Capítulo Vinte e Oito

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Depois que Mariana se foi levando com ela seu coração Camila ficou trancada em sua sala consumindo a maior quantidade de uísque que pôde, a noite já havia havia caído e ainda estava sozinha e pela enorme janela de vidro ela olhava pra o mundo abaixo dela, levantou a cabeça e olhou para o horizonte, sempre achou que o mundo e as pessoas nele estavam a baixo dela e era assim que se sentia quando olhava por aquela enorme janela de vidro há meses atrás, mas agora queria ter apenas força suficiente pra quebrar o vidro e se lançar através do vento até que sua dor tivesse terminado.

Naquele momento a morte lhe parecia a melhor solução... A morte parecia ser a sua melhor amiga.

...

Não muito diferente de Camila Mariana estava deitada em sua cama, todas as luzes estavam paradas refletindo seu interior, ali tudo parecia morto e apagado, desde que havia descoberto a traição de Camila e todo o plano idiota dela de vingança ainda não tinha parado pra pensar sobre elas, enquanto estava na casa de sua mãe focou em aproveitar ela e  Luísa, sua meio irmã mais nova, que era uma garota doce e inteligente, finalmente a verdade havia vindo á tona e Mariana sabia que uma hora teria que enfrentar seu pai, mas naquele momento só queria chorar toda a angustia e dor que moravam em seu peito... Revirou na cama algumas vezes e olhou o relógio do celular eram cerca de três horas da madrugada e o choro não a deixava dormir, a lembrança constante de sua conversa com Camila e dos momentos que haviam partilhado a estavam deixando agoniada, levantou e foi até a cozinha precisava beber algo e não foi por água que optou, metade de uma garrafa de vinho jazia na geladeira e Mariana a alcançou entornando o líquido direto da garrafa em sua boca e num longo gole tomou quase metade do que havia na garrafa sentindo sua cabeça girar quando afastou a garrafa de sua boca.

-Droga!

Resmungou quando notou algumas manchas feito pelo líquido que escorreu pelo seu queixo e manchou a sua blusa branca, na verdade a blusa pertencia á Camila, depositou a garrafa em cima do balcão da cozinha e tirou a blusa, caminhou até o quarto e vestiu uma outra camiseta qualquer quando ouviu um barulho em sua porta, procurou algo em seu quarto que pudesse usar como arma, focou então no abajur que ainda deve o cuidado de tirar da tomada antes de segura-lo com firmeza, apenas a luz da cozinha estava a acesa revelando a sombra de alguém vestido de preto dos pés á cabeça que se esgueira a por sua porta, Mariana reuniu toda a força que tinha e atirou o abajur contra o invasor acertando, não sabia ela como, bem na cabeça dele que desabou no chão, Mariana então correu pra acender a luz de sua sala na intenção de chamar o porteiro pelo interfone, estava nervosa e com medo, mas o que poderia ser alívio se tornou desespero quando viu o rosto pálido de Camila parcialmente escondido pelo moletom preto que ela usava.

-Merda! Eu matei Camila Ortiz!

...

O primeiro sentido de Camila que despertou foi a audição, mas não haviam barulhos ao redor, a não ser um bip insistente, depois foi a vez do olfato e neste momento sentiu o cheiro adocicado do perfume de Mariana achou que estava delirando, sua cabeça doía e estava frio, a luz que entrava pela janela a impedia de abrir os olhos, se remexeu inquieta na cama onde estava, mas o que aconteceu no momento seguinte quase fez seu coração parar.

-Calma Camila, vou chamar um médico.

Camila abriu os olhos imediatamente ignorando a dor lancinante que sentiu, piscando os olhos várias vezes tentando focar na imagem borrada de Mariana a sua frente com a mão sobre a sua e um olhar preocupado sobre si.

-Mariana? O qu... Que faz aqui!? Olhou ao redor constatando que estava em um quarto de hospital. - O que houve comigo porque estou em um hospital?

-Você invadiu o meu apartamento de madrugada e eu pensei que era um ladrão fiquei assustada e joguei o meu abajur em você acertei sua cabeça.

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