Capitulo 7

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Ethan acariciou a mão de Elizabeth por mais uma vez.
— É por isso que nunca confio em primeira impressões — disse levantando-se — Aquela mulher elegante com um sorriso lindo escondia algo muito ruim dentro de sí.
Preciso ir agora, tenho que limpar todo o corredor do primeiro andar. Mas prometo voltar ainda hoje e te contar um pouco mais.
Vou te deixar um pouquinho curiosa até lá — Ethan saiu do quarto e fechou a porta.
Haviam alguns outros funcionários por ali, o que era bem raro de acontecer. Certamente devido a grande movimentação causada pela vacina.
Desceu as escadas e ao chegar no primeiro andar deparou-se com o corredor cheio de pessoas que se amontoavam em uma fila. Todas sendo atendidas, uma a uma pelo doutor Eliote e suas enfermeiras.
Margareth estava com sua típica cara de tédio vendo pessoas indo e saindo da sala do doutor, pelo visto o dia seria bem mais chato do que o normal.
Ethan não perdeu tempo e começou a varrer, mas era em vão já que quanto mais varria, mais sujeira aparecia devido ao grande número de pessoas.
Enquanto fazia suas coisas perto a recepção pode ouvir claramente alguém falar o nome de Elizabeth.
Se virou para ver quem era e avistou um jovem alto e bem vestido, ele estava conversando algo com Margareth e em seguida andou pelo corredor indo em direção as escadas.

— Quem é ele?— Perguntou Ethan aproximando-se da recepção.
— Nolan alguma coisa, tem um sobrenome estranho.
— E onde ele está indo? Pensei ouvir o nome da Elizabeth.
— Sim, estávamos falando dela. Ele está indo até seu quarto a visitar.
— Mas por que? É algum parente querendo ajudar?
— Lembra do namorado que tinha a abandonado? Então, é esse.

Ethan olhou novamente para o corredor, mas Nolan já havia desaparecido do seu campo de visão.
— Vou voltar a fazer meu trabalho — disse ele voltando a limpar o chão. Mas a todo momento esperando uma distração de Margareth para poder ir até o segundo andar.
E esta oportunidade logo apareceu quando a recepcionista começou a conversar com um homem calvo que acabará de chegar no hospital.
Ethan andou rápido pelo corredor segurando a vassoura, subiu as escadas correndo e logo se viu no segundo andar. Andou ate o quarto de Elizabeth e a porta estava aberta, passou perto a ela e fitou tudo lá dentro.
Nolan estava parado perto a cama da moça, com a mão sobre o rosto dela e aquilo causou ódio a Ethan que começou a varrer o chão, para não dar a impressão de estar observando. Pressionou a vassoura contra o piso com tanta força que quase a quebrou.
Aquele homem não tinha o direito de estar naquele hospital, não depois de abandonar Elisabeth para morrer, pensava Ethan ainda olhando aquela cena.

— Preciso que se retire — pediu Ethan adentrando no quarto, a raiva falou mais alto que a razão.
— Não vê que estou fazendo uma visita?
— Isso não me importa, não perguntei nada. Apenas saía para que eu possa fazer o meu trabalho.

Nolan olhou para Ethan de cima a baixo e sorriu.

— Trabalho honroso o seu.
—  Saía agora.
— De qualquer forma eu já fiz o que queria fazer aqui, e fale com mais educação. Não vai querer arrumar problemas, ou vai? — Perguntou Nolan dando outro sorriso enquanto passava por Ethan.
— E você não vai querer voltar aqui novamente.
— O que disse?
— Não volte aqui — Ethan virou-se e ambos ficaram de frente, Nolan era alguns centímetros mais alto.
— Não estou entendendo, quem é você para dizer se eu devo ou não voltar aqui?
—  Por que voltaria? Já não à abandonou uma vez?
— Do que esta falando?
— Elizabeth, a abandonou aqui, por que voltou agora?
— Quem te disse isso? Afinal o que você é ou era dela? Parente? Amigo? E mesmo que fosse não é da sua conta minha relação com ela. Tenho mais o que fazer.
Nolan deu as costas e andou rumo as escadas. Ethan imaginou cinco maneiras possíveis de o matar ali mesmo:

1 - O empurrando das escadas para que rolasse e quebrasse o pescoço.

2 - Quebrar o cabo da vassoura e usar a ponta afiada para atravessar sua cabeça.

3 - O derrubar no chão e dar diversos golpes em seu rosto até causar um traumatismo.

4 - Dar um golpe tão forte em sua garganta para que ela se fechasse e Nolan morresse sem ar.

5 - Atravessar o seu peito com sua mão e esmagar seu coração como carne moída.

Mas não fez nenhuma, ficou observando-o descer as escadas e se perguntando o que ele havia ido fazer ali.
Voltou até o quarto de Elizabeth e verificou se ela estava bem, se seu ex-namorado babaca não havia a feito nenhum mau.
Havia uma flor perto ao travesseiro de Elisabeth, mas não ficou ali por muito tempo já que Ethan a esmagou com sua mão direita. Após fazer isso foi até a janela e jogou o que sobrou fora.

— Quem ele pensa que é para te abandonar e voltar aqui na maior cara de pau. Sinceramente não sei como você foi se apaixonar por um babaca como esse — Ethan olhou fixamente para Elizabeth — Se você consegue gostar de um cara assim então consegue gostar de qualquer um, eu não vou deixar você voltar para ele. Não é da minha conta mas ele te deixou aqui sozinha por um mês inteiro, vai saber se não estava com outra. Ou talvez não, talvez estivesse muito ocupado e eu estou o julgando mau, não sei. De qualquer forma se você acordar a decisão será sua, vou voltar a fazer meu trabalho e antes de ir embora eu passo aqui novamente para te contar um pouco mais sobre mim, e ver se você está  bem.

Ethan deixou o quarto e fechou a porta, mas não sem antes olhar para Elisabeth novamente enquanto a porta se fechava. Estava indeciso e ao mesmo tempo curioso, queria saber mais sobre Nolan e seus objetivos indo ali, ou até mesmo o que andou fazendo todo esse tempo que não a visitou.
Em sua mente viu duas possibilidades, Nolan estava todo esse tempo tentando arrumar uma maneira de ajudar Elizabeth, ou simplesmente havia a abandonado.
Rezava para que sua primeira hipótese estivesse errada, pelo contrário ele poderia desistir de algum dia chamar Elizabeth para sair caso ela acordasse.

Ethan voltou ao primeiro corredor e tudo por ali continuava movimentado, e mais sujo pelo que havia visto. Nolan já não se encontrava mais naquele hospital, notou Ethan fitando cada um a sua frente.
Margareth atendia algumas pessoas perto a três crianças e ela sorria, o que era bem raro de acontecer. Ethan se perguntava sobre o que estavam falando, mas logo sua mente foi ocupada pelo trabalho que o esperava.
As horas pareciam não passar e aquilo o estava deixando inquieto, limpava de um lado para o outro, da esquerda para a direita e depois repetia o ato novamente. Limpou as janelas, o balcão da recepção, os bebedouros e aos poucos o hospital começava a se esvaziar.

— Ethan — Chamou Margareth.
— Sim — disse ele indo em direção a ela, havia apenas mais um homem saindo do local, finalmente tudo estava em paz novamente.
— Aproveite e vá até a sala do doutor para poder se vacinar também. Não vai querer perder o emprego por causa de um resfriado, ou vai?
— Mas..
— Sem reclamações — Ela rodeou o balcão e segurou no braço de Ethan, em seguida saiu o puxando pelo corredor indo em direção a sala do doutor. Na porta havia uma enfermeira e esta falava com alguém lá dentro.
— Me puxar não era necessário.
— Eu disse sem reclamações — Eles adentraram na sala e o doutor estava parado perto a algumas prateleiras de remédios, parecia procurar algo.
— Doutor, preciso que cuide desse aqui também — Disse Margareth largando o braço de Ethan e dando as costas para sair da sala.
— Educada como uma pedra — Murmurou Ethan baixinho para si mesmo.
— Eu ouvi isso.
— Quer se sentar ou prefere de pé? — perguntou o doutor pegando uma seringa e um vidrinho transparente, deste retirou uma pequena dose enquanto se aproximava de Ethan.
— Em pé.
— Não tem medo de seringas, ou tem?
— Não —  sua mente era bombardeada por lembranças envolvendo aquela situação, não era medo, simplesmente recordações ruins.
— Isso é bom.

Ethan levantou a manga da blusa e em alguns segundos estava vacinado.

A Garota Em ComaOnde histórias criam vida. Descubra agora