31.08.18 - Sexta
De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Perseguição, maldição do sangue e o pacto de nome.
Hey, amiga! Boa noite!
Estou desde o dia 26 sem mandar e-mail porque não tem acontecido quase nada essa semana... Mas no domingo, após voltarmos da arrumação do salão da festa, aconteceu algo interessante que eu gostaria de registrar.
Assim que voltamos com o que sobrou da festa, fiz o máximo para tirar o resquício de maquiagem que ainda estava em meu rosto (a parte perto dos olhos são as mais persistentes, cruzes!). Depois recebemos a repórter e o fotógrafo aqui em casa (ou melhor, lá no quintal, na parte da floricultura). Quando a moça entrou, ficou olhando para os lados e logo perguntou: "Aqui não era onde morava aquele senhor esquisito, que morreu e foi comido pelos cachorros?". Ela falou com tanta naturalidade que chegou a soar quase engraçado. E, pela cara de horror do fotógrafo, ele não sabia da história.
É claro que o Nicolas aproveitou a oportunidade, hehe.
Vê-lo explicando aquilo para o cara fez eu lembrar da primeira vez que conversamos. Ele tem um jeito tão natural de falar com as pessoas, um carisma intrínseco... Nós caminhávamos pelo meu terreno enquanto o Nick contava a historinha macabra dele (acho que ele nos guiou pelo caminho onde tem mais árvores com aranhas de propósito). Deu para ver, pela expressão do fotógrafo, que ele estava com medo.
Foi meio cômico ver o Nick feliz em aterrorizar o cara. Na vez em que ele contou para mim, eu estava tão encantado com a beleza dele que não senti medo nenhum. Aliás, acho que histórias de terror não têm muito efeito em quem gosta de visitar o cemitério à noite só para espairecer, né...
É sério: eu nunca me assustei com aqueles filmes. Quando eu e a Hellen assistíamos, na época de escola, eu me divertia vendo ela abafar os gritos na almofada (eu era meio sádico na adolescência, ajudava a criar o clima para que ela assustasse).
Voltando à visita dos funcionários do jornal... Não muito tempo depois a Jack chegou também, e a história de terror acabou. Fomos fotografados diante da fachada da floricultura e junto com a plantação de morangos. A câmera que registrava tudo parecia uma metralhadora... Acho que tenho que aprender a ser assim também. Geralmente eu fico ajustando o ângulo e tiro somente uma foto. Já o profissional tirava umas vinte (para escolher, dentre elas, apenas uma boa).
Quando vejo pessoas fazendo coisas de maneiras tão diferentes de mim (tipo isso das fotos) faz eu pensar: "caramba, será que eu faço tão errado assim?". É bizarro... Eu sempre penso que eu é que estou fazendo errado, e nunca a outra pessoa. Comentei isso com a Jack, e ela disse que isso é baixa auto-estima, e que preciso trabalhar esse aspecto...
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O Monotono Diario de Isaac [BETA]
RomanceSINOPSE: Isaac Rodrigues, um jovem de 20 anos, foge da casa dos pais e vai morar num casarão de uma cidade desconhecida. Inicia um diário para registrar a nova vida, mas percebe que manter a compostura diante dos próprios pensamentos - e atitudes im...