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Bracelete azul

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- Você está estranha. - meu segurança murmurou, do outro lado da mesa. Nós dois almoçávamos em um restaurante pouco movimento, já que as notícias da delegacia haviam se espelhado como um raio, e tudo o que eu precisava manter no momento era descrição.

- Ser estranha é um dos meus vários charmes. - disse, pegando sem pedir um pedaço da batata frita que estava em seu prato e colocando-o na boca. Como era possível que ele estivesse percebido que algo estava errado comigo?

- Não resmungou quando eu disse que viria junto com você, não me chamou de amigão nenhuma vez sequer desde que acordou, não implicou com meu cigarro quando me viu fumando do lado de fora do jardim... - ele parou de falar, cruzou seus braços e me lançou um olhar bastante desconfiado antes de voltar a falar: - O que está acontecendo com você, Nalu? Se não fosse pelo seu enorme apetite, eu iria supor que você está doente. Mas não é isso.

- Digamos que eu estou tentando ser uma pessoa melhor. - disse.

Erguendo uma sobrancelha, nem um pouco convencido, meu segurança informou:

- Ser uma pessoa melhor não significa deixar de ser você mesma.

- Isso quer dizer que você gosta do meu "eu" irritante? - perguntei, com um pequeno sorriso nos lábios.

- Não foi isso o que eu quis dizer.

- Ah, mas foi exatamente isso o que eu entendi. - coloquei mais algumas fritas na boca, vendo-o revirar seus olhos e beber um gole do energético em sua mão.

Eu não queria que ele achasse que eu estava de fato, agindo de forma estranha, pois isso significava que meu segurança possivelmente iria pegar mais no meu pé durante o dia todo, o que seria um porre. Entretanto, eu não conseguia evitar agir de forma diferente, já que era exatamente isso o que acontecia quando eu estava pensativa. Eu ficava mais quieta, e esquecia de todos os acontecimentos a minha volta, para focar apenas em um problema ou situação principal. E no caso, o problema principal de hoje, era: a boate.

Havia dito que não iria me encontrar com Mark, isso era um fato, mas por que não conseguia parar de pensar nisso? De tirar a possibilidade de ter meu celular de volta da cabeça?

- Nalu? - a voz do meu segurança me tirou de mais um, dos vários transes que eu estava tendo durante o dia.

- Oi? - perguntei, voltando minha atenção a ele.

- Por acaso escutou o que eu acabei de falar?

- Claro que eu escutei.

- Sério? Então o que foi que eu disse?

- Você disse que gosta de quando eu provoco você e se sente solitário quando eu não faço isso. - falei, aparentando uma certeza absurda. Se encostando na cadeira e olhando em direção a janela de vidro do restaurante durante alguns segundos, meu segurança soltou um sorriso incrédulo. - Não foi isso que você disse? - tentei parecer confiante, mas a expressão em seu rosto me faziam falhar drasticamente.

- Não, não foi isso.

- Bem... então o que foi?

- Eu disse que você deveria parar de guardar os problemas para si mesma, e contar para os outros quando algo de errado, triste ou desconfortável está acontecendo na sua vida. - ele falou, após voltar a me encarar. - Não guarde as coisas sempre para si mesma, pois isso nunca é bom. As dores internas conseguem nos consumir de maneira bizarramente forte.

New security ❄ Im JaebumOnde histórias criam vida. Descubra agora