Capítulo Vinte e um

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Pela primeira vez em sua vida Camila estava se sentindo desconfortável sob o olhar de alguém, Arnaldo a olhava sem demostrar nenhum sentimento em sua expressão.

Nunca havia passado pela cabeça de Camila que está na presença do pai de uma garota fosse deixá-la apreensiva, nenhum dos grandes investidores que já teve que enfrentar havia lhe deixado de tal forma.

-Você é muito parecida com sua mãe.

Ele disse de repente depois de longos minutos em silêncio, pra tentar dissipar a tensão que os rodeava.

Os dois estavam a sós na sala bebericando um café, enquanto Mariana lavava os pratos na cozinha, Camila havia se oferecido pra ajuda-la, mas Mariana havia negado e Camila desconfiava que ela havia feito isso de propósito.

-O senhor a conhecia?

Camila não pode esconder a emoção em sua voz, eram raros os momentos em que seu pai falava dela, e eram poucas as pessoas que tinham ousadia de falar sobre ela.

-Sim, ela era encantadora assim como você, porém o mais incrível é a aparência física.

Disse ele sorrindo.

-Encantadora é um adjetivo novo pra mim, geralmente me definem como arrogante, escrota, metida e imbecil.

Arnaldo riu da auto avaliação de Camila, negando com a cabeça discordando.

-Com certeza essas devem ser as coisas que você herdou da convivência com Mauro, mas o que as pessoas dizem sobre você não definem quem você realmente é, só dizem o que elas acham de você.

-Belas palavras, mas o fruto não cai muito longe da árvore não é?

Camila disse num tom triste em sua voz.

-Mas você também é filha da sua mãe, não é?

Camila riu, Arnaldo era uma pessoa agradável e divertido, transmitia sabedoria e paz, Mariana tinha muito dele apesar de parecer muito com a mãe também, e sorte a loira tinha muita sorte de ter tido um pai legal, pensou a morena enquanto sorria.

-Sim, isso deve compensar.

Eles ficaram uns poucos minutos em silêncio até que Camila resolveu falar.

-Porque meu pai comprou a sua editora?

-Eu estava afundado em dívidas, e quando seu pai descobriu ele veio até mim e se dispôs a paga-las, mas eu neguei sua ajuda, eu sempre fui um homem orgulhoso Camila, e um dia há anos atrás eu precisei do seu pai e ele me negou auxílio, se não fosse a sua mãe... Suspirou olhando pra algum ponto atrás de Camila. - Então ele começou a fazer propostas pra me comprar a Editora e eu passei meses negando até que me vi sem saída, sem dinheiro e sem esperanças... Fiz tudo pelo bem da minha filha.

-Então colocou aquelas cláusulas? E garantiu um emprego pra Mariana na Ortiz?

Camila perguntou curiosa, queria entender essa história antes de fazer o que tinha pretensão quando resolveu ir a aquele jantar.

-Não, tudo isso foi idéia do seu pai. Acho que por culpa.

-O que aconteceu? Digo, no passado.

Camila pode ver a dor e a amargura na expressão de Arnaldo.

-Acho melhor você fazer essas perguntas a ele.

Respondeu num tom educado de quem quer botar um ponto final naquele assunto.

-Tudo bem, mas eu tenho uma última dúvida.

-Se não tiver haver com meu passado e do seu pai eu terei o maior prazer em responder.

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