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Só pra constar

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Encarando atenciosamente a caixa preta encima da minha cama, tentei não parecer uma estranha completa quando me aproximei um pouco mais e notei, meio sem jeito, o post-it amarelo grudado na lateral da tampa. Nele, escrito de forma reta e organizada, estava a seguinte frase: "Antes tarde do que nunca".

Um pouco desconfiada, mas ainda assim animada, me sentei na cama, contei até três e a abri. Dentro, uma quantidade absurda de pequeninos papéis repicados e também pretos cobriam todo o interior da caixa, impossibilitando-me de ver o que estava embaixo.

Considerei, por conta desse ato, a possibilidade de meu segurança estar apenas brincando com a minha cara. Todavia, quando suspirei e resolvi jogar todos os papéis encima da cama meio sem paciência e jeito, encontrei, em meio aquela bagunça, algo bastante importante para mim. Algo me que deixou tão feliz em relação a recuperar de volta, que não consegui evitar parar de sorrir. Então ele havia saído apenas para pegar o meu celular de volta?

- Céus, eu estou tão agradecida que não sei o que fazer. - disse, tampando meu rosto com uma de minhas mãos.

Antes de ir para o encontro com Mark, eu havia tentado recuperar a foto por meio de backup ou contas vinculadas a galeria de fotos mas nada foi possível.

Quando descobri que tinha sido enganada, me senti tão mal que decidi beber um pouco mais, para ver se conseguia me sentir melhor, mesmo que pouco. E então, ao chegar aqui, com as esperanças no fundo do poço, ali estava ele, me esperando, tão preocupado que se fosse em outra situação... se não fosse pelo dever de me proteger... eu pensaria alguma besteira.

Permaneci alguns minutos encarando a foto da mamãe na tela de bloqueio do meu celular e, sem consegui me conter com tamanha felicidade, resolvi descer novamente e ir em direção a ele, meus segurança irritante, porém, ainda assim, competente.

Sentado tranquilamente em uma das cadeiras da cozinha, meu segurança estava, aparentemente, terminando de tragar seu último cigarro do dia.

Vê-lo daquele modo, apesar de tranquilo, me deixou pouco frustada. Até porque eu não era muito fã de cigarros. Gostava do cheiro, admito. Mas isso não amenizava os grandes problemas futuros que uma pessoa poderia ter por conta disso. Não amenizava os vícios e a dependência diária que uma coisa tão pequena e passageira conseguia causar.

- Amigão, eu já disse, se continuar fumando esse negócio aí, acabará ficando doente. - parada em frente à porta, falei, enquanto cruzava os braços e soltava um pequeno sorriso, observando-o. Embora a cozinha se encontrasse quase que completamente escura, sendo iluminada somente por algumas pequenas velas digitais encima da mesa, consegui observar os botões desabotoados de sua camisa social branca e o modo como ele parecia estar um pouco pensativo.

Então era isso o que ele costuma fazer nas madrugadas? Sentar em uma lugar qualquer, fumar seu último cigarro da noite e pensar, pensar, pensar, até sentir o cansaço adentrar sua e alma e enfim sentir a sonolência ataca-lo?

- Não se preocupe comigo. Como eu já disse antes, sei perfeitamente das consequências que isso me causará futuramente. - me encarando, ele tragou um pouco mais do cigarro, encarou a garrafa de vinho encima da mesa e, naquele momento, senti como se ele estivesse tendo uma batalha interna com si mesmo.

New security ❄ Im JaebumOnde histórias criam vida. Descubra agora