Capítulo 40

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— Então está decidido: azul escuro,  letras brancas e M. Collins. — mamãe diz, lendo suas anotações no caderninho às sete horas da manhã enquanto tomamos a primeira refeição do dia. É sábado, e ela aproveitou nossa disponibilidade esta manhã para nos informar sobre os detalhes da camisa dos torcedores. — Ah, e eu acrescentei os nossos nomes embaixo do número 10 na parte de trás da camisa. — complementa, com um sorriso largo. Quando penso que parou por aí, ela fala: — E para não ficar tão sem graça, eu pensei em pôr uma faixa branca na frente, atrás e numa pequena parte da manga da camisa.

Minha cabeça começa a imaginar tais detalhes.

— Vamos torcer ou pular carnaval?

Minha mãe revira os olhos para o que falo. Já Math, Alina e meu pai riem tanto a ponto do primeiro começar a se engasgar com um pedaço de pão que estava mastigando.

— Não vai ficar tão esquisito como está pensando. Na minha cabeça ficou linda. — minha mãe  retruca.

— Mãe, tudo pra você é lindo. — rebato.

— Não é verdade. — nega.

— Sim, é. — contrario-a, só por implicância.

Dona Sônia estava pronta pra discordar novamente quando meu pai interrompe com palavras que ao mesmo tempo deixam claro que ele concorda comigo, também o deixam à favor dela.

Embora sei que é só pra não estressá-la. Porque ele e Mathias concordam comigo.

— Enfim... o nome do jogador ficará atrás. — ela cita mais um detalhe. O último, eu espero.

— E o glitter? — pergunto.

— Como é? — Mathias ergue uma sobrancelha.

— Não coloquei glitter aqui. — encara as informações à sua frente, provavelmente atrás desse tal detalhe.

— Eu só estou brincando. — rio. — Mas seria legal colocar em volta do nome, sabe? Ficaria mais a cara dele. — zombo, recebendo um olhar fulminante do meu irmão.

— Vai se lascar. — grunhe.

Vejo minha mãe negar com a cabeça, logo voltando a escrever algo no papel.

Minha língua coça pra perguntar o que seria, mas eu escolho ficar calada, nem um pouco afim de saber mais sobre suas ideias malucas.

Pela visão periférica avisto Mathias se levantar, seguido de Alina.

— Ah... — lamenta minha mãe, já sabendo a intenção deles. — Já vão?

— Já, o treino começa daqui a meia hora e eu prometi deixar a Ali em casa. — Math justifica.

Alina sorri ao vê-la emitir um som de desânimo. Então sorri e diz:

— Obrigada pela recepção de ontem à noite e pelo café da manhã, dona Sônia.

— Que isso, menina, é um prazer tê-la aqui. — dispensa o agradecimento com a mão.

— Vamos. — escuto o murmúrio do meu irmão pra ela, antes de pegar sua mão e ambos saírem da cozinha.

— São tão lindos juntos, vocês não acham? — mamãe indaga antes de tomar um gole do seu café preto e bem doce.

— É, são. — digo baixinho, olhando para o meu copo de suco.

— Quem sabe não dão início a um namoro, não? — dessa vez é meu pai quem diz.

— Não botaria tanta fé. — sussurro, com a sensação de só eu escutar.

Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora