Capítulo 28 - Nova York

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Koda suspirou, era mais um dia de trabalho. Sentia-se esgotado, porém o pensamento de estar progredindo e fazendo algo de útil o fazia esquecer dos problemas que estavam acontecendo, mas não era sempre, como hoje. Ver Mattos cabisbaixo, Maria calada e Devon sério, partia seu coração.

— Ei, Koda.

O ruivo que estava escorado na parede da construção do resort, se virou dando de cara com Mattos.

— Ei. — sorriu de lado.

— E aí, como anda a construção? Acabei de chegar. — declarou parando e cruzando os braços.

— Cara, acho que não vai demorar muito para terminar, todas as paredes estão erguidas, estão colocando as cerâmicas e fazendo o teto. Falta só comprarmos os móveis e a decoração.

— Sim. Verdade. — olhou ao redor. — Eu já sei onde iremos comprar os móveis, mas a decoração temos que pensar em uma que combine, meio country e moderno.... e sabe, ano passado eu encontrei um pintor que poderíamos encomendar umas artes para resort, o que acha? Ele tem vários quadros de lobos, natureza e tals, bem bonitos, além de esculturas de barro que remetem aos povos indígenas.

— Pode ser. — assentiu. — Você poderia me mostrar como são esses quadros? Assim eu poderia ver onde encaixar e tals.

— Tenho o site dele, ai depois te passo... então, mudando de assunto. — Mattos arranhou a garganta. — Alguma novidade do caso? O que advogado falou? A fiança....?

— Oh. — sua expressão se tornou séria. — Ainda nada, o advogado falou a mesma coisa, estou pensando em mudar, pois esse está meio que fazendo nada e nada do juiz aceitar a fiança.

— Merda! — exclamou irritado. — O que há com essas pessoas? Estão mantendo em prisão um inocente que foi mais vítima que todos. A justiça às vezes é cega, surda e muda.

— Isso mesmo. Estou sempre ligando para lá e indo para a delegacia, mas parece que não adianta, e só de pensar o meu pai preso sendo vítima disso tudo... eu sei que iremos mostrar a todos que ele é inocente e logo estará aqui, com a gente, principalmente, com você... Olha, Mattos, vem cá. — acenou. — Eu sei da verdade.

Mattos franziu o cenho, mas o seguiu. — Que verdade? — perguntou assim que Koda parou em uma ala do resort.

O ruivo sorriu de lado. — Que você e meu pai são... amantes.

— O-o quê? — indagou surpreso.

— Isso mesmo, eu sei que você e meu pai são namorados e faz bastante tempo que estão juntos.

— Ele te disse? — franziu o cenho.

— Na verdade, não.

— Mas como descobriu?

— Ele só disse que estava com alguém, que eram almas gêmeas, mas não disse quem era, perguntei se era Maria, ele negou e então só veio você na minha cabeça e é isso. — declarou dando de ombros.

— Uau!

— Pois é... eu estou feliz por vocês dois, só que ainda não entendi por que ficam escondendo.

— É complicado... — assim Mattos explicou um pouco sobre o relacionamento dele com Thomas. — E é por isso que escondemos há 26 anos que estamos juntos, porém ele disse que logo iria acabar isso.

— Deve ser difícil para você, principalmente agora com meu pai preso.

— Sim. — suspirou. — E daqui a duas semanas é meu aniversário e desde que ficamos juntos esse dia passamos um do lado do outro, não teve um dia que ficamos longe, eu amo o seu pai e faria tudo por ele. Fico feliz que você nos aceita.

Meu Capataz  - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora