SETEMBRO (concluída)

.: Capítulo 12 :.

"Eu, você e o quase."

Para aquela noite terminar de forma ainda mais diferente, ao chegar em casa passei pela sala e encontrei minha tia Ralf assistindo a um filme na TV.

― Sente-se conosco, querida! Esse filme é muito divertido. – ela disse ao me ver começar a subir as escadas.

Pensei por um instante e decidi aceitar, afinal quase não fazíamos isso. Ralf era um cara legal, havia arrumado meu carro e estava fazendo minha tia muito feliz sem esperar nada em troca. Eu estava começando a me afeiçoar por ele. Acho que mamãe ficaria muito feliz em me ver ali sentada ao lado de tia Steph assistindo um filme em uma sexta-feira à noite. Eu sorri ao pensar naquilo e me senti extremamente confortável em estar ali.

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Já era sábado e já passava do meio-dia quando peguei a fotografia que Ethan havia me dado e olhei seu verso. Lá estava o número de seu celular escrito em letras garrafais. Disquei o número em meu celular, mas resolvi enviar uma mensagem ao invés de ligar:

A. "Te espero às 18h aqui em casa."

A resposta não demorou em chegar:

E. "Como você é mandona! Estarei ai em breve."

Eu sorri com sua resposta. Ethan sendo Ethan – eu pensei.

No almoço avisei minha tia de que um amigo viria em casa para terminar um trabalho e ela sorriu de lado quando ouviu aquilo:

― Ele é mesmo só um amigo, Abby?

― Claro que sim, tia... Por favor! – eu tentei disfarçar minha timidez.

― Pedirei pizza para vocês jantarem, pode ser?

― Ótima ideia. – eu agradeci com um sorriso.

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A campainha tocou por volta das 18h10 e eu desci para atender. Lá estava ele com aquele seu sorriso irônico nos lábios, uma mochila nos ombros, usando uma camisa preta de botões.

― Eu disse que haveria uma próxima vez. – ele exclamou – Só que agora pela porta da frente.

Eu revirei os olhos e o deixei entrar. Minha tia veio da cozinha e após limpar as mãos em seu avental estendeu a mão para Ethan:

― Boa noite, sou Stephania, mas pode me chamar de Steph.

― Boa noite, Sra. Stuart. Sou Ethan Walker. – ele respondeu educadamente.

― Fique a vontade, Ethan. Assim que a pizza chegar eu avisarei vocês. – ela respondeu com um sorriso nos lábios e voltou para a cozinha.

Segui em direção à escada e ele me acompanhou. Logo chegamos ao meu quarto e o vi parar e admirar tudo a sua volta.

― Sinto seu cheiro por todas as partes. – ele disse entrando – Isso é fascinante.

Ele deu mais um passo e logo trancou a porta. Que mania mais irritante.

― Pode colocar suas coisas ali. – eu disse apontando para a escrivaninha.

― Onde fica sua gaveta de calcinhas? – ele perguntou colocando a mochila no chão.

Ele parecia não estar dando a mínima para o quê eu havia dito.

― Isso não é da sua conta! – eu exclamei tentando segurar o riso – Preste atenção! Tenho algumas regras antes de começarmos a fazer o trabalho.

Ethan me olhou confuso, mas pediu para que eu continuasse:

― Primeiro: Você não irá colocar as mãos em mim... – ele logo me interrompeu.