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DNA
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- Pode repetir, por favor? - pedi pela segunda vez, observando o médico com uma expressão de choque e dor mais que nítida.
Não conseguia acreditar no que meus ouvidos haviam acabado de ouvir. Não conseguia assimilar aquelas palavras, embora fossem tão simples e claras em minha mente. Era impossível.
Respirando fundo, como se aquela pergunta fosse normal, o homem de quase trinta anos encarou a prancheta marrom em suas mãos e falou:
- Sinto muito, senhorita Wright, mas seu sangue não é compatível.
- Mas doutor, como isso é possível?
- Fizemos os testes e não houve compatibilidade - explicou, calmo. - Até esse ponto tudo bem, mas então, logo em seguida, notamos que tanto seu dna quanto o dna do seu pai são diferentes.
Mesmo com sua voz suave, não havia qualquer tipo de compaixão emanando pelo médico. E talvez, muito possivelmente, isso fosse uma causa dos longos anos trabalhando com tantos desastres. Com todas essas situações desesperadoras. E com todos os pedidos de ajuda.
- Então basicamente isso quer dizer...
- Que você não é filha dele. Sim, é exatamente isso - concluiu, acenando.
- Mas...
Sem conseguir terminar minha fala, senti as mãos do meu segurança apertarem levemente meu ombro, enquanto tentava me confortar e o encarei.
Eu não sabia como me sentir em relação a isso. Dor? Traição? Coisas como estas me fariam ser uma filha ingrata. E eu não queria ser ingrata. Pelo contrário, queria ser uma pessoa madura. Ainda mais quando o homem, que mesmo não sendo mais meu pai biológico, havia me criado tão bem apesar das minhas rebeldias frustrantes.
- Sabe, isso não é algo a se estranhar - o médico voltou a falar. - Algumas famílias de boa condição financeira adotam crianças quando ainda são muito pequenas e nunca contam este fato para elas. Então vivem a vida toda juntos, felizes, até algo assim ocorrer e a verdade vir à tona. São nada mais que consequências.
Enquanto escutava-o falar, instantaneamente, a lembrança da mamãe veio em minha mente. Eu estava conturbada. Se Holden não era meu pai, isso também significava que a mamãe... a mamãe também não era minha mãe? O quão doloroso era tudo isso?
- Bem, tanto faz - murmurei, tentando não demonstrar a dor crescente em meu peito.
- Como assim, senhorita Wright? - o médico pareceu confuso.
Quando chegamos no hospital, minutos atrás, havia indagado para os médicos e enfermeiras a situação de papai. Receosos, todos falaram que eu deveria me acalmar, mas que era grave. Muito grave.
Neste exato momento, eu não me importava com o fato de não ser sua filha. Ou melhor, eu não deveria me importar. Neste exato momento, tudo o que realmente era significativo, tudo o que era de importância relevante, era o fato de que ele precisava ser salvo. E para isso, alguém de bom coração tinha de fazer a transfusão de sangue a tempo, antes que fosse tarde demais.
- Existe outro doador por perto? Alguém compatível? - perguntei, ignorando as lágrimas que ameaçavam cair. Eu precisava ser forte e chorar não mudaria nada a situação atual. - Ele ainda precisa da doação. E não temos tempo.
- Algumas enfermeiras estão verificando a lista agora mesmo. Talvez tenha, mas é difícil encontrar um doador tipo O por aqui.
- Pensei que fosse o tipo sanguíneo mais comum.
- E é. Mas é diferente quando as pessoas não fazem doações de sangue. Mesmo que seja comum do lado de fora desse hospital, por dentro, é escasso. E estamos em falta - falou.
É engraçado como lembramos das coisas em tempos de desespero.
No passado, mamãe vivia murmurando sobre como era importante ter uma vida saudável e ser capaz de ajudar alguém com esse tipo de coisa. Doar sangue.
Mas eu nunca dei muita bola.
Hoje, entretanto, cá estava eu, completamente desesperada. É, talvez todas as coisas ruins acontecendo comigo e ao meu redor, fosse nada mais que consequência dos meus pensamentos e atitudes. Da minha falta de gratidão.
Não era capaz de fazer a doação já que meu sangue era AB, mas desejava, no momento, com todas as minhas forças, que alguém fosse capaz.
- Acabou de falar tipo O, não foi? - de repente, Jaebum indagou, enquanto observava o médico.
Tinha feições tão cansadas por causa do longo tempo de voo e descanso quase inexistente mas, ainda assim, possuía uma disposição incomparável quando se tratava de me proteger.
- Isso mesmo - acenou, desconfiado. - Por que?
No mesmo segundo, antes de ser capaz de responder, uma maca passou por nós rapidamente, levando consigo o olhar de todos em volta. Em seguida, uma mulher correu atrás da mesma, mas foi detida por alguns enfermeiros, que seguraram-a numa tentativa de impedir que ela despencasse no chão e levaram-na para uma das cadeiras do local, tentando acalmá-la.
Vida e morte... Morte e vida...
Tudo isso era inevitável e, ainda assim, não menos reconfortante.
- Posso fazer a doação - o segurança voltou a falar, notando que meu olhar ainda se encontrava seguindo a maca pelo corredor. - É meu tipo sanguíneo. Eu posso doar.
O médico parecia tão surpreso quanto eu ao ouvir isso.
- Se esse é o caso, precisamos fazer isso rápido. Cada segundo é importante para manter seu pai estável, senhorita Wright - falou e, em seguida, encarou o segurança. - Qual seu nome mesmo, jovem?
- Jaebum. Im Jaebum.
- Ótimo. Venha comigo, precisamos fazer os exames
O segurança começou a dar passos firmes atrás do médico e, por impulso, antes de ser capaz de sobrar o corredor e sumir da minha visão por alguns minutos, fui atrás dele e segurei seu pulso levemente. E mesmo sem falar uma palavra sequer ou perguntar algo, ele disse:
- Ele faria o mesmo por mim, Nalu.
- Como tem certeza disso?
- Porque é o seu pai.
- E poderia ser qualquer outra pessoa.
Jaebum se aproximou de mim, passando a mão por meu cabelo levemente e afastando uma mecha de cabelo do mesmo, pondo-a atrás da minha orelha. Então sorriu. Um sorriso leve, sincero, mas cansado. Por que ele fazia tanto? Por que era tão amável?
- Exatamente - murmurou, gentilmente. - Ele faria isso com qualquer outra pessoa também.
- Você vai ficar bem?
- É claro que vou. Eu não posso morrer, lembra? Ainda preciso proteger você.
Com um rápido beijo na minha testa, ele se afastou, deixando-me sozinha no corredor.
E eu nunca me senti tão receosa com isso.
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bomba nossa de cada dia ahahahahah
amo vocês!!!
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New security ❄ Im Jaebum
FanfictionNalu Holyn Wright é uma garota mais que astuta. Filha do tão reconhecido prefeito da cidade e ainda no início de sua vida adulta, entretanto, ela não é nem um pouco responsável. Após a morte de sua mãe, a menina passou a viver sua vida como se foss...