Capítulo 11

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Na hora do almoço, os assuntos se dividiram entre o "Doce Mania" e o campeonato de futebol. Ambos tinham suas semelhanças: a ansiedade e a dedicação. Minha mãe, apesar da ideia das encomendas de doces partir dela, deixava sua empolgação mais explícita quando o segundo assunto vinha à mesa.

Mathias é uma cria legítima dela. A preferência dele pelo futebol não partiu do nosso pai; e sim, da mamãe. Meu irmão não só puxou dela o amor por doce, como também o amor pelo esporte. Foi ela quem o colocou na primeira escola de futebol quando ele era mais novo; ela quem o incentivava. Tudo porque era seu esporte predileto nas aulas de educação física da escola. Eu também fui incentivada psicologicamente para começar a praticar o futebol, mas atividades práticas em grupo não é uma das minhas qualidades.

— Não me deixe passar essa vergonha. — Mathias sussurra no meu ouvido quando mamãe comenta que irá providenciar camisetas com o nome dele para todos usarmos no dia do jogo.

Eu ri da sua súplica.

— Pode deixar. — retribuo em sussurro. — Queimarei todas.

— Você prefere o Collins escrito ou apenas Mathias C.? — ela se dirige a Math.

— Mãe, não se incomode com isso, por favor.

— Mas por que? Seria tão legal todos nós com a mesma camisa.

— Eu concordo. Podemos por purpurina em volta? Ficaria mais o estilo dele. — brinco.

Um caroço de feijão atinge a lateral da minha testa. Resmungo.

— Não dá ideia. — meu irmão repreende em voz alta.

— Ah, meu filho, tenha espírito esportivo.

— Eu gostei da ideia também. — papai comenta, rindo.

As mãos de Math cobrem seu rosto, mostrando sua desistência de querer ir contra mamãe.


                                  ***


— Me acompanha?

Ergo meus olhos do meu caderno e os direciono para a voz que se encontra na soleira da porta do meu quarto.

Math está vestido com uma roupa confortável e seu tênis surrado. Seu corpo estava frenético; simulando uma corrida sem ao menos sair do lugar.

— Acompanhar?

— É. Correr.

— Você sabe que eu não gosto de correr. Muito menos com você.

— Uma vez não mata. E eu prometo que vou ser mais devagar.

Suas palavras não me convence. A primeira e única vez que aceitei correr com ele me vem em mente.

— Vai me acompanhar ou não? — ele volta a perguntar, parando com a corrida.

— Não. — volto minha atenção ao caderno.

— Eu te pago um sorvete quando acabarmos.

— Açaí.

— Pode ser.

— Tudo bem. — largo a caneta na escrivaninha e tiro do celular o site de pesquisa que eu copiava. — Licença. — peço, pegando peças de roupa confortáveis para uma pequena corrida.


                                  ***


— Essa parte você conversa com ela. Vocês tem mesmo cara de quem quer se mostrar.

Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora