Campos dos Ventos (Romance Lésbico)

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Tá aí o penúltimo capítulo. Já estamos chegando no final? Sim! :D

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Madalena

Chegamos a São Paulo às 14:00 de quinta-feira, num voo vindo direto de Portugal. Eu estava ansiosa e sentia minhas pernas tremerem em cada passo que eu dava.

Eu estava feliz em voltar, nem que fosse por pouco tempo, para meu país, pois, apesar de amar a cidade do Porto, ainda sou brasileira e me orgulho muito de minhas raízes.

Já no aeroporto, fomos recepcionados por Carlos, que veio nos recolher de carro. Assim que vi aquele homenzarrão nos aguardando no saguão, já abri um sorriso enorme de satisfação e felicidade, nada muito de diferente de Camila, que se soltou de mim e foi abraçá-lo calorosamente.

- Olá meninas. - Carlos falou me dando um abraço aconchegante e apertado. - Como foram de viagem?

- Cansativa e desconfortável. - Camila respondeu, aproveitando para se esticar toda.

Viemos na classe econômica, o que causou um pouco - um pouco não, muito - desconforto na minha esposa, que gosta de espaço e conforto em viagens longas como essa que fizemos.

- Vamos, o carro está lá no estacionamento. Paula e Bruna estão ansiosas pela chegada de vocês. - Carlos falou, já pegando o carrinho com a nossa bagagem e se dirigindo para o elevador.

- Tão ansiosas que nem vieram nos esperar... - Camila falou fingindo indignação. - Agora devem estar aproveitando que você não está lá para estarem iguais coelhos acasalando.

- Amor! - Exclamei espantada com seu comentário.

- O quê?! Você sabe que é verdade. - Respondeu dando de ombros e pegando em minha mão para segui-la.

Carlos só fez rir do comentário de Camila. Realmente, Paula e Bruna eram insaciáveis quando o assunto era sexo. Parecia que havia algum hormônio sexual poderoso que se ativava quando as duas estavam juntas. Eu, que tenho uma vida sexual bem ativa com minha esposa, ainda conseguia ficar espantada com a disposição das duas.

- E elas precisam que eu esteja longe para se atracarem?! Vocês não sabem de nada! - Carlos completou gargalhando alto, o que chamou a atenção de algumas pessoas à nossa volta e, confesso, me fazendo rir também.

Fomos de carro conversando e atualizando as coisas sobre nossas vidas, estudos e trabalhos. Carlos, Paula e Bruna vivem em Milão - povo chique, pensam o que? - onde minha amiga faz seu curso de moda e Paula mantém seu ateliê, trabalhando no que sempre faz de melhor, criando moda.

Sempre que podemos nos reunimos, seja lá na Europa mesmo, ou aqui no Brasil, principalmente nas festas de final do ano, que fazemos questão de passarmos juntos.

Quando contei a Bruna sobre a situação de meu irmão e minha decisão de fazer o teste para doar a medula para ele, minha amiga achou um absurdo eu fazê-lo depois do que João foi capaz de fazer comigo, mas, depois de uma discussão e muitos "não acredito que vai fazer isso, ele não merece", ela acabou percebendo que não fazia por ele e sim por mim, pois não aguentaria viver sabendo que meu irmão poderia morrer por minha "negligência". No fim, ela acabou me apoiando, até mesmo decidindo vir ao Brasil para me acompanhar e me dar força.

Chegamos no prédio de Paula e subimos. Quando chegamos no andar onde a tia de minha esposa mora, foi a cena mais engraçada do mundo, pois Carlos, mesmo tendo a chave para entrar, tocou a campainha diversas vezes e, após abrir a porta se anunciou com um "meninas, cheguei, hein!"

Mas, no final, foi bem acertada sua postura, pois, quando entramos no apartamento, só fomos ver a cara das duas uns 15 min depois, saindo do quarto com os cabelos emaranhados e cara de quem estavam aprontando, me fazendo prender o riso, mas não escapando da piada providencial de Camila.