De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Dia cheio O_O
Boa noite, amiga! Caramba. Ainda estou meio... Sei lá... Nas nuvens?
Ok, vamos lá. Tem coisas legais, e outras nem tão legais assim pra contar, mas vou começar do início (minha nossa, Issac, jura?). Começar contando pelo fim não vira.
Bom, a busca por trabalho durou praticamente a tarde toda. De boa, isso é um saco. Se eu consegui algo? Bem, sim e nao... Está mais pra "não", só que, calma! Vou por partes.
(pega um cházinho/cafézinho, e senta que lá vem história...)
Apesar de hoje ser quarta, quando saí senti um clima de segunda-feira (acho que por causa do feriado de ontem). Entreguei meu currículo em vários lugares que eu encontrava. Desde borracharia até escritórios no centro. Na borracharia, o cara me olhou de baixo até em cima, praticamente me medindo. Ele levantou a sobrancelha, pegou o papel da minha mão e deu uma risadinha. Perguntou se eu estava zoando. Aí ele... putz... Ele devolveu meu currículo e falou "não estamos contratando bonequinhas de porcelana".
Sim, ele falou exatamente isso.
E tinha um pessoal por perto (funcionários e clientes da borracharia) que rachou de rir. Sério, eu não sabia onde enfiar a cara. O que há com essa gente? PORRA! O problema era por eu estava arrumado? Claro que eu estava, eu quero a droga de um emprego!
E se eu tenho uma aparência longe de ser truculenta que nem eles, meio andrógino, E DAÍ? Precisa ter jeito de Rambo pra fazer essas coisas?
Não, não precisa. Eu sou perfeitamente capaz.
Às vezes eu me olho no espelho e amaldiçôo o fato de eu ser... assim. A Hellen dizia que eu era lindo exatamente por ser como sou, mas, sei lá... Palavra de (ex)melhor amiga não conta (sei que ela só tentava me agradar).
A verdade é que minha aparência faz as pessoas me julgarem.
Que se fodam, eles...
Depois disso eu fiquei mal um tempo. Dava a impressão de que todo mundo iria rir de mim se eu chegasse com um currículo. Sabe aquele sentimento ruim de que a merda vai se repetir, não importa onde você vá? Então.
O pior é que entrei numa loja e gaguejei. Não consegui falar direito, amiga... Mesmo sendo algo super simples como pedir emprego e deixar currículo. As pessoas ficaram me olhando como se eu fosse um alien (puta que pariu, que coisa ruim). Dei meia volta e achei melhor ir almoçar. Escolhi o primeiro restaurante que achei. Era simples de tudo, com aquele esquema de self-service. A garçonete me atendeu pra perguntar se eu queria beber algo também, e ficou me encarando de um jeito... Pensei "pronto, até aqui?", mas depois, na hora de pagar ela meio que deu umas piscadas e mordeu o lábio, e perguntou se eu queria dar um passeio qualquer dia desses.
Tipo... Hein?
Amiga, me diz uma coisa... Eu estava imaginando coisas ou ela deu em cima de mim? Eu achei que sim (na verdade, tive certeza). Ela parecia legal, e era até bonita. Mas pra mim não teria como ser nada além de uma simples amiga... Você sabe o motivo. Eu pedi desculpas, e disse que não tinha interesse. E ela ficou murchinha, tadinha.
Mas isso fez eu me sentir muito melhor (não o fato de eu ter chateado ela, mas sim por ela ter se interessado em mim). É que... significa que a olhada que eu recebi dela não era de "cruzes, que menino estranho", e sim algo mais positivo. E lembrei daquelas meninas na praça, que comentei outro dia (que ficaram me apontando e cochichando entre si). Uma esperança bem pequenininha nasceu em mim de que elas não estavam me achando um "E.T.", e sim algo semelhante à garçonete... Humm, talvez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Monotono Diario de Isaac [BETA]
RomanceSINOPSE: Isaac Rodrigues, um jovem de 20 anos, foge da casa dos pais e vai morar num casarão de uma cidade desconhecida. Inicia um diário para registrar a nova vida, mas percebe que manter a compostura diante dos próprios pensamentos - e atitudes im...