14

5.1K 434 115
                                    

Camila

Ficamos mais um pouco ali perto daquele riacho, com Bruna deitada em meu colo e eu fazendo carinho em seus cabelos. O barulho tranquilo das águas correndo, mesmo que devagar, era uma melodia para meus ouvidos, o que acabou me relaxando um pouco.

- O que acha que devo fazer a partir de hoje? - Bruna perguntou, puxando minha atenção para ela.

- Hmm... mostrar todo o poder que você tem e arrasar. - Falei e ela gargalhou alto, se levantando e se sentando ao meu lado.

- Acha mesmo que consigo...

- Você me mostrou agora que tem um potencial gigante. - Falei mexendo as sobrancelhas e sorrindo para seu lado, o que a fez rir e me dar um tapa no braço.

- Para, vai! - Falou sem graça e aproveitou para arrumar sua roupa. - Cara... como pode? Você... você é maluca.

- Sou boa no oral. - Falei me gabando.

- Percebi. Nunca senti isso antes... fiquei com o corpo mole.

- Ahh.. vai dizer agora que nunca se masturbou?! - Perguntei descrente e ela riu e se virou para mim.

- Nunca saberá. - Piscou em minha direção, o que me fez rir também. - Mas sério. Eu nunca imaginei que você fosse lésbica... você é tão, poderosa, feminina.

- Todos podem surpreender querida. - Dessa vez foi minha vez de piscar para ela, que sorriu. - Mas voltando a você, tenho certeza que, amanhã mesmo, vai pisar em muita gente no colégio. Vou vislumbrar uma nova Bruna. - Falei fazendo gesto de fotógrafo enquadrando uma modelo.

- Pior que eu acho que você está certa. Me sinto... - Suspirou de forma libertadora. - tão poderosa, diferente.

Sorri orgulhosa e, neste exato momento, a mãe dela apareceu pelo caminho perguntando se estava tudo bem e se não íamos almoçar. Imagina se a mulher me pega no meio das pernas da filha dela? Provavelmente teria que sair dali fugida. Bruna respondeu que já estava indo e ela voltou para casa.

- Acho melhor eu ir também. Estou com fome e já está ficando tarde. - Falei me levantando e a ajudando a se levantar.

- Não quer ficar? - Bruna perguntou. - A comida aqui é simples, mas, te garanto que é deliciosa.

- Acredito que seja sim, mas preciso mesmo ir. - Respondi agradecendo.

- Tá bom, então.

Segui com Bruna até minha moto e me despedi de sua mãe, que foi bem simpática comigo e me convidou para retornar quando quisesse. Gostei dela, parece uma boa pessoa, assim como Bruna.

Minha companheira de time me levou até a porteira e a abriu para eu sair.

- Obrigada Camila. - Bruna me falou sorrindo. - Seus métodos são estranhos, mas, me ajudaram. - Falou sem graça.

- Não precisa agradecer, até porque, eu também aproveitei. - Falei de maneira safada e ela me deu um tapa forte no braço, o que me fez gemer e esfregar o local.

- Pode tirar o cavalinho da chuva, porque não vai aproveitar mais. - Bruna falou séria, mas logo sorriu. - Posso te fazer uma pergunta? - Ela perguntou um pouco encabulada.

- Claro! O que é?

- Na verdade é mais um pedido mesmo. - Explicou. - Eu sei que sua tia é estilista... não é?

- Hmmm... é sim, ela tem uma grife de roupas para jovens e adolescentes, por quê?

- Então, eu queria saber, claro se não for incomodar, se ela poderia me dar algumas dicas de roupas e como me vestir?! - Bruna perguntou sem graça.

Campos dos Ventos (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora