Ayla Stefanih nunca teve sorte na vida, desde cedo teve que batalhar para sobreviver. Órfã e sem ninguém para amá-la, pois, viveu em lares adotivos, até completar maioridade, sem nenhuma perspectiva de vida buscou uma forma de sobreviver em uma cida...
"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências."
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Querido Chris
Como contar para alguém que você ama o quanto ele esteve errado sobre a pessoa a qual morou com ele durante três longos meses compartilhando momentos, olhares, sorrisos? Talvez para alguns seja pouco tempo, para mim, alguém que jamais se imaginou fazendo parte de algo especial, considero que seja um longo tempo, quase uma história de vida.
E como dizer a essa pessoa o quanto você se sente arrependida pelas decisões que tomou, por me sentir pressionada pela situação a qual eu me encontrava? Não existe uma forma exata para por para fora tudo aquilo que eu imaginei mil vezes te contar e não pude, com medo que você não entendesse as minhas razões, e não compreendesse como minha vida foi fodida desde que me vi só no mundo, e foram muitas vezes, o que me fez desacreditar que não merecia alguém como você, e vendo como as coisas aconteceram, talvez, eu estivesse certa.
Então resolvi recorrer à forma mais fácil, escrevendo uma carta. Eu sei, meio covarde da minha parte, me esconder por trás de linhas em vez de dizer cara a cara. Tive tantas oportunidades, desde o começo, no momento em que segurei sua mão naquela noite, eu deveria ter sido sincera. Pra ser sincera, em você eu vi minha rota de fuga de uma vida miserável, eu precisava ir o mais longe que eu pudesse de tudo o que me fazia mal. Então, deixei que as coisas seguissem seu curso, já que não pretendia estar em sua vida mais que algumas horas. E com o tempo você não se lembraria da garota que salvou a vida, mas para mim, sempre seria meu salvador, mesmo que você não soubesse.
Perdoe-me por ter sido covarde, destruir sua vida e minha única chance de ser feliz. Preciso confessar que os meses que passamos juntos foram a única vez que senti aquela "felicidade" da qual todos falam, e agora só me restou um vazio, um buraco negro que me engole a cada dia.
Você agora deve estar se perguntando como tudo começou? Em que momento foi que eu meti você nessa confusão? Não se preocupe, irei contar, só me deixe tomar coragem para iniciar minha triste e vergonhosa história. Só peço que, depois que você souber toda a verdade, não me odeie, ou pelo menos, não o suficiente para jamais olhar em minha cara de novo. Lembre-se de mim como a pessoa que você amava naqueles momentos que você olhava para mim com se eu fosse a pessoa mais importante da sua vida, e talvez eu tenha sido, mas agora eu não passo de uma mera lembrança ruim.
Como sinto sua falta, a cada instante do meu dia, e só faz um mês que eu não o vejo e isso está me matando, pouco a pouco, um pedaço de cada vez.
No dia em que te conheci não fazia idéia do porquê você estava sendo tão gentil comigo, tirando o fato que você tinha quase me atropelado, o que não é relevante agora, não depois dos meus atos.
Irei começar pelo início, é claro, por onde mais eu começaria?
Há exatos quase dezesseis meses atrás meu dia se iniciava como qualquer outro, nada muito promissor, como tudo na minha vida. Era quase meio dia quando resolvi levantar à procura de algo decente para comer. Com o pouco que eu ganhava na boate minha alimentação se resumia a sanduíche de pasta de amendoim com suco, era tudo que tinha na minha geladeira.