Capítulo 9

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São exatamente sete horas da noite. O ar quente da tarde perdeu para o frescor noturno, deixando o clima ótimo para um passeio.

O espelho na parede do meu quarto reflete um eu bem arrumado da cabeça aos pés. Me impressiona esse ato, pois eu nunca fui do tipo em que se preocupa com o que veste ou do que se arruma muito para sair.

Mas hoje é diferente. E eu quero me bater por isso.

— Quem é você e o que fez com o meu irmão?. — a voz de Liz soa pelo cômodo.

Olho na direção da porta, vendo-a entrar cautelosamente.

— Oi, Liz. — digo sarcasticamente, voltando para o meu reflexo. — O que você quer?.

— Você está... Bonito. Vai sair?. — sua voz denota sua surpresa e o quanto está achando aquilo engraçado.

Pelo espelho observo sua expressão curiosa e o sorriso zombeteiro que há em seus lábios.

— Não, decidi me arrumar para ir dormir. — rebato. Lanço um sorriso irônico quando vejo uma careta em seu rosto.

— Babaca. Quem é a coitada?. — senta na beirada da minha cama.

Torço os lábios e ergo uma sobrancelha numa forma silenciosa de dizer para ela que está mais que na cara quem deve ser a...

— Minha nossa. Alina! — exclama num pulo. — Que legal, Mathias. Quando foi que a convidou? — pergunta, agora se ajeitando mais na minha cama.

— Hoje depois do treino. Eu liguei e... A chamei para sair. — encolho os ombros.

— E aonde vocês vão?.

— Não interessa. — me viro pra ela.

— Claro que interessa. Preciso saber se o ligar que escolheu é bom para um encontro.

— Quem me garante que se eu contar você não vai aparecer lá e fotografar cada momento?. — pergunto, ignorando a parte em que mencionou a palavra encontro. Eu não considero isso como tal.

— Nada. Mas não se preocupe, pois não vou. Diga.

— Não. — nego, pegando minha carteira, celular e a chave do carro, logo saindo do quarto.

— Math. — resmunga. Ouço seus passos atrás de mim. — Olha, se for naquele restaurante em que nossos pais nos leva, por favor mostre para Ali aquela sobremesa maravilhosa que eu amo. Não deixe a conversa morrer. Pergunte sobre ela: o que gosta de fazer, comer, os passatempos... Tudo. — tagarela ainda me seguindo.

Paro frente a porta, olhando em volta. Não há nenhum sinal dos meus pais.

— Mamãe obrigou papai a ir com ela em uma loja que cria logotipos e personaliza adesivos. Só para você saber, o Doce Mania venceu. — informa sorridente.

Reviro os olhos.

— Vai ficar bem sozinha? — pergunto.

— Não é a primeira vez que fico sozinha. — cruza os braços. Continuo calado. — Eu vou ficar bem. Agora vai buscar sua garota e não me decepciona. — suas mãos começam a me empurrar para fora de casa.

— Você é a minha garota e qualquer coisa me liga. — deposito um beijo em sua testa, ainda sentindo suas mãos me empurrando.

— Você entendeu. Vai logo. — ordena.

Dou as costas, indo em direção ao meu carro.

— Ei, maninho. — me chama, e antes que eu possa virar, ela já está na minha frente passando os dedos nos meus cabelos. — Pronto, agora sim. Estava parecendo que a mamãe quem penteou. — zomba. — Agora pode ir. Boa sorte. — deseja.

Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora