Imprevistos Do Amor

Capítulo Seis

A noite na casa do pai, foi melhor do que havia imaginado, na verdade está perto do pai era sempre a melhor parte do seu dia. Nunca conheceu a mãe e ela pode ter feito falta em sua adolescência, mas Arnaldo havia feito seu melhor.

Quando nasceu seu pai já tinha a Editora, que havia herdado de seu avô, cresceu dentro daquela editora tinha um verdadeiro amor por ela, desde cedo começou a ler, leu grandes títulos, leu livros que nunca foram publicados e logo se apaixonou pela escrita, escreveu vários contos, alguns textos no jornal da faculdade e teve um livro publicado logo que saiu da faculdade, mas as dificuldades que a EA já enfrentava na época não deu o destaque que o livro merecia, agora se via travada há um ano no segundo título.

Acordou-se cedo e foi direto pra editora afim de organizar algumas coisas antes de ir á Ortiz Empreendimentos.

Assim que entrou foi saudada pelo porteiro de quase noventa anos que trabalhava na empresa desde os tempos de seu avô, Seu Guedes era o funcionário mais antigo e por quem tinha um carinho imensurável.

-Bom dia pequena Mariana!

Disse ele com sua voz lenta.

-Bom dia.

Disse dando um beijo na face do senho deixando-o corado.

-Espero que não tenha ficado com marca de batom minha esposa perguntaria como foi que ganhei esse beijo e não sei como explicar a ela que foi uma garota linda que fez isso.

Disse ele com humor galante.

-Explique que fui eu e ela o perdoará.

Ele riu com delicadeza e limpou o batom de seu rosto com um lenço que carregava em seu bolso.

Rindo Mariana entrou na antiga construção de dois andares onde era a editora.

-Bom dia, nova dona!

Ironizou Escarlate, sua melhor amiga e recepcionista da editora.

-Quem dera eu fosse a dona, você estaria demitida.

Escarlate riu e se debruçou sobre o balcão de madeira polida.

-Então, como foi na Ortiz ontem, deve ter sido ótimo porque não voltou.

Mariana suspirou.

-Nada demais, ela recusou nossos projetos, mostrou quem manda e agora eu tenho que refaze-los.

-O quê?

-Eh, mas o pior de tudo é que agora eu tenho uma sala na Ortiz, um cargo execultivo e terei de dar expediente todos os dias lá.

Os olhos de Escarlate se iluminaram.

-Mas isso é ótimo Mari, finalmente uma chance! 

Mariana suspirou.

-Não é não, eu não quero tomar conta das coisas de longe, queria ficar aqui na editora, trabalhar como sempre trabalhei...

-Mari, a Albuquerque está sendo fundida á uma das maiores empresas do país se não do mundo! E isso é ótimo pensa nos grandes nomes que iremos descobrir, quem sabe o próximo Harry Potter não sai da nossa editora?

Mariana olhou para amiga por um lado ela tinha razão, mas ela conhecia Camila, sabia de seu desejo a mesma havia revelado isso.

-Essa oportunidade seria realmente ótima se não fosse nessas condições...

-Que condições?

Perguntou Escarlate curiosa.

Puxando a amiga para sua antiga sala, Mariana contou tudo que havia acontecido na reunião do dia anterior e também na festa.

-Eu.Não.Acredito! Você deu um fora na mulher mais gostosa do Brasil!?

Mariana olhou incrédula para a amiga.

-Não seja exagerada Kaká, ela é bonita sim, mas você sabe o quanto a odeio!

Escarlate riu.

-Eu é quem deveria odiar a Camila, transamos três vezes durante a faculdade e em nenhuma das últimas duas vezes ela lembrou que eu era a mesma garota. Escarlate riu da lembrança. 

-Agora você ri, mas só eu sei o que aguentei contigo chorando por ela!

-Mari, que garota não era apaixonada pela Camila? Aquilo foi apenas uma fase minha e já passou há anos, agora você é quem precisa superar essa raiva sem sentindo que sente pela Camila, ela pode até não ser o melhor ser humano do mundo, mas é um ser humano. -- disse sem perder seu bom humor. - Se não parar com essa implicância com ela eu vou achar que todo esse ódio é na verdade um tesão enrustido por ter sido a única garota com quem a Camila não transou! Debochou.

Mariana fez cara de nojo.

-Não seja idiota Kaká, Camila é a última mulher no universo por quem eu sentiria tesão.

Defendeu-se corando discretamente, ter Camila e a palavra tesão numa mesma frase poderia ser perigoso por mais que não quisesse admitir Camila era perigosamente bonita e sexy.

[...]

Camila saiu furiosa do da biblioteca, seu pai não poderia fazer isso e vetar sua ordem, mas pensando bem isso seria bom para seu plano. Depois de respirar fundo alguns instantes pôs os pensamentos no lugar, precisava manter a cabeça em ordem pra poder alcançar seus objetivos.

Na manhã seguinte começaria as investidas, Mariana não sabia o que lhe esperava. Nenhuma mulher lhe dava um fora e ficava por isso mesmo!

Pensando nisso pegou o telefone e discou o já tão conhecido número.

-Sophia, preciso que contrate o melhor detetive do país e mande investigar o passado de Mariana Albuquerque, quero cada passo, manias, tudo, cada detalhe, ficha criminal tudo!

Sophia não questionou sabia que seria inútil então apenas assentiu e encerrou a ligação.

Assim que sentou em sua cadeira cara e confortável de vice-presidente Camila notou uma pasta amarela em sua mesa, havia passado uma semana desde que fizera seu pedido a Sophia e agora ali estava o resultado de um caro detetive.

-Mais alguma coisa?

Perguntou Sophia olhando desconfiada pra Camila.

-Não. E não deixe ninguém entrar aqui a não ser que Bruno ou Olívia estejam morrendo, se meu pai vier diga que fui pro Japão. Disse séria analisando a pasta.

-Sabe que o que está pensando em fazer é uma tolice não sabe?

Perguntou Sophia olhando séria pra Camila, apesar de sua funcionária elas eram amigas e podia se dar á certas liberdades.

-Não sei do que está falando.

Desconversou Camila abrindo a pasta.

-Mila, você é tão cabeça dura quanto vingativa, se mandou investigar a vida dessa garota é porque se sente ameaçada de alguma forma e por isso quer se vingar!

Touché!

-Não vou fazer nada demais só quero conhece-la melhor.

Disse maliciosa.

-Cuidado pro feitiço não virar contra o feiticeiro!

Alertou Sophia olhando séria pra amiga.

-A única magia em que acredito é a que faz garotas gemerem na minha cama todas as noites então sendo assim esse feitiço do que fala não me atinge!

Debochou Camila rindo e fazendo um gesto para que Sophia saísse de sua sala.

-Ok, então depois não diga que não avisei.

Resmungou Sophia saindo da sala.