Imprevistos Do Amor

Capítulo Vinte e Quatro

-Quais as chances de eu ser irmã da Camila Ortiz?

Mariana perguntou assim que encontrou o pai na varanda da casa o de ele morava.

A pele pálida do rosto de seu pai ficou ainda mais pálida que o normal, a saúde delicada dele deveria fazer com que Mariana agisse com calma, mas depois de tudo que havia ouvido de Camila calma era a última coisa que ele tinha.

-De onde você tirou isso?

Perguntou alarmado e ainda pálido.

-Mauro Ortiz, "meu suposto pai", contou uma historinha bem interessante pra filha dele e ela me contou desesperada, pela chance de sermos irmãs! Mariana estava nervosa. - Quais as chances de eu ser irmã da Camila pai? Quais!?

Arnaldo notou o tremor na voz da filha apesar de Mariana tentar se manter firme.

-Não há como Mauro ser seu pai, isso é impossível... Ele não é nem pai de Camila! Mariana sentiu a esperança começar nascer, mas tudo desabou quando o pai voltou a falar. - Mas há uma possibilidade de vocês serem filhas da mesma mãe. Concluiu ele com pesar baixando a cabeça.

-Como assim a Camila não é filha do Mauro!? Que loucura é essa? Do nada vocês dois resolveram acabar com tudo que eu e ela estamos vivendo? Mariana quase gritava. - Eu trouxe ela aqui pai, o senhor sabe o que sinto por ela, o quanto ela me faz feliz e agora vem com essa de sermos irmãs!? EU QUERO A VERDADE, E QUERO AGORA!

Arnaldo nunca tinha visto a filha naquele estado e se arrependeu amargamente de nunca ter contado a verdade para sua menina, mas o medo de perde-la era maior.

-Achamos que sua mãe não podia ter filhos, então nós fizemos vários tratamentos, vários e nunca dava certo, até que no desespero eu fui procurar o Mauro, mas ele não me ajudou e eu fiquei com muito ódio dele, porque eu e sua mãe queríamos muito ter um filho, já estávamos casados há um bom tempo e todos os nossos amigos já tinham filhos... Suspirou. - Então fizemos os últimos exames e finalmente um médico descobriu que era eu quem não podia ter filhos... Arnaldo se levantou da cadeira onde estava sentado. - Sua mãe me deixou duas semanas depois, e eu fiquei desesperado, fui procurar Rose desta vez, ela havia emprestado o dinheiro pra o último tratamento que havia sido frustrado já que eu não poderia ter filhos, então ela me propôs ser barriga de aluguel, se eu jurasse que nunca contaria a ninguém sobre isso, então procuramos um doador num banco de esperma com as minhas características físicas e eu peguei os óvulos congelados de sua mãe então você foi concebida no ventre de Rose, minha garotinha...

-Mas o Mauro falou que minha mãe sabia de tudo! E que ele achava que eu era filha dele! Como pode!?

Mariana questionou confusa.

-Quando Mauro soube que eu era estéril, mesmo sabendo da história da inseminação ele achou que você poderia ser filha dele. Que Rose havia engravidado dele na intenção de me dar a criança na intenção de fazer sentir menos o abandono de sua mãe.

-E minha mãe? Ela sabe que eu existo?

Arnaldo baixou a cabeça e negou com um gesto.

-Não, eu nunca tive coragem de procurá-la, ela me abandonou e se soubesse o que eu havia feito ela tomaria você de mim... E você é a minha garotinha... Eu criei você...

Lágrimas escorriam copiosamente pelo rosto de Arnaldo, a culpa o corroía.

-Tem algo errado... Alguma coisa nessa história não faz sentido! Porque ela faria isso? Geraria uma criança Por sua causa? Qual a ligação de vocês?

Mariana estava brava, acabava de descobrir que não era filha biológica de seu pai e que havia uma chance real de ser irmã da mulher que amava.

-Nós éramos amigos, Rose era uma pessoa boa, e me viu desesperado e tentou me ajudar como podia, gerou você porque sabia que eu seria um bom pai e que faria tudo para que você fosse feliz!