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Sem você

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Quando comecei a correr, desci as escadas de forma tão rápida que quase escorreguei no último degrau. Por sorte, no entanto, não caí. Eu ainda usava o vestido apertado do casamento, o que tornava correr desesperadamente um ato mais complicado do que de fato era.

Passei pela sala sem olhar para trás, enquanto segurava a arma, chaves do carro e meu celular, que havia pegado segundos antes de sair do quarto e observar meu segurança com o homem de olhos azuis como o mar.

Isso era insano. Mas ainda assim eu precisava continuar. Precisava correr em direção a garagem e esperar os malditos cinco minutos.

Dobrando o corredor a esquerda, encontrei a porta que dava acesso a garagem, mas ela estava completamente trancada. Tentei então empurrá-la e até mesmo atirar na maçaneta numa tentativa de abri-la, mas foi em vão. Desesperada, corri para o lado de fora da mansão e comecei a apertar o botão automático do portão, para que a mesma fosse aberta. E funcionou, graças ao céus. O único problema era a lerdeza.

- Anda, vai rápido! - apertei várias e várias vezes, sentindo o nervosismo crescer diante de todo o meu corpo. - Mais rápido, droga! Por favor!

Era como se o portão de metal estivesse em câmera lenta, assim como tudo em volta. Minhas atitudes, o vento gélido, o balançar do mar, as vozes em minha mente... Tudo era lento. Mas o tempo continuava passando, deixando-me aflita. E eu tinha medo.

Ao abrir-se, depois de longos segundos esperando, para minha surpresa, não havia somente um carro dentro. Na verdade, eram exatamente oito e, embora a mansão de Cleo fosse enorme, sua garagem era igualmente grande. Sem exageros.

Com as mãos trêmulas, encarei todos os modelos postos em filas perfeitas e lembrei-me do controle mantido na chave. Apertando-o, escutei um rápido bip, seguida de uma luz piscando duas vezes. Vinha do outro lado da garagem, perto da porta que encontrava-se trancada. O carro preto. Era aquele cujo eu deveria entrar.

Correndo em direção a ele, ouvi o barulho da porta chocando-se muito possivelmente com o corpo de alguém e a mesma se abrindo bruscamente. Estava na metade do caminho e foi nesse momento em que me abaixei, escondendo-me no quarto carro, que era amarelo e lembrava-me do bambobi.

- Sei que está por aqui, garotinha - alguém disse.

Por algum motivo, reconheci a voz vinda de algum lugar da escura garagem, mas não sabia exatamente quando havia escutado-a. Parecia mais como uma lembrança distante. Uma lembrança de quando eu era apenas uma criança. Mas era familiar. Muito familiar. E isso causou-me arrepios por algum motivo.

- Papai mandou buscá-la e, sinto muito, não posso desacatar suas ordens - a voz disse outra vez, dessa vez, em coreano.

Por que eu sentia tanto que reconhecia essa pessoa? Por que era tão familiar? Eu não sabia.

- Não quer sair? Tudo bem, então eu mesmo vou encontrar você.

Os passos voltaram a ser audíveis novamentes e tentei acalmar minha respiração, que estava descompassada por causa da correria e nervosismo. Mirando minha arma para frente, tentei encontrá-lo diante daqueles carros, mas não havia nada. Não havia ninguém.

Visivelmente, ao menos. Mas ele estava aqui, era óbvio. Apenas aguardava minha falha para me capturar e eu deveria ser esperta para não me dar ao luxo de cometer uma.

New security ❄ Im JaebumOnde histórias criam vida. Descubra agora