmo a gente se afastar. Disse Taís.
-Você é fraca, medrosa. Eu não gosto disso!
-Eu não sou fraca, não sou medrosa! Só não quero passar por situações chatas e humilhantes, como a que eu e minha mãe passamos lá no hospital.
-Então qualquer coisa que acontecer você vai querer terminar, sair fora? E eu? Como que eu fico? E meus sentimentos? E você? O que você sente?
Inferno!
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PROIBIDO PRA MIM? parte 2
RomanceA continuação de uma história de amor inter-racial e de classes sociais diferentes que passa por vários obstáculos. Crítica social contada através de uma história de amor.