Taís vai até a loja de Bárbara e as duas conversam. Bárbara se mostra uma pessoa bem simpática, lhe mostra a loja e como as coisas funcionam e diz para ela se esforçar, mostrar toda sua capacidade, seu desempenho e que ela gosta que todas as suas funcionárias se esforcem para que no final de cada mês tenham boas vendas. A concorrência com os novos mercados depois das vendas pela internet não está fácil, principalmente depois dos produtos da china ficarem de fácil acesso a qualquer um.
-Não se preocupe Bárbara, eu sempre fui uma pessoa muito esforçada. Você não vai se arrepender de me colocar aqui. Disse Taís.
-Tudo bem! O cargo já é seu. O Maurício me falou muito bem de você. Mas... Se acaso você tiver que mudar alguma coisa para se adaptar ao perfil da loja, você mudaria?
-O quê, por exemplo?
-O cabelo! O seu cabelo é lindo, não tenho nenhum preconceito, mas acho ele muito étnico, exótico. Se acaso for para você fazer um alisamento ou uma pranchinha, você faria?
-Olha dona Bárbara, sinceramente, não penso em fazer uma mudança tão radical. E já que você disse que não tem preconceito, não será uma coisa difícil de aceitar e de passar a fazer parte também do padrão da loja. Acredito que o meu cabelo e a forma que uso ele, não afetará meu desempenho como vendedora ou seria um impedimento para o crescimento da loja. Mas se você acha que possa ser ainda está em tempo de desfazer a proposta de trabalho.
-Não! Não acho que seria o caso de dispensar você. Imagina! O Maurício e a família dele são meus amigos, eu jamais negaria um favor a ele. E você me pareceu uma pessoa muito boa. Talvez seja hora mesmo da loja se adaptar e estar aberta as novas propostas.
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Taís se encontra com Lulu e lhe conta sobre a entrevista com Bárbara e ele fica com raiva dela. Diz que se não fosse pelo Maurício que ela não estaria dentro da loja.
-Aquela mulher é uma metida! Falsa fofa! Eu vejo ela sempre com a Alexia lá na casa, ela puxa muito saco dela. A Alexia é uma mulher finíssima, elegantíssima, essa Bárbara leva as roupas para Alexia escolher, parece uma sacoleira de luxo. Não se dobre as pressões, ela tem que aceitar seu cabelo assim. Disse Lulu.
-Mas, você viu a dificuldade que tive para conseguir um emprego. Fiquei tão desesperada que tranquei a faculdade. Minha mãe estava sufocada, as contas... Então pensando em coisas desse tipo, Lulu, acho que se ela fizer pressão, no fim das contas terei que ceder. Disse Taís.
-E se ela falar que é para você passar uma tinta branca, usar um creme clareador na pele para adaptar aos padrões da loja, você vai usar?
-Não, Lulu, não!
-Então! Quem aceita o negro, tem que aceitar o negro como um todo. Eu acho que ela pode exigir que você seja educada, não é o caso, ela pode exigir uniforme, horários, higiene, etc. Mas exigir que você deixe de ser negra, isso não! Bom, pelo menos eu acho assim. Mas se você algum dia quiser mudar, sei lá! Alisar os cabelos, cortar... Isso seria porque você quer e não por exigência dos outros.
-Aí, Lulu eu te entendo! Vamos ver no que vai dar.
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PROIBIDO PRA MIM? parte 2
RomansaA continuação de uma história de amor inter-racial e de classes sociais diferentes que passa por vários obstáculos. Crítica social contada através de uma história de amor.