22 Capítulo

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Uma vez li uma frase em um site, que dizia exatamente assim: Por que tanta presa se a beleza está no percurso? Reduza a velocidade.

   Por que tanta presa? porque a presa é necessária, e reduzir a velocidade nem sempre é o melhor caminho. Você precisa sentir a adrenalina, o vento batendo no rosto, aquela corrida que vale sua vida, para poder viver bem.

       Abri os olhos lentamente. Vendo o brilho da luz no meu olho, me fazendo fecha-los novamente.

- Ela acordou - escuto a voz de Scott.

- É eu vi - Escuto o tom irônico de Estêvão e dou um meio sorriso com os olhos fechados.

Tento abrir os olhos novamente, a luz menos pior do que antes, sinto um pouco de dor na barriga, mas nada comparada a  que estava sentindo antes. Quando abro ele totalmente, fico observando o teto, depois olho pra baixo e vejo que estou com aqueles vestido de hospital horríveis com uma coberta me cobrindo.

- Acho que ela ta tentando se achar - Scott diz.

- Você as vezes fala umas coisas idiotas em cara - Estêvão diz, então procuro por eles, e vejo eles do meu lado, olho para Scott e sinto uma dor me lembrando de tudo, depois olho para Estêvão ele coloca a mão sobre a minha e Scott observa.

- Você ta bem? - Scott pergunta.

Mas eu só observo ele, sem dizer nada. Me lembro de tudo, e vejo que ele está com outra roupa o que significa que voltou para casa. Seus olhos azuis estão vazios.

- Me da água? - digo ouvindo minha voz rouca, olho para Estêvão.

- Vai fazer algo produtivo? - Estêvão diz olhando pro Scott, ele não diz nada e sai atrás de água.

- O que aconteceu comigo?

- Perdeu o neném - diz de uma vez só, meus olhos enchem de água.

- Você é péssimo para da noticias ruins sabia? - digo e ele acaba rindo, me fazendo ri também, mas sinto uma dor, então paro.

- Desculpe - ele diz - mas você vai ficar bem, amanhã já vai está cem porcento, se Deus quiser. Perdeu bastante sangue, mas ainda bem que conseguiu chegar aqui a tempo.

- E a festa na casa dos Realize?

- Não vamos, você vai mandar o dinheiro e explicar em um bilhete que ficou doente. E pronto.

- Mas não vamos nem ver a queda deles.

- Não tem problema, eles vão cair de qualquer jeito, você vai ter a oportunidade de ver depois.

- Ta bom - digo e logo depois Scott entra no quarto com um copo de água, Estêvão beija minha testa e sai do quarto. Scott me da o copo, eu aperto o botão para a parte da cabeça da cama, levante. E quanto to bem inclinada, começo a beber a água, cheia de sede.

- Achei que não ia acorda - Scott diz.

- Vaso ruim não quebra - digo seca, depois de beber tudo, coloco o copo do lado da cama.

- Por favor, não fica assim comigo.

- Assim como?

- Com raiva - diz com a voz cortante - Não sabia que ia aparecer lá do nada.

- Não quero falar sobre isso.

- Você sabe o que aconteceu com você?

- Que perdi o neném? Sei - digo seca, mas sentindo uma dor horrível por dentro.

- Era meu Sofia?

- Não sei, ser puta é um trabalho difícil sabia? Muita gente que transamos ai no final não se sabe de quem é quem.

- Para com isso - diz estreitando os olhos.

- Só transei com você, então, se não era seu, não sei de quem era.

- Mas como assim? Você não tomava remédio?

- Se você quer dizer que queria dar um golpe em você, juro que é melhor você sair do quarto.

- Não - ele diz pegando minha mão, que estão super geladas - Eu não acredito que ia ter um filho.

- Ia - digo e não consigo mas aguentar ser amarga, meus olhos me entregam e lagrimas descem por eles.

- Quem fez isso com você?

- Não vou te dizer nada, agora você não faz parte da minha vida.

- Você sabia que estava grávida?

- Claro - digo irônica.

- Desculpa - ele aperta minha mão e começo a chorar de novo.

- Vai embora por favor Scott? - peço chorando.

- Não - ele diz me olhando, seus olhos cheios de lagrimas - vou ficar com você.

- Eu quero ficar sozinha.

- Sofia, eu amo você - Scott diz, dessa vez chorando - eu sei que te magoei, mas eu não queria ter feito isso.

- Uma vez é uma coisa querido - digo seca - agora duas vezes? Não. Ai já é sacanagem.

- Eu queria ter você pra mim - suas lagrimas descem por seu rosto e começam a cair nas nossas mãos - eu daria tudo por você, se soubesse que estava grávida não teria deixado você sozinha, nem teria deixado ir embora.

- Nem eu sabia que estava - digo tentando controlar as lágrimas - mas agora já acabou. Você ta livre pra seguir sua vida.

- Eu não vou te deixar sofrendo, vou te dar outro filho - ele diz me olhando sincero - quantos você quiser. Lindos como você.

- Por favor, me deixa um pouco - peço pra ele.

- Não faz isso comigo Sofia...

- Digo o mesmo, você já fez muito por mim. Obrigada, agora me deixa sozinha por favor. Vai pra sua casa, cuide dessa vez da Maria, e tenha filhos com ela - digo sincera e com um ódio por dentro - agora sai do meu quarto.

- Por favor..

- Saí - falo mais alto então Estêvão entra e olha para Scott. Scott beija minha mão e vai, passando por Estêvão. Quando ele se vira indo junto eu o chamo - Não me deixa aqui, me faz companhia?

- Claro - Estêvão se vira para mim e vem ficar ao meu lado - Vou ficar quieto, juro.

- Pode começar - olho para ele, e ele fica calado, procura minha mão e segura. E ficamos lá, eu fecho os olhos e imagino o filho que poderia ter  ainda dentro de mim. A raiva por Billy fica duas vezes pior, mas tento esquecer dele nesse momento. Só fico com os olhos fechados, pedindo pra tudo isso ser um sonho ruim.

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