São exatamente sete horas da noite. O ar quente da tarde perdeu para o frescor noturno, deixando o clima ótimo para um passeio.
O espelho na parede do meu quarto reflete um eu bem arrumado da cabeça aos pés. Me impressiona esse ato, pois eu nunca fui do tipo em que se preocupa com o que veste ou do que se arruma muito para sair.
Mas hoje é diferente. E eu quero me bater por isso.
— Quem é você e o que fez com o meu irmão?. — a voz de Liz soa pelo cômodo.
Olho na direção da porta, vendo-a entrar cautelosamente.
— Oi, Liz. — digo sarcasticamente, voltando para o meu reflexo. — O que você quer?.
— Você está... Bonito. Vai sair?. — sua voz denota sua surpresa e o quanto está achando aquilo engraçado.
Pelo espelho observo sua expressão curiosa e o sorriso zombeteiro que há em seus lábios.
— Não, decidi me arrumar para ir dormir. — rebato. Lanço um sorriso irônico quando vejo uma careta em seu rosto.
— Babaca. Quem é a coitada?. — senta na beirada da minha cama.
Torço os lábios e ergo uma sobrancelha numa forma silenciosa de dizer para ela que está mais que na cara quem deve ser a...
— Minha nossa. Alina! — exclama num pulo. — Que legal, Mathias. Quando foi que a convidou? — pergunta, agora se ajeitando mais na minha cama.
— Hoje depois do treino. Eu liguei e... A chamei para sair. — encolho os ombros.
— E aonde vocês vão?.
— Não interessa. — me viro pra ela.
— Claro que interessa. Preciso saber se o ligar que escolheu é bom para um encontro.
— Quem me garante que se eu contar você não vai aparecer lá e fotografar cada momento?. — pergunto, ignorando a parte em que mencionou a palavra encontro. Eu não considero isso como tal.
— Nada. Mas não se preocupe, pois não vou. Diga.
— Não. — nego, pegando minha carteira, celular e a chave do carro, logo saindo do quarto.
— Math. — resmunga. Ouço seus passos atrás de mim. — Olha, se for naquele restaurante em que nossos pais nos leva, por favor mostre para Ali aquela sobremesa maravilhosa que eu amo. Não deixe a conversa morrer. Pergunte sobre ela: o que gosta de fazer, comer, os passatempos... Tudo. — tagarela ainda me seguindo.
Paro frente a porta, olhando em volta. Não há nenhum sinal dos meus pais.
— Mamãe obrigou papai a ir com ela em uma loja que cria logotipos e personaliza adesivos. Só para você saber, o Doce Mania venceu. — informa sorridente.
Reviro os olhos.
— Vai ficar bem sozinha? — pergunto.
— Não é a primeira vez que fico sozinha. — cruza os braços. Continuo calado. — Eu vou ficar bem. Agora vai buscar sua garota e não me decepciona. — suas mãos começam a me empurrar para fora de casa.
— Você é a minha garota e qualquer coisa me liga. — deposito um beijo em sua testa, ainda sentindo suas mãos me empurrando.
— Você entendeu. Vai logo. — ordena.
Dou as costas, indo em direção ao meu carro.
— Ei, maninho. — me chama, e antes que eu possa virar, ela já está na minha frente passando os dedos nos meus cabelos. — Pronto, agora sim. Estava parecendo que a mamãe quem penteou. — zomba. — Agora pode ir. Boa sorte. — deseja.
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Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)
Novela JuvenilLiz e Mathias Collins têm o típico relacionamento de irmãos: se irritam mas se amam; e, para Liz sempre foi e sempre será assim. Mas tomar uma decisão que julga ser a certa, resulta em um atrito nesse relacionamento. "Um Amor Fraterno" conta a histó...