Eu nunca me senti tão nervosa por caminhar na direção de uma casa. Por estar de frente à ela. Por bater em sua porta. Por falar com alguém.
Nervosa. Nervosa. Nervosa.
Posso sentir meu coração pulsar rapidamente sob meu peito a ponto de me fazer questionar se seria possível ele perfurá-lo e sair de mim.
A sensação é ruim, somada ao bolo seco na garganta que sou obrigada engolir a cada dois minutos. E aos lábios secos que passei a mordê-los, machucando-os.
Levo o punho à porta e bato. Dou um passo para trás, esperando que me atendam.
Agora mordo o interior da bochecha enquanto espero.
Conto até dez lentamente, afim de regular a respiração enquanto espero.
Limpo o suor das mãos no short de moletom enquanto espero.
E nada. Ninguém.
Apunhalo novamente a porta um pouco mais forte. Vou para trás de novo e espero.
Parece que não há ninguém em casa. Ou eu que estou tão nervosa que estou impaciente.
Conto mais uma vez até dez.
Um... Dois... Três... Quatro... Cin...
E a porta se abre, me assustando.
Sou atendida por uma Alina sorridente, com os lábios , mas com os olhos cheios de curiosidade.
— Eu estou feliz em vê-la. — é a primeira coisa que diz. — E estou curiosa, também.
Eu apenas assinto. Sem ter o que falar, apenas assinto. Nervosa.
Ela me permite entrar, e assim, em silêncio, eu entro. Com as mãos trêmulas, a boca seca, as pernas bambas.
Caramba, Liz, você só precisa falar. Não está indo em direção à guilhortina!
Ou estou?
Não. Eu estou indo em direção à fúria de Mathias.
Merda!
— Está tudo bem? Você parece... nervosa. — oferece.
Bingo!
Essa é, literalmente, a palavra que me define nesse exato momento.
— Liz, senta. Quer alguma coisa pra beber? — ela parece um pouco preocupada.
E não é pra menos. Eu não falei nada deste que cheguei. Apenas mantenho uma batalha entre meus pensamentos e minha língua.
— N-não. Estou bem. — digo por fim, forçando um sorriso.
Alina assente minimamente, desconfiada.
— Tá bom. — caminha até o sofá e senta, sem desviar os olhos de mim.
Eu estou tão digna de preocupação assim?
— Vem, senta aqui. — chama, e eu obedeço.
Ao meu lado ela aproveita para me analisar. Com a visão periférica posso ver seu olhar ficado no meu perfil, tentando descobrir o que se passa comigo.
— Beleza, isso está estranho. — quebra o silêncio. — Você me ligou e disse que tinha algo pra falar, nem ao menos me deixou falar alguma coisa. Agora você me aparece... assim. Liz, o que houve? Sabe que pode contar comigo, não é? — questiona, tocando meu ombro. Confirmo com um "sim" sussurrado.
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Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)
Novela JuvenilLiz e Mathias Collins têm o típico relacionamento de irmãos: se irritam mas se amam; e, para Liz sempre foi e sempre será assim. Mas tomar uma decisão que julga ser a certa, resulta em um atrito nesse relacionamento. "Um Amor Fraterno" conta a histó...