Ayla Stefanih nunca teve sorte na vida, desde cedo teve que batalhar para sobreviver. Órfã e sem ninguém para amá-la, pois, viveu em lares adotivos, até completar maioridade, sem nenhuma perspectiva de vida buscou uma forma de sobreviver em uma cida...
"A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades."
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Sou deixada na calçada sem saber o que fazer. Olho mais uma vez para o prédio na minha frente, de um cinza reluzente, onde pessoas bem vestidas entram e saem constantemente. Caminho lentamente, atravessando as grandes portas de vidro escuro, eu teria me vestido melhor se soubesse para onde estávamos indo, acho que minha calça jeans clara e blusa verde florada não se compara com os terninhos das mulheres que passam por mim durante meu breve percurso para a recepção.
A recepcionista me olha como se não entendesse o que estou fazendo ali, se isso ajuda, eu também não.
- Posso ajudá-la? - A loira de sorriso falso pergunta, me olhando de cima a baixo, sorri ao imaginar o que ela acharia se soubesse que tenho antecedentes criminais.
- Preciso ir ao escritório da minha amiga Angel.- a palavra amiga paira no ar, será que ainda somos amigas?
- Claro, espere só um minutinho. - a loira da qual não faço questão de saber o nome disca um número no telefone e conversa com a pessoa do outro lado por alguns minutos. Após encerrar a ligação, ela sorri falsamente. - O escritório fica no vigésimo andar.
- Obrigada. - digo gentilmente, indo para o elevador.
Levam-se apenas alguns minutos para o elevador chegar ao andar do escritório, desejei que demorasse mais, assim adiaria esse encontro por mais umas horas, assim eu não estaria tão nervosa como estou agora. A secretária sorri ao me ver saindo do elevador.
- Bom dia. Tem um horário com a Dra. Miller? - a moça a minha frente sorri calorosamente.
- Acho que não. Eu deveria marcar um horário para vê-la? - eu estava quase agradecida por ter que adiar esse momento quando a porta a minha direita se abre.
- Não precisa, eu estava a sua espera. - olho para minha amiga vestida em um terninho preto e com os cabelos presos. Ainda consigo visualizar a antiga Angel agora em uma versão diferente, talvez um pouco mais profissional.
Angel faz sinal para que eu acompanhe, sigo para dentro do escritório aconchegante em tons claros com móveis escuros.
- Por que tive que saber pelo Chris que você estava de volta? Achei que, como sua única amiga, você me ligaria assim que estivesse em casa. - É estranho ela agir casualmente como se eu estivesse viajado de férias, quando na verdade passei os últimos anos em um presídio.
Angel me surpreende com um abraço do qual eu não esperava.
- Estou sem celular, não o vejo desde que deixei a antiga casa do Chris, e tenho tentado me readaptar a minha nova rotina. - Ter Angel na minha vida novamente parece irreal, mas me sinto-me feliz. - Não sabia que você iria querer me ver. - digo assim que nos afastamos.
