Imprevistos Do Amor

Capítulo Vinte e Três

Mais a vez a ligação foi para a caixa postal e isso deixou Mariana irritada, só faltava uma semana para a reinauguração da editora e Camila havia sumido, não atendia suas ligações, não vinha trabalhar, não estava em casa, nem no apartamento, nem na mansão e isso estava deixando a loira irritadíssima! Pegou o celular mais uma vez e quando pensou em apertar o botão de discagem...

-Precisamos conversar.

Mariana levantou os olhos deparando com Camila, a morena estava a sua frente parada perto da porta com uma expressão de quem não dormiu e bebeu a noite inteira... E por dias! A loira esqueceu toda sua raiva e orgulho correndo para os braços de Camila sem se importar com as pessoas ao redor, está preocupada.

-Onde você estava sua louca! Você sumiu nem seus amigos tinham notícias de você! O que é isso uma técnica pra me deixar louca ou o quê? Você janta com meu pai, eu aceito firmar um compromisso com você e você some por duas semanas!? DUAS SEMANAS! Eu fiquei preocupada!

Mariana surtava enquanto tentava bater em Camila mas a mesma se livrava dos ataques da namorada... Por enquanto.

-Eu tenho muitas coisas pra explicar sim, nós precisamos conversar, vamos até a minha sala.

O tom calmo de Camila fez Mariana apertar os olhos, ela não revidou os tapas, não gritou, nem tentou se defender, apenas a pegou pela mão caminhando até o elevador, todo o caminho foi feito em absoluto silêncio.

-Você separou os documentos que pedi?

Perguntou quando passou por Sophia.

-Sim senhora, estão em sua mesa.

Respondeu a secretária em seu tom eficiente.

-Obrigada Sophia, você e já pode ir pra casa.

Disse dispensando-a.

Mariana continuou calada, mesmo depois que entraram na sala de Camila e ela tirou o terninho preto e sofisticado que usava por cima de uma blusa branca de seda, na parte de baixo uma saia que desenhava seus quadris com uma abertura que revelava parte de sua coxa direita, nos pés os clássicos escarpim preto.

Fodidamente sexy.

Pensou Mariana sentando na cadeira do outro lado da mesa, mas Camila não sentou, apenas caminhou até o bar onde serviu dois copos com uísque depositando um na frente de Mariana.

-Eu não bebo quando estou trabalhando.

Disse se sentindo acuada com a atitude silenciosa e misteriosa de Camila.

-Você deveria, o que temos pra conversar é muito sério.

Mariana ignorou o copo e observou Camila ingerir a bebida num só gole, pra depois pegar o outro copo e fazer o mesmo sem fazer careta nenhuma caminhando até o bar e levando a garrafa até o centro da mesa entre as duas e sentou em sua cadeira encarando Mariana.

-O que sabe sobre sua mãe?

Perguntou á queima roupa, encarando Mariana tentando não transparecer tudo que sentia naquele momento, angústia, confusão e dor, muita dor.

-Não muito, mas o que isso tem haver com seu sumiço?

Camila encostou na cadeira sem tirar os olhos de Mariana.

-Sei pai não fala muito dela não é?

-Não.

-Ela abandou vocês?

Mariana não estava entendendo nada, gostaria de saber mais sobre sua mãe, mas não sabia.

-Sim.

Respondeu a contragosto. Isso ela sabia, o pai havia lhe contado que sua mãe fugiu com um homem rico.

-E se isso não for verdade?

Mariana arregalou os olhos.

-O quê? Eu não estou entendendo nada Camila, você está louca, bêbada ou só sendo você!?

Perguntou irritada se levantando.

-Seu pai mentiu pra você, meu pai mentiu pra mim, minha mãe mentiu pra todo mundo e nós somos irmãs!

Mariana ficou petrificada no lugar olhando pra Camila em seu estado lamentável, com a garrafa na mão bebendo direto da boca.

-Do que merda você está falando Camila? Se queria terminar comigo, se percebeu que nosso relacionamento não ia dar certo porque você não me amava realmente e eu fui só um capricho era só dizer! Não precisa inventar desculpas sem nexo!

Mariana explodiu magoada.

Então foi nesse momento estando meio bêbada que Camila abriu a segunda gaveta de sua escrivaninha.

E num segundo de lucidez voltou a fecha-la.

-Nossas mães eram primas de terceiro grau e nossos pais muito amigos... Suspirou olhando pra Mariana vendo a dor em seus olhos, tomando mais um gole de bebida como se fosse coragem contou toda a história que seu pai havia lhe contado.

-Irmãs?... Isso... Isso deve ser impossível Camila! Nós não temos nenhum atributo físico parecido que explique isso, você é morena eu loira! Eu pareço com a minha mãe, você com a sua, não tem como agente ser irmã... Mariana sentiu o chão girar. -Por isso você fugiu? Por duas semanas?

Camila concordou com a cabeça.

-É onde você estava?

Perguntou receosa.

-Na casa de praia, pensando se deveria conversar com você, pedir esse teste de DNA sem você saber, ou te contar... Eu estou tão confusa e perdida! Eu nunca me senti assim... Eu só tenho você, não quero te perder Mariana, jamais amei outra pessoa... Eu nunca senti por ninguém o que sinto por você e eu tenho medo de perder tudo... Eu não vou suportar!

Camila caiu num choro compulsivo, copioso e intenso, seu corpo convulsionava e a garrafa do caro uísque caiu no chão se espatifando, Mariana correu até ela a tomando em seus braços, sentindo um turbilhão de sentimentos, por seu pai, Mauro, sua mãe e Rose, mulher que jamais conheceu mas a quem devia a sua vida, observou Camila por una instantes pensando no quanto a vida poderia ser ironicamente sarcástica, afinal havia se apaixonado pela filha da mulher que supostamente lhe gerou, e que agora era sua suposta irmã... E se fossem irmãs como lidariam com isso!?

-Vamos fazer esse teste Camila, e independente do resultado eu não te abandonarei, porque independente se é como irmã ou namorada eu vou sempre amar você.

...

Capítulo rápido!

O que meus amores estão achando?
Se tiver muuuitos COMENTÁRIOS, amanhã eu volto com mais um ou que sabe dois???

Amo vocês!!!
🥰

PS.: Erros ortográficos ajeito depois, vi tantos que dá vergonha. 🤗