Capítulo 3 - Bullying

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— Sou eu, Thomas, o Koda.

O contador entrou no recinto e direcionou seu olhar ao redor do ambiente, porém ele parou quando viu um homem sentado com as costas escoradas na cabeceira da cama com uma bandeja em seu colo.

O homem que denunciava que já estava em seus 50 anos, com o seu cabelo e barba grisalhos, sorriu para ele. Koda viu que aquele homem, que tinha seus mesmos olhos azuis, era Thomas, o cara que dizia ser seu pai.

— Koda, meu filho, é você?

O ruivo não sabia o que fazer, estava nervoso e assustado, porém a única coisa que disse o fez se tapear mentalmente. — E Sheldon. — levantou a caixa. — Quero dizer... sim, sou Koda. — ergueu a mão.

O homem soltou uma pequena risada. — Meu Deus, estou quase estourando de tanta felicidade. Entre, deixe-me vê-lo mais perto. Acho que você sabe quem sou, né? — Koda percebeu que a última frase dele saiu um pouco trêmula, o que denunciou que estava inseguro.

Tal pai, tal filho. Pensou ele.

— Certo. Só deixe colocar isso e soltar o Sheldon... você não se importa se soltá-lo aqui no quarto, né? O bichinho passou quase cinco horas trancafiado nessa caixa.

— Claro que não, fique à vontade. Só peço que se aproxime mais, sente aqui... ou pegue a cadeira que está ali no canto.

Koda assentiu, ele se abaixou e colocou a caixa transportadora de Sheldon no chão. — Ei, amiguinho. Eu sei que você está entediado de estar assim e necessitado de fazer suas coisas, por isso irei te soltar, porém não é para você fazer xixi e nem besteirinhas marrons aqui no quarto de Thomas, okay Sheldon?

Quando terminou de falar, o geek abriu a transportadora e segundos após Sheldon saiu do objeto e se espreguiçou.

— Ele está enorme. — declarou Thomas. — Lembro quando fui deixá-lo para você em Nova York, tão miudinho. Foi o único a sobreviver da ninhada.

— E agradeço a você por ter levado ele a mim, o Sheldon é o meu amigo. — disse o ruivo. Ele observou seu gato rodear o quarto e depois voltou seu olhar para Thomas. — Obrigado.

— Vamos deixar estes obrigados de lado, fico feliz em ver que vocês dois são inseparáveis e isto basta. Venha cá, se aproxime, você deve saber o que aconteceu comigo, não relatei na carta porque não consigo ainda dizer que estou sem andar.

— Imagino que deve ser muito difícil para você.

— Sim, mas não irei deixar isso me abater. Então, como foi a viagem? Está cansado? Com fome? Maria trouxe muita coisa para eu comer, dá para nós dois.

Koda se aproximou devagar da cama, ele timidamente puxou a cadeira e se sentou. — Agradeço, mas não. A Maria disse que iria trazer uma bandeja para mim, não tive como recusar. — o ruivo arregalou os olhos quando escutou a gargalhada de Thomas.

— Filho, logo você vai se acostumar com a Maria, essa mulher é um furacão e ninguém a contraria. Se ela quer te dar comida, você e nem seu estômago vão recusar.

— Percebi isso. — ele sorriu. — Então.... não sei o que mais falar. — disse envergonhado.

— Nem eu. Sempre passou essa cena em minha mente, porém nunca imaginei que esse dia chegaria.

Thomas sentiu o seu olhos arderem, porém se esforçou para não chorar diante de seu filho, mesmo que estava se debulhando em lágrimas por dentro. O vaqueiro nunca pensou em sua vida de que esse momento chegaria, e lá estava ele, em frente ao seu amado filho, e pior, não sabia o que fazer.

Meu Capataz  - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora