De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Entrega feita... >_<
Hey, amiga, boa noite! Como você tem passado esses dias?
Neste momento estou sozinho em minha cama, com o notebook no colo, coração querendo pular para fora da boca, e com minhas mãos geladas...
E não é de frio (porque o tempo está agradável). É que entreguei o cupom... Mas, antes de falar sobre isso, quero comentar uma coisa que aconteceu ontem aqui na floricultura e que me incomodou um pouco.
Eu estava passando o rastelo no gramado para tirar as folhas caídas quando entrou uma garota toda arrumada, como se estivesse indo a uma festa. E como eu e a Jack criamos aquela "regrinha" de que eu atendo as garotas, me levantei e fui até ela.
Depois que eu a cumprimentei, ela grudou em mim como se fôssemos amigos há eras (mesmo que nunca tenhamos nos visto na vida), pegando meu braço e me direcionando pelo meu quintal como se estivéssemos em um passei no parque. Me senti desconfortável, é claro, pois não estou habituado a dar este tipo de liberdade a quem não conheço. Mas, pelo bem dos negócios, acabei respirando fundo e deixando. Ela perguntava das plantas, qual era melhor para apartamentos, etc... Até que ela se encantou com um vasinho onde estão começando a brotar umas flores brancas, e libertou meu braço para ficar com o vaso na mão.
Quando eu achei que ela estava finalizando para levar o a planta, veio a pergunta: "E cadê o outro funcionário, aquele loiro?", e eu disse que ele estava na faculdade, e só voltaria no fim da tarde. Ela fez um "oh" que deu uma impressão de que já sabia da resposta. Pareceu que a pergunta foi apenas uma forma de iniciar a pauta "Nicolas", porque em seguida ela falou, bem dissimulada: "Deve ser difícil para a namorada dele ficar sozinha aqui a tarde toda, né?", e nessa hora ela olhou pra Jack.
Eu não aguentei na hora, e dei uma risada bem sutil (não debochei, nem nada). Apenas expliquei que aquela era a irmã, ao que ela perguntou em seguida: "Ah, então ele não tem uma namorada?".
Já entendeu o rumo da conversa, né? Se eu já estava desconfortável antes, imagina depois dessa pergunta. Eu comecei a dizer "Ele não tem uma namorada, mas...".
Só que ela não me deixou terminar. Deu um pulinho e me olhou empolgada dizendo que uma tal de Larissa iria amar saber disso. Depois se apresentou como Isabela, dizendo que eu também sou uma graça, e que poderíamos sair os quatro juntos qualquer dia, como num encontro de casais... Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a garota colocou uma nota de R$ 20 na minha mão (um pouco mais do que o preço do vaso) e se mandou sem esperar nem troco, nem resposta.
Que saco. Ela tinha aquele jeito de falar que não deixa brecha para ninguém (tipo uma certa cunhada minha que você conhece bem). Foi frustrante, e saber que tem uma amiga dela a fim do Nicolas é ainda mais incômodo. Isso foi meio que o gatilho necessário para eu pegar um envelope e colocar o cupom de desconto para o motel dentro. Junto disso, coloquei um bilhete escrito "Não me esqueci da aposta".
Deixei o envelope lacrado e, assim que o Nick chegou... Eu me acovardei.
Calma, não brigue comigo.
É que ele chegou com uma cara meio estressada, batendo a porta do carro mais forte do que o necessário. Acho que nunca o vi assim... E ele entrou na casa dele cheio de livros nas mãos, e demorou para vir até mim e a Jack.
Agora você entende o motivo de eu não ter entregado ontem, né? Não quis ser inconveniente...
Foi só depois de uns bons minutos (eu já tinha terminado de rastelar todo o quintal) que ele veio. Quando se aproximou, me deu um abraço longo e apertado. De início, ele não disse nada. Apenas continuou abraçado, respirando fundo perto de meu cabelo... Até que ouvi a voz dele, baixinho: "Hoje foi um dia meio estressante... Colegas de classe são um saco durante trabalhos conjuntos para notas".
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O Monotono Diario de Isaac [BETA]
RomanceSINOPSE: Isaac Rodrigues, um jovem de 20 anos, foge da casa dos pais e vai morar num casarão de uma cidade desconhecida. Inicia um diário para registrar a nova vida, mas percebe que manter a compostura diante dos próprios pensamentos - e atitudes im...