.: Capítulo 18 :.

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"Tudo o que eu amo é arriscado."

Resolvi mandar uma mensagem de texto para minha tia avisando que iria jantar na casa de um colega – mesmo contra a minha vontade. Pensei em simplesmente sair porta a fora, mas algo dentro de mim dizia para ficar e ver até onde aquilo iria chegar.

Confesso que o jantar foi bastante desconfortável. Scarlet me encarava parecendo que a qualquer momento iria pegar aquela faca que segurava e enviar em meu pescoço. Eu tentava parecer calma, mas seus olhos contornados com lápis preto não me transmitiam muita confiança. As enfermeiras que eu conheci pareciam simpáticas e doces – ao contrário dela, que parecia querer me fuzilar com os olhos.

Ethan parecia tranquilo e, às vezes, dividia seu olhar entre Scarlet e eu. Eu sentia que no fundo ele estava se divertindo com aquela situação. A comida estava deliciosa, isso eu precisava admitir, mas provavelmente eu teria uma má digestão devido aos olhares ameaçadores de Scarlet. Não duvidaria se ela tivesse cuspido em meu suco.

Após o jantar, os ajudei a tirar a mesa e colocar as louças na lavadora. Scarlet se insinuava para Ethan e sempre que possível o chamava pelo seu apelido carinhoso Baby. Aquilo já estava me deixando enjoada e logo que terminei de ajudá-los segui para a sala para pegar minha mochila:

― Mas ainda não acabamos. – Ethan disse.

― Sem problemas. Você me entrega o caderno na segunda. – eu respondi indo em direção à porta.

― Eu te acompanho até o carro. – ele disse abrindo a porta.

Soltei um até logo para Scarlet que apenas sorriu sem humor e me deu as costas. Lá fora a noite já havia caído, mas o clima ainda permanecia agradável. Era possível sentir o cheiro de maresia no ar, já que o bairro que Ethan morava era próximo à costa. Eu segui em direção a meu Challenger e joguei minha bolsa no banco de trás.

― Obrigado pela ajuda. – Ethan disse apoiando a mão no teto do carro. Ele estava próximo o bastante para que eu sentisse sua respiração tocar meu rosto.

― De nada. Só tente não faltar mais ok? – eu pedi – A não ser que seu pai precise de você. – eu corrigi a tempo – Mande um beijo carinhoso para sua prima.

― Você fica linda com ciúmes.

― Tchau, Ethan. – eu disse me virando e ao tentar abrir a porta do carro fui impedida.

― Volte mais vezes – ele sussurrou em meu ouvido. Os pelos de meu braço se eriçaram e eu precisei encostar no carro para não me desequilibrar. Minhas pernas ficaram moles de repente e eu já não estava mais no controle delas. Sua voz em meu ouvido me fez cerrar os olhos e suspirar. Ethan jogava muito sujo.

Eu precisava sair dali antes que algo fora do controle acontecesse.

― Eu preciso ir. – eu disse pausadamente ainda de olhos fechados – Melhoras para o seu pai.

― Direi isso a ele. – seus lábios ainda estavam próximos ao meu ouvido.

Entrei no carro antes que eu fizesse algo que não devia e saí pela rua cantando pneus. Ethan mexia comigo de um jeito inexplicável – perturbador, confiante, sedutor e completamente irresistível. Eu dirigi até minha casa com o coração saltitando e sentindo seu perfume em meus cabelos. Aquele era um jogo extremamente perigoso, mas eu não sentia a menor vontade de desistir.

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O capítulo de hoje foi curtinho porque amanhã vou postar um capítulo bônus pra vocês. 

Beijinhos e até amanhã! =)

SETEMBRO (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora