Capítulo 1

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•Correr: uma atividade na qual eu não sou fã de praticar;
•Raiva: um sentimento cujo é difícil eu sentir;
•Meu irmão: indivíduo com nível de maturidade baixa unicamente capaz de me obrigar a fazer e sentir os dois pontos anteriores.

Mathias Collins, meu irmão, com seus 20 anos de idade não aparentava qualquer resquício de juízo no vento que sua cabeça deve ser. Com o cérebro exterminado, sem namorada e sem o que fazer, sua única saída é fazer suas travessuras com a única pessoa que não tem autoridade dentro de casa: eu.

Meus pés começavam a doer e minha respiração a falhar devido a corrida que estou dando atrás dele. Sabia que não o alcançaria, simplesmente por ele estar acostumado com isso em seus treinos no time de futebol da sua faculdade. Mas mesmo assim, sempre, eu tento, pois acredito que em uma dessas situações eu vou conseguir.
No entanto, não foi dessa vez.

— Desistindo, mana?. — sua voz rouca e debochada soou ao meu lado, que estava apoiando as mãos nos joelhos em busca de ar.

— Vá à merda, Mathias e apague isso. — exigi me referindo a foto que o próprio tirou na noite anterior enquanto eu dormia. Completamente descabelada, torta e com água colocada por Mathias no canto da minha boca para representar uma baba. Totalmente constrangedor.

— Não me peça isso, eu sofreria se perdesse essa lembrança. — balançou o aparelho com a tela virada para que eu visse aquilo de novo.

A raiva subiu. Como se fotografar não bastasse, ele queria mandar aquela vergonha pro grupo do time dele. É constrangedor imaginar cada integrante ter uma foto minha naquela situação no celular.

— Você não vai mandar. — falei sabendo que seria um incentivo para que ele mandasse.

Suas sobrancelhas se ergueram.

— Por que acha que não vou?. — indagou deslizando seus dedos pela tela.

Não respondi, pois estava ocupada demais tentando me aproximar dele discretamente, aproveitando sua distração no que quer que seja.
Apenas fui capaz de acelerar meus passos quando estava pouco distante dele, com as mãos esticadas prontas para capturar aquele aparelho. Todavia, se não fosse pelo encosto do sofá, eu acabaria caindo de frente pro chão. Meu irmão tinha um ótimo reflexo.

— Seu... — parei quando simultaneamente sua voz emitiu um:

— Enviado e... — fingiu fazer suspense enquanto obtinha um sorriso divertido nos lábios — visto por todos. — sua gargalhada ecoou pela sala inteira. Seu corpo caindo no sofá e o celular en cima do tapete felpudo que mamãe tinha um imenso ciúme.

Minha expressão não devia ser das melhores, porque eu sentia minhas bochechas queimarem. Não sei se de raiva ou vergonha. Mas tudo isso, se transforma em mais combustível para Mathias achar graça.

— O que acontece por aqui?. — a pergunta veio de nosso pai, que atravessava a porta com a sacola da padaria do Sr. Joaquim, que para mim e com a permissão dele, o chamo de Tio Jó.

— Mais uma das travessuras do seu filho imaturo. — contei cruzando os braços

Meu pai não mostrou nenhum índice de surpresa. Esse tipo de reclamação para ele ou mamãe já viraram rotina, e ambos não tinham mais o que fazer em relação. Houve vezes que tentaram, mas eu percebia a força que faziam para não rir.

— O que foi dessa vez?. — papai quis saber. Se locomoveu até a cozinha comigo na cola, onde encontramos mamãe se balançando no ritmo da música que seus fones de ouvido emitia.

— Não posso dormir mais em paz. Mathias colocou água na minha boca pra simular uma baba, tirou foto e mandou no grupo do time de futebol dele. — a indignação era nítida na minha voz. Não era pra menos.

Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora