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Por favor, me solta.

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Primeiro eu quis muito lhe dar um soco. Como assim esse maluco gostava de mim? Ele não havia se confessado para Scarlet? Não havia falado que gostava dela e queria algo sério? Céus! Segundo, eu realmente quis muito beija-lo. Porque fala sério, quando uma pessoa bonita como Mark diz que gosta de você, correr não é sequer uma opção. Não para mim, ao menos.

- Podemos conversar em outro lugar? - ele perguntou, me encarando de um jeito estranho.

- Claro, podemos sim. - confirmei.

Mark pediu para a rosinha dar licença, e ela suspirou, descendo as escadas com uma cara tanto decepcionada, quanto enraivada. O garoto de olhos verde-jade a acompanhou, se despedindo de mim com um "nos vemos depois" baixinho. Sorri para ele, pensando internamente que talvez ele não fosse um babaca, pois ao invés de reclamar, apenas havia tentado compreender a situação e aceitar.

Um ponto positivo para você, loirinho.

Quando ambos já estavam longe o suficiente, Mark me encarou por alguns segundos, antes de pedir que fossemos para o quarto dele. Sem nem pensar duas vezes, eu o acompanhei. Meu objetivo inicial era apenas ir para um quarto mesmo, não importava com quem.

Subimos as escadas e passamos por alguns corredores, antes de chegarmos em uma porta de madeira meio antiga, mas até que bonita. Na maçaneta, havia uma plaquinha cinza escrita em negrito a frase "let me sleep". Estranho, fofo, e de certa forma, a cara dele.

Ao estarmos no quarto, Mark a fechou e soltou outro suspiro pesado. Ele havia feito isso algumas vezes enquanto caminhavamos, mas tentei ignorar ao máximo.

- Então... por onde será que devo começar? - perguntou, coçando a nuca levemente e colocando a outra mão em seu jeans azul.

- Talvez pela parte que você disse que gostava de mim? - murmurei.

- Mas eu nunca disse isso. - ele rebateu, com um sorriso fraco nos lábios.

- Acho que nem precisava. - Fiz uma careta engraçada, cruzando os braços enquanto sorria.

- Ficou muito óbvio? - Mark retribuiu a minha careta, jogando a cabeça levemente para o lado.

- Um pouquinho. - confirmei, sorrindo. Sentimentos até que eram fáceis de serem aceitos com palavras, mas eram ainda mais perceptíveis com atos. Desde pequena, eu sempre pensei assim.

Quando você diz que gosta de alguém, você ativa algo naquela pessoa, que a faz agir de um jeito diferente com você. De um jeito as vezes positivo, as vezes negativo. Bom, mas isso não vinha ao caso.

- Desde quando? - perguntei, caminhando até a enorme enorme gama que havia perto da janela, e me sentando lá. Talvez eu fosse um pouco folgada, mas eu estava bêbada, poxa. 

Mark parou para pensar, andou um pouco de lá para cá, e por fim me encarou.

- Desde sempre. - ele disse.

- Impossível.

- Eu amar você?

- Não, você gostar de mim desde sempre. Pensei que gostasse da Scarlet. Você até se declarou para ela.

Ele me encarou um pouco surpreso, e disse:

- Foi isso o que ela disse pra você? Nalu, eu nunca gostei da Scarlet. No dia que fui na casa dela, eu apenas pensei que você estivesse lá.

- O que isso tem haver com a sua declaração? - perguntei.

Mark soltou uma risada e começou a caminhar em direção a cama, sentando-se ao meu lado. Isso não fazia sentindo.

- Sua amiguinha havia me enviado uma mensagem, dizendo que você estava lá, e que era bom eu aproveitar a oportunidade. - ele explicou. - E antes que pergunte qual a oportunidade era essa, vou logo dizer: ficar com você. Ser sincero comigo mesmo. Dizer o que eu sentia.

Mark me explicou que aquilo havia sido apenas uma tática da Scarlet para ficar com ele, mas que o mesmo, apenas recusou. Não estava interessado nela, mas sim em mim. Foi por isso, que depois de perceber que eu não estava lá, ele apenas voltou para a festa que estava rolando na sua casa.

Eu me senti sem chão.

Gostava dele até dois anos atrás, mas agora não sentia nada além das mágoas e lembranças do passado. Além disso, não conseguia acreditar em suas palavras. Não totalmente. Precisava conversar com Scarlet. Precisava saber se tudo isso era verdade, e por que ela não havia me dito antes. Éramos amigas, não éramos? E amigas compartilhavam tudo uma para a outra.

- Sinto muito por gostar de mim. - disse, me levantando da cama e indo em direção a porta.

A tontura ainda estava presente ao meu corpo, mas eu tentava não desmontar essa parte frágil mim.

- O quê? Então você apenas vai embora? - ele perguntou, surpreso.

- É, eu apenas vou embora. - disse.

Em outra ocasião eu poderia começar a beija-lo como uma louca, mas agora não dava. Eu não conseguia. Estava prestes a sair, quando me virei para ele uma última vez. Me surpreendi ao vê-lo tão perto, mas me surpreendi ainda mais quando Mark segurou minha mão e me pensou contra a parede

- Você não é tão difícil assim, Nalu. Então por que está indo embora? - ele perguntou.

O sorriso estampado em seus lábios eram tão sombrios quanto as noites de lua nova e sem estrelas visíveis.

- Me solta, por favor. - pedi, encarando-o nos olhos. Senti uma de suas mãos passarem por meu pescoço e, em menos de segundos, meu ar começar a desaparecer.

Puta merda eu estava sendo enforcanda.

- Soltar você? Por que faria isso? Nós vamos nos divertir. - ele disse, apertando ainda mais minha garganta.

Tentei tirar sua mão do meu pescoço, mas era inútil. Mark era bem mais forte que eu.

- Mark... Mark... por... por favor, me solta... - disse, batendo em seu braço.

- Relaxa, Nalu. - ele disse. - Nós só vamos nos divertir um pouco.

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Mark como vilão é uma dor pro meu coração. ahahahahah
estão gostando?

New security ❄ Im JaebumOnde histórias criam vida. Descubra agora