Capítulo 23

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— Nós não deixamos o exercito, fomos expulsos.
— Você foi expulso.
— E você não foi?
— Fui afastado, é diferente.
— Achei — Kathy finalmente havia encontrado a rua certa e aproveitou para parar o carro próximo a uma loja de doces.
— Por que paramos? — perguntou Julian.
— Você quer bater na porta da casa com o carro? — Ethan debochou e aquilo fez Kathy rir.
— Exato, não podemos bater com o carro. Então vamos sair e procurar a casa certa.
— Vocês podem ir, eu vou ficar aqui no carro — disse Julian.
— Por que? — quis saber Ethan.
— Se forem só vocês dois vai ser mais rápido, e alguém precisa cuidar do carro afinal não sabemos como essa gente daqui é.
— Não tem problema se você vir, não estamos com tanta pressa assim.
— Eu vou ficar, Ethan. Já me decidi.
— E se você roubar meu carro?— Kathy se virou para Julian.
— Esse ai deve estar querendo roubar é seu coração — Ethan adorou falar aquilo para deixar Julian envergonhado.

— Está doido é? — Julian questionou mas foi em vão, a única coisa que pode fazer foi observar Ethan e Kathy saírem do veiculo rindo.
— Relaxa Julian, estamos apenas brincando, apenas brincando — Disse Ethan olhando a cara de ódio do amigo através da janela do veiculo.
— Devia ser comediante.
— Voltamos logo.
— Eu espero que não.

Kathy encarou os jogo de casas a esquerda da rua, notando um grande problema.

— Ethan — ela o chamou.
— O que?
— As casas, não estou vendo os números.

Ethan analisou de longe e também não foi capaz de encontrar os números de cada residencia.

— Vamos ter que bater em todas.
— É, vamos mesmo.
— Bom, então o que ainda estamos fazendo parados aqui?
— Era o que eu ia perguntar! — gritou Julian levanto a cabeça para fora da janela.
— Não enche — Ethan falou, enquanto pensava em qual casa bater primeiro.
— Ethan enquanto você se decide eu vou ir ali naquela loja de doces.
— Tudo bem.

Aquele lugar pacato e calmo fazia Ethan se recordar da pequena vila onde ia todas as manhãs carregando litros de leite. Era nostálgico, reconfortante e assustador ao mesmo tempo. Mas ele não tinha tempo para ficar ali revivendo seu passado, precisava concluir seu objetivo o mais rápido possível pois havia uma vida dependendo daquilo.
Encarou uma casa de dois andares do outro lado da rua, esta ficava próxima a algumas arvores, possuía um cercado branco e era bem pintada.
Ethan atravessou a rua, após um carro branco passar e na passarela havia um menino brincando com um pedaço de pau e uma latinha.
Ethan parou perto a portinhola e fitou a porta da casa a alguns metros.
— O que você quer? Veio vender algo? Não gostamos de vendedores — disse o menino chamando sua atenção.
— Você mora aqui?
— Sim, vá embora e não perturbe.

Ethan estranhou a maneira como aquela criança de cabelo castanhos falava com ele.

— Preciso de uma informação e para isso preciso conversar com as pessoas que moram nessa casa.
— Eu não ligo — o menino largou a pedaço de pau e ficou encarando Ethan fixamente.
— Qual é garoto, você quer doce é? — Ethan tentou parecer durâo então imitou o jeito de Julian falar.
— Você não pode entrar ai.
— Por que?
— Foi nessa casa onde me mataram a dois anos. Agora entende Ethan — o menino deu um sorriso macabro e aquilo fez Ethan ter calafrios.
— Como sabe o meu nom...

Antes que fizesse a pergunta o menino começou a rir.

— Que idiota, você acreditou.
— Dick! — alguém chamou o menino, era sua mãe que assistia a tudo da janela na casa ao lado — não esta perturbando o moço, está?
— Claro que não, mãe.
— Como sabe o meu nome? — Ethan enfim conseguiu fazer a pergunta.
— Eu vi quando você desceu do carro e fiquei escutando o que conversavam.
— Então você não mora nesta casa?
— Não, ninguém mora ai. Essa casa está a venda a um tempão.
— Ethan — Kathy aproximou-se segurando uma sacola — já fez um amigo.
— Que moça bonita.
— É muita areia pra você, criança.
— Deixa o menino me elogiar Ethan, e você é? — ela se virou para o menino.
— Meu nome é Dickson.
— Você gosta de doces Dickson?
— Sim.
— Então vai ganhar um por ter bom gosto — ela começou a revirar a sacola.
— Bom gosto? — Ethan perguntou, tentando provocar Kathy.
— Shiuu você.

Ela entregou um doce ao menino que agradeceu e voltou para sua casa, mas não sem antes pegar sua latinha.

— Bom, pelo menos ele me poupou de ficar chamando nessa casa.
— Porque? Não tem ninguém nela?
— Não. Está a venda.
— Então vamos para a próxima.
— Vamos.
— Antes me diga, você sabe o nome dessa mulher?
— Que mulher?
— A avó de Elizabeth.
— É.. Eu não perguntei a Margareth.
— Meu Deus Ethan, você é muito burro.
— Como eu iria lembrar de perguntar o nome?
— Como assim??? O nome é a parte mais importante para se encontrar uma pessoa.
— É vó ue, vó da Elizabeth.
— Eu mereço, vamos logo.
— O que eu fiz? — Ethan riu da própria desgraça enquanto seguia Kathy rumo a próxima residência.

Eles passaram pela casa de Dick e de relance puderam ver o garoto pela janela aberta da casa.
– Será que a mãe dele sabe de alguma coisa? – Perguntou Kathy parando de andar.
— Quer perguntar?
— Você pergunta e eu sigo para a próxima casa.
— Certo.

Kathy continuou a andar e Ethan seguiu em direção a porta da casa mas alguém a abriu antes que ele pudesse bater. Era Dick.

— Você de novo — reclamou o menino.
— Não enche. Preciso falar com a sua mãe.
— Ah pronto, agora quer ser meu novo pai?
— Não. Não mesmo, isso eu não suportaria — Ethan riu encarando a reação emburrada do menino.
– Sorte a minha.
– Chame sua mãe para mim.

Dick recusou de inicio mas em seguida se virou para trás.

— MÃE! TEM UM CARA AQUI ME ASSEDIANDO! — ele gritou e em seguida voltou correndo para dentro de casa enquanto ria. Ethan ficou sem reação diante daquilo e a única coisa que pode fazer foi olhar para todas as direções para ver alguém havia escutado aquilo.

A Garota Em ComaOnde histórias criam vida. Descubra agora