O Monotono Diario de Isaac [BETA]

21.06.18 - Quinta

De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Nada de pânico, porque tenho um plano!

Amiga, bom dia ^_^ (novamente, tenho certeza de que só vou mandar isso à noite, mas tudo bem...). Faz uns dias que não escrevo, hã? Desculpe, essa semana está bem conturbada para mim...

Mas isso é bom, eu acho.

Na segunda-feira liguei para meu supervisor (o Rômulo Soares, da seção de contabilidade), perguntando se eu poderia fazer uma parte de minhas funções aqui em casa (na casa dos gêmeos, mas... eu não fiquei especificando isso ao telefone). Na hora, ele ficou meio pensativo, mas no fim deu certo! Acontece que já estou bom o suficiente para fazer as coisas de escritório (cadastros, balancetes anuais e mensais, essas coisas). Mas para isso precisei incomodar a Jack (o que me faz sentir um pouco de vergonha), para pedir algumas coisas. Na volta do trabalho dela (que é na mesma empresa, porém numa unidade diferente, em outro bairro) a Jaqueline passou na minha seção e pegou os papéis necessários com o Soares. Como os dados dos clientes ficam armazenados na rede, só preciso do meu usuário e senha para poder fazer minha parte. Então, assim que ela chegou, na segunda à tarde, eu comecei a trabalhar.

Como o Nicolas está nas últimas semanas antes da grande prova (que é no próximo dia 1º), acaba ficando todo o tempo em que está em casa mergulhado em estudos (em parte porque eu passo provas simuladas para ele fazer, senão ele acaba dispersando). E a Jack também tem as coisas dela para fazer, então era realmente horrível eu ser o único inútil da casa. E como estou me sentindo bem melhor, ajudo com as coisas mais leves de limpeza durante o dia (mesmo que os gêmeos insistam que não é necessário... eu preciso agradecer de alguma forma).

Quando eu recebi um terço do meu pagamento, ontem ("um terço" porque fui contratado na segunda metade do mês passado, e porque fiquei parado 2 semanas), tentei dar todo o valor para eles (que nem era lá grande coisa). Mas, adivinha? Não aceitaram um centavo sequer.

O pior é que sei que fui um estorvo e que dei gastos (eles tiveram despesas extra que não teriam se não fosse por mim), e mesmo assim não aceitaram.

Ah, amiga... Você consegue imaginar como isso é frustrante? Queria conseguir uma forma significativa de agradecer aos dois. Algo que seja realmente importante para eles, já que foram essenciais para mim, nesses dias em que estou em recuperação...

Um mero "obrigado" não é o bastante. Aliás, um "obrigado" não chega nem aos pés de tudo o que eles estão fazendo e já fizeram por mim.

E, falando nisso, eu vou aproveitar que agora estou sozinho (a Jack acabou de se despedir de mim, está indo para o trabalho) e fazer algumas coisas para ajudar. Quando era na minha casa, eu não ligava tanto para isso (as aranhas agradecem), mas aqui eu meio que sinto até um prazer em limpar. Dá para entender isso?

Bom, enfim... Vou lá, e depois continuarei o e-mail.

...

Hei, amiga! Acabou se passando muitas horas, e estou até meio cansado. Depois de deixar a louça limpa e tirar o pó da casa, fui para os "meus" papéis do escritório. Nossa, aquilo é bem chato... O bom é que, diferente do escritório, aqui eu posso fazer tudo com música: jogo um Trapt no som (sempre começo com "Headstrong" – minha favorita!), aumento o volume, e mando ver nos cadastros.

Quando o Nicolas chegou do mercado, veio me dar um beijo. E, sim... Aquele beijo. Está cada vez mais difícil manter o controle... Eu estava no sofá, com o notebook naquela bandeja suspensa (aquilo é mais prático do que aparenta), e ele chegou e me prensou no encosto com aquela boca maravilhosa enquanto passava as mãos nas minhas coxas. Ah, Deus... Beijos assim têm acontecido com mais frequência, ultimamente. É meio que óbvio que ele está com tanta vontade quanto eu, e falo isso por causa da maneira como ele me olha... Aquelas duas pedras preciosas verdes são a minha perdição (e por isso estou criando "regras" de que ele tem primeiro que fazer uma prova simulada – e acertar a maioria – para me beijar... senão a gente acaba esquecendo tudo e fazendo só isso).