— Então está decidido: azul escuro, letras brancas e M. Collins. — mamãe diz, lendo suas anotações no caderninho às sete horas da manhã enquanto tomamos a primeira refeição do dia. É sábado, e ela aproveitou nossa disponibilidade esta manhã para nos informar sobre os detalhes da camisa dos torcedores. — Ah, e eu acrescentei os nossos nomes embaixo do número 10 na parte de trás da camisa. — complementa, com um sorriso largo. Quando penso que parou por aí, ela fala: — E para não ficar tão sem graça, eu pensei em pôr uma faixa branca na frente, atrás e numa pequena parte da manga da camisa.
Minha cabeça começa a imaginar tais detalhes.
— Vamos torcer ou pular carnaval?
Minha mãe revira os olhos para o que falo. Já Math, Alina e meu pai riem tanto a ponto do primeiro começar a se engasgar com um pedaço de pão que estava mastigando.
— Não vai ficar tão esquisito como está pensando. Na minha cabeça ficou linda. — minha mãe retruca.
— Mãe, tudo pra você é lindo. — rebato.
— Não é verdade. — nega.
— Sim, é. — contrario-a, só por implicância.
Dona Sônia estava pronta pra discordar novamente quando meu pai interrompe com palavras que ao mesmo tempo deixam claro que ele concorda comigo, também o deixam à favor dela.
Embora sei que é só pra não estressá-la. Porque ele e Mathias concordam comigo.
— Enfim... o nome do jogador ficará atrás. — ela cita mais um detalhe. O último, eu espero.
— E o glitter? — pergunto.
— Como é? — Mathias ergue uma sobrancelha.
— Não coloquei glitter aqui. — encara as informações à sua frente, provavelmente atrás desse tal detalhe.
— Eu só estou brincando. — rio. — Mas seria legal colocar em volta do nome, sabe? Ficaria mais a cara dele. — zombo, recebendo um olhar fulminante do meu irmão.
— Vai se lascar. — grunhe.
Vejo minha mãe negar com a cabeça, logo voltando a escrever algo no papel.
Minha língua coça pra perguntar o que seria, mas eu escolho ficar calada, nem um pouco afim de saber mais sobre suas ideias malucas.
Pela visão periférica avisto Mathias se levantar, seguido de Alina.
— Ah... — lamenta minha mãe, já sabendo a intenção deles. — Já vão?
— Já, o treino começa daqui a meia hora e eu prometi deixar a Ali em casa. — Math justifica.
Alina sorri ao vê-la emitir um som de desânimo. Então sorri e diz:
— Obrigada pela recepção de ontem à noite e pelo café da manhã, dona Sônia.
— Que isso, menina, é um prazer tê-la aqui. — dispensa o agradecimento com a mão.
— Vamos. — escuto o murmúrio do meu irmão pra ela, antes de pegar sua mão e ambos saírem da cozinha.
— São tão lindos juntos, vocês não acham? — mamãe indaga antes de tomar um gole do seu café preto e bem doce.
— É, são. — digo baixinho, olhando para o meu copo de suco.
— Quem sabe não dão início a um namoro, não? — dessa vez é meu pai quem diz.
— Não botaria tanta fé. — sussurro, com a sensação de só eu escutar.
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Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)
Fiksi RemajaLiz e Mathias Collins têm o típico relacionamento de irmãos: se irritam mas se amam; e, para Liz sempre foi e sempre será assim. Mas tomar uma decisão que julga ser a certa, resulta em um atrito nesse relacionamento. "Um Amor Fraterno" conta a histó...