A Garota Em Coma

Capitulo 20

Cinco minutos depois...

Ethan adentrou rápido na casa de Kathy, chamando a atenção de todos.
— A polícia esta vindo, vão encontrar as drogas, corram! — gritou, fingindo estar desesperado.

Todos os presentes travaram uma guerra indo em direção a saída, Ethan ficou perto da parede, apenas observando a casa esvaziar e logo não restava mais ninguém além dele e das pessoas que ainda cruzavam a rua, olhando de um lado para o outro. Vendo se haviam saído a tempo antes da polícia chegar no local.

Foi fácil.

Pensou Ethan, se perguntando se realmente haviam algum tipo de droga na festa.
Minutos depois ele fechou a porta pelo lado de fora e andou até chegar em sua casa, estava com saudades do lar e de nebulosa.
Abriu a porta e acendeu a luz da sala, sua gata dormia no sofá.
— Que inveja.
Andou até seu quarto e programou o despertador para as seis e meia da manhã. Rezava para que Kathy estivesse recuperada para o ajudar ao amanhecer.
Deitou na cama e ficou alguns segundos pensando em como seria se tivesse Elizabeth deitada ao seu lado.
Ethan acabou dormindo e diferente das outras vezes ele não teve nenhum pesadelo, mas também não sonhou com nada. Apenas dormiu.
Despertou horas depois com Nebulosa esfregando os pelos em seu rosto, o que o fez espirrar.
— O que você quer agora? — perguntou com a voz sonolenta.

Sentou-se e o relógio marcava 06:10. Voltar a dormir seria algo irracional já que em pouco tempo teria que levantar novamente. Estava nervoso e com medo, não sabia que surpresas o dia havia lhe reservado em relação a Elizabeth.
Tomou seus remédios e ao terminar de fazer isso alguém bateu na porta. Ficou intrigado com aquilo pois não fazia ideia de quem pudesse ser naquele horário. Trocou um olhar com nebulosa que ainda continuava na cama e em seguida se pôs a caminhar até a sala.
Destrancou a porta e se deparou com Kathy. Está estava bem arrumada e seu rosto resplandecia um brilho inigualável.
— Oi — disse ela dando um sorriso.
— De todas as pessoas, você era a única que eu não esperava ver aqui nesse horário.
— Não me pediu ajuda caralho?
— Sim, mas ainda não deu a hora e a ultima vez que te vi você estava desmaiada de bêbada.
— Isso acontece as vezes, mas como pode ver estou linda e radiante. Pronta para salvar a vida do seu amor épico — ela falou com ironia.
— Já estou me arrependendo.
— Ah não seja um bundão irritante Ethan, apenas relaxe.
— Relaxar não é o meu forte. Entre.
— Não vai me amarrar no porão ou algo parecido, vai? — perguntou Kathy adentrando na residência.
— Não tenho porão e por favor né, prender você seria uma tortura maior que o inferno. Já imaginou, você falando e falando, gritando e berrando. Misericórdia.
— Está dizendo que eu não sou uma boa refém?
— Esqueça isso, quer comer ou tomar alguma coisa?
— Pela sua cara, aqui só deve ter  café com leite.
— Café, porque o leite é da Nebulosa.
— Nebulosa?
— Minha gata.

Nebulosa apareceu na sala vinda do quarto de Ethan. A felina teve a Impressão de ouvir seu nome e foi pessoalmente conferir.
— É esta? — perguntou Kathy, apontando para o animal.
— Obvio, mas tome cuidado por que ela é raivosa.
— Serio?
— Não, na verdade é bem dócil — Ethan sorriu — vou me arrumar, volto em alguns minutos.

Kathy andou até Nebulosa e pegou a gata no colo.
— Deve ser um porre ter um dono como o Ethan, vou te levar para casa.
— Não vai não! — gritou Ethan de seu quarto.
— Veremos — sussurrou Kathy dando um sorriso maroto.

Minutos depois Ethan retornou a sala, desta vez estava arrumado e totalmente preparado para a pequena jornada que o esperava. Nada e nem ninguém poderia o impedir de concretizar seus planos.
— Uau, olhe para isso Maculosa, nem parece aquele seu dono destrambelhado de antes.
— É Nebulosa sua anta e sim, eu sou muito estiloso, obrigado — disse Ethan cruzando a sala como se estivesse em uma passarela de desfile.
— Já pode largar o hospital e ir trabalhar em um circo — Kathy gargalhou.
— Solte a minha gata, você não é digna de segurar ela com essas mãos imundas.

Kathy mostrou lingua e em seguida ambos saíram da residência. Ethan deixou uma boa porção de alimento para Nebulosa e ela ficaria super bem até o seu retorno.
— Agora vamos até a casa de um amigo.
— Amigo? Você tem amigo? — Perguntou Kathy debochando enquanto ambos aproximavam-se de seu veículo.
— Sim, tenho um.
— Isso sim é algo surpreendente. O que vamos fazer lá?
— Chamar ele para ir junto. Seu nome é Julian.
— Você citou esse nome ontem, eu acho.
— Citei? A única coisa que me lembro de ontem é de você passando vergonha — Ambos adentraram no veículo.
— Fala logo a direção da casa desse seu amigo e pare de me encher o saco.
— Ele não mora longe. É mais perto do que imagina, é só seguir reto, virar a direita, depois a esquerda e a direita de novo.

Kathy deu partida no veículo e começou a percorrer as ruas que Ethan havia lhe dito. O bairro estava silencioso e algumas poucas pessoas deixavam suas casas para seguirem para seus respectivos empregos.

— Em qual dessas casas?
— Siga para o final da rua, é uma das últimas.
— Quanto tempo vamos demorar nessa su viagem?
— Algumas horas até chegar na cidade e algumas outras horas para encontrar a casa citada no endereço. Mas não se preocupe, estou com dinheiro para a gasolina e para a comida. Afinal você tem cara de quem come muito.
— Ao invés de se preocupar com a minha fome, idiota, não devia se preocupar com seu emprego? Não vão te demitir?
— Lógico que não. É apenas uma simples falta e su faço de tudo naquele lugar. Se me demitirem o hospital irá fechar as portas.
— Que convencido.
— Só a verdade.
— Conversa com mais alguém lá?
— Bom, tem a Margareth que é a recepcionista, Elizabeth e agora também tem o Beto. Este é um senhor de idade bem simpático e cheio de historias sobre seus animais e suas mortes sobrenaturais.
— Você disse ter uma doença certo?
— Sim.
— Um doente trabalhando em um hospital, isso não é engraçado?
— É complicado, isso sim.
— E você faz seu tratamento lá?
— Não, faço em outro hospital com um medico particular designado pelo exército.
— Ei Ethan, você fez muitas coisas lá no exército?
— Sim, bem loucas até. É aqui, pare o carro — Pediu Ethan fitando a casa de Julian pela janela do veículo.

Kathy obedeceu ao pedido de Ethan e parou próximo a penúltima casa a direita da rua.
— Eu volto ja – disse ele abrindo a porta do veículo enquanto fitava a porta da casa de Julian.
— Ok.