Capítulo Quinze

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Camila queria poder esticar as horas do dia pra poder ficar mais perto de Mariana. Era a primeira vez em sua vida que não tinha um plano, apesar de tudo ter começado por causa de um plano doentio de sua parte, mas Camila nem se lembrava disso.

Quando não estava com Mariana estava pensando nela, era notório a qualquer pessoa o quanto ela estava feliz, apesar de não terem passado dos beijos Camila se sentia completa, Mariana era capaz de despertar nela um lado que nem ela sabia existir.

Naquela manhã a caminho da Editora, onde sabia que encontraria Mariana passou por uma floricultura e encomendou flores, vários buquês, jarros de flores, que seriam entregues no decorrer do dia da loira, passou quase uma hora escrevendo os cartões que seriam entregues juntos com cada buquê.

-Moça de sorte essa.

Comentou a vendedora.

Camila sorriu largamente antes de responder.

-Na verdade a sortuda sou eu.

A vendedora retribuiu ao sorriso e devolveu o cartão de crédito sem limite de Camila que agradeceu e saiu da loja levando consigo apenas uma rosa branca e um dos cartões.

Assim que entrou na editora já ouviu a voz dela.

-... Isso não tá igual! Ela reclamava. - No projeto essa parede não existe!

Camila entrou no ambiente onde estavam Escarlate, um engenheiro e Mariana.

-Bom dia.

Saudou-os.

-Ainda bem que chegou Senhorita Ortiz, eu estava tentando explicar a Senhorita Albuquerque que colocamos essa parede aqui pra ter mais salas...

Camila impediu que o homem continuasse falando com um simples gesto da mão, era incrível o poder que a mulher tinha, ela não tinha nem sequer olhado para o papel que o homem lhe mostrava.

-Seja fiel ao projeto original, esse edifício tem mais de 200 anos e você foi contratado para uma reforma não para dar sua opinião, faça o que lhe foi ordenado, a Senhorita Albuquerque tem carta branca pra fazer o que quiser então é bom que o senhor faça o que ela quiser, agora se retire e tire a droga dessa parede do projeto.

Mariana não gostava quando Camila tratava as pessoas daquela forma, mas não estava se importando nem um pouco dessa vez já que a arrogância do jovem engenheiro, que saiu furioso da sala, a estava tirando do sério.

-Que milagre você por aqui...

Zombou Mariana vendo a flor e o cartão na mão de Camila.

-Vim lhe trazer esse humilde presente. Respondeu com ares teatrais entregando a flor solitária junto com o cartão a Mariana que aceitou rindo, com os olhos brilhando.

-Vocês duas juntas são um perigo pra minha diabetes.

Comentou Escarlate debochada deixado-as a sós.

Mariana riu, na verdade ultimamente ela não parava de rir, ouvir músicas românticas, assoviar My heart Will Go on, e sabia que Camila e seus beijos de fogo eram a única e verdadeira responsável por isso.

Abriu o cartão e o leu sorrindo largo.

" Um dia eu estive tão solitária quanto essa flor, mas não tão pura quanto, ninguém via a beleza das pétalas, viam somente o quanto os espinhos machucavam. E eu não havia percebido o quão vazia e solitária eu era até conhecer você, até você me mostrar com seu jeitinho particular o quanto eu precisava ser salva. Obrigada por ser essa pessoa.

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