Capítulo 2

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O clima dessa cidade sempre foi elevado quando se trata de calor, principalmente quando o Sol atinge o pico, chega a ser insuportável.

O que não é o caso de hoje.

Passar pelo portão da escola e não sentir a cabeça queimar e o corpo mudar repentinamente de temperatura afim de começar a transpirar, é gratificante e refrescante.

Facilita para que eu chegue até onde meu irmão está, sem que eu esteja cansada e suplicando por água gelada. Já que o percurso até a quadra da faculdade que ele treina com os meninos não é tão extenso, eu e Titi nos colocamos em locomoção à pé mesmo. Sim, meu amigo me acompanha todos os dias para que no fim, consiga uma carona com algum dos meninos. Geralmente, Mathias quem dá por ele ser meu amigo e nossa casa ser um pouco próxima.

Thiago sempre conseguia manter a conversa viva, embora seus assuntos fossem esquisitos e mudados a cada minuto, ele nunca deixava o silêncio prevalecer em nenhuma circunstância.

Eu sei de todos os seus sonhos com os meninos, e chego a sentir dor na barriga e falta de ar de tanto rir. Sou sua única ouvinte confiável, e como ele não sabia manter a boca fechada e, muito menos, esconder sua empolgação, ele faz questão de contar cada detalhe afirmando que era um aviso positivo para acontecimentos futuros.

- Nossa Senhora dos Sarados, apaga a luz. - Titi fala fingindo se abanar com as mãos, quando de longe conseguimos avistar o time na quadra - Não, melhor deixar tudo na claridade para possível acesso de visão. - gesticula observando algum dos garotos sem camisa.

Me coloco no limite de apenas puxá-lo até estarmos próximos o bastante para que os olhos da pessoa ao meu lado começarem a brilhar e o sorriso se estender.

Com poucos passos distante, somos percebidos, causando uma pausa no treino. Por algum acaso, o treinador não está aqui com seus gritos de coordenadas e sermões para cima do pessoal.

Mathias parou com a bola debaixo do pé e pousou as mãos na cintura, esperando a nossa total aproximação. Alguns de seus amigos que também são meus conhecidos pararam no seu lado, enquanto outros caminharam até o banco de reservas para tomar água de suas respectivas garrafas e descansar.

- Não podia ter demorado mais um pouco? Eu estava perto de marcar um gol em cima do seu irmão. - André se aproxima e me cumprimenta com um abraço soado seguido de um beijo na bochecha. Quando se afasta, Thiago abre os braços pedindo silenciosamente uma retribuição. O que realizo com sucesso.

André é um dos que está sem camisa, o que permite livremente que os olhos arregalados do meu amigo analise cada centímetro de seu corpo sem intenção alguma de ser discreto.

O jogador acha engraçado o jeito como Thiago age diante deles, e por esse fato, diz gostar da pessoa que ele é.

- Eu torço para que um dia realize esse seu desejo. - sorri para o mesmo enquando recebia um abraço de Luca.

- Como vai?. - me pergunta.

- Bem e você?. - devolvi.

- Acordei péssimo, mas seu irmão fez o favor de melhorar meu humor. - responde brincalhão. Não teve como me sentir confusa com suas palavras, eu sabia que ele se referia àquela foto.

- Sabemos que Mathias jogou água na sua boca. - a voz de Luan, irmão gêmeo de Luca, se pronunciou em meio aos risos dos garotos.

- Exatamente, Luan. - falei empurrando um Luca descontrolado pelo ombro - Agradeço por você ser o mais sensato daqui. - cruzo os braços.

- Claro, sensatez é o sobrenome dele. - a voz de Luca carrega deboche.

- Tudo bem, galera. - Mathias cessa o riso e ganha nossa atenção - Amanhã depois da primeira aula quero todos aqui. - anunciou.

Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora