Koda não sabia por onde estava indo, para que direção ou lugar, só queria ficar o mais longe possível da casa grande, longe de seu pai, longe da responsabilidade que ele colocou para si.
Sentia seu coração saltar em seu peito, um sentimento de estar sendo apertado num lugar minúsculo o impulsionava, o fazendo correr cada vez mais.
O suor frio começou a sair do seu corpo, o cansaço o pegou, fazendo o que ficasse ofegante, e parou abruptamente com Sheldon em seus braços. O ruivo respirou fundo e tentou ver se conseguia voltar ao normal.
Ofegante, lambeu os lábios e fez careta ao sentir sua garganta seca, mas o pior de tudo foi que a sua barriga se rebelou. O contador soltou o gato e se virou de costas, com as mãos no joelho e com a cabeça baixa, colocou todo o café da manhã para fora.
Após vomitar, Koda passou a mão na boca e endireitou a coluna. Depois de tomar fôlego, olhou ao redor.
— Estamos perdidos, amigo! — falou com o olhar atento no campo. — Quer dizer, não perdido. Estou vendo a casa daqui, mas perdido pela situação que Thomas me colocou. — o gato escolheu àquela hora para miar, o que fez direcionar seu olhar para ele. — Que situação? Pois bem.
O ruivo se escorou na cerca e suspirou. — O meu suposto pai me fez uma proposta sem pé e nem cabeça. Ele simplesmente me colocou para decidir o destino deste rancho, o meu destino, tudo emparelhado. — ele sorriu de lado ao ver Sheldon virando a cabeça olhando para ele, era como se o gato estivesse entendendo tudo que falava, o que o confortava.
— Ele quer que eu fique aqui por seis meses. Seis, porra, meses! Alô, eu tenho uma vida em Nova York, um trabalho, uma casa. Não posso deixar tudo para viver aqui, não posso... E nem venha, Sheldon! — apontou para o felino. — Sei que reclamo de tudo lá em casa, mas é força do hábito. Só porque tenho colegas de trabalho insuportáveis, um lugar onde moro é desagradável... Tá, minha vida não é lá boa, mas já estou acostumado com ela.
Ele suspirou e se escorou na cerca branca. — O que farei? Sinto que estou sem saída.
Sheldon caminhou entre suas pernas e ronronou. Koda sorriu e pegou o gato em seus braços de novo e andou para longe de seu vômito.
— Você sempre esteve ao meu lado, sabe do que passo em Nova York, sabe que odeio trabalhar naquela empresa, amo números, mas por mim trabalhava em casa. Porém, eu também não gosto do meu apartamento... é mais como um refúgio para mim. Mas desde que Jason me traiu com o meu vizinho que não me sinto confortável vivendo lá.
Koda fez uma careta ao recordar da cena.
— Lembra-se dos primeiros meses quando o prédio e eu descobrimos que Jason estava com Patrick? Foram os piores meses da minha vida, o povo olhando para mim com pena, com repúdio e riso. Foi daí que fiquei mais trancado em casa. Você e os filmes foram e ainda são a melhor companhia que tenho.
A sua cabeça estava cheia, pensando em sua vida, de como era triste e desconfortável, pois viu que daria de tudo para ficar o longe de lá, por isso que quando tinha férias suficiente, viajava o mais longe possível. As únicas coisas que o faziam feliz em Nova York eram os seus filmes, os eventos geek, o seu gato e seus Kigurumis.
— Será que é uma boa aceitar a proposta dele? Mas... por seis meses? E o meu trabalho? Principalmente, o ultimato que deu junto com a proposta me fez querer fugir, e bem, eu fugi. — deu de ombros revirando os olhos.
O felino lambeu seu rosto e se aconchegou em seus braços, Sheldon parecia muito relaxado, alheio ao seu desespero por uma resposta, mas o gato não era tão frio ou normal, pois começou a alisar a sua camisa, ganhando a atenção do contador.
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Meu Capataz - (Romance Gay)
RomanceKoda Harris nunca acreditou no destino, nunca pensou que sua vida seria como seus amados filmes e seriados. Como encontrar o homem perfeito para ser seu, alguém que o amaria como ele verdadeiramente é. Mas nunca pensou que estaria redondamente engan...