Capitulo 5

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Passado algum tempo Julian foi embora e Ethan rumou para a cozinha preparar algo para o jantar. Nos dias seguintes precisaria ir ao mercado pois a dispensa estava ficando vazia.
Decidiu fazer um pouco de sopa e enquanto procurava pelo macarrão pode ouvir alguém chamar seu nome, parou o que estava fazendo e fitou toda a cozinha, não havia ninguém ali mas a voz insistia em perturbar sua mente.
Ethan colocou as mãos na cabeça e fechou os olhos, tinha a total certeza de que aquilo era sua mente tentando lhe pregar uma peça. Foi para seu quarto e percorreu as gavetas a procura de seus remédios, estavam acabando e em breve teria que ir ate a farmácia, esta ficava apenas algumas ruas de distância.

Algumas Horas Depois

Ethan havia jantado e estava deitado em sua cama olhando para o teto como de costume.
— Ethan — uma voz feminina chamou sua atenção, ele sentou-se rápido na cama e olhou para todos os cantos do quarto. Elizabeth estava parada perto a porta, usava um longo vestido azul e seus cabelos loiros estavam soltos.
— Droga de doença infernal — disse ele esfregando os olhos e ao retirar as mãos do rosto ela havia desaparecido.
— Não sou uma alucinação — Elizabeth estava agora sentada ao seu lado.
— Isso não é real, eu sei que não.
— Por que não seria, Ethan? Eu estou aqui, olhe para mim.
— Você está em coma, em um hospital.
— Isso mesmo, devido a um acidente no trânsito. Mas mesmo eu estando em coma apareceu um pobre doente disposto a gostar de mim. Que deprimente, Ethan. Apenas me viu durante uma semana e já está gostando de mim?

— Saia da minha cabeça — Ethan levou as maos ao rosto novamente.
— Como vou fazer isso se você passa o dia inteiro pensando em mim? Não tem vergonha de ser tão ingênuo, um pobre coitado, Ethan? O que pensa que vai acontecer? Acha que eu vou acordar e simplesmente te amar — Ela deu uma leve gargalhada enquanto Ethan continuava com as mãos no rosto tentando se livrar daquela alucinação.
— Saia da droga da minha cabeça.
— Eu posso até acordar, e ai? Sabe o que vai acontecer depois, vou voltar para o meu verdadeiro namorado e você não passará de um funcionário naquele hospital, destinado a limpar e limpar. Você nasceu para ser um verme Ethan, admita. Agora está achando que poderia ter uma vida ou algo parecido comigo? O que alguém patético e doente como você poderá me oferecer? Isso mesmo. NADA.
— Isso não é verdade.
— NADA, NADA, NADA.

Ethan acordou assustado, olhou em volta e agradeceu por tudo aquilo não passar de um pesadelo, sentou-se na cama e ainda faltavam uma hora para o despertador começar a fazer barulho.
Ouviu algumas batidas na porta e estranhou aquilo, ninguém nunca batia em sua porta. Julian devia, mas ao invés de fazer isso ele sempre entrava sem avisar.
Ethan levantou-se com a visão ainda ofuscada e saiu do quarto.
Foi em direção a porta e a abriu, era uma jovem, usava uma calça preta de pano fino e uma blusa colada, bem decotada. Apesar de ter seios médios, aquilo ainda era bem chamativo. Seus cabelos eram pretos na altura do pescoço.
— Oi — Disse ela dando um largo sorriso — me mudei a alguns dias e não sei onde ficam os estabelecimentos desta cidade, poderia me ajudar? Me dizer em qual direção fica cada um? Minha dispensa está no zero e eu não quero passar fome.
— Se não conhece o lugar então como encheu a dispensa antes dela se esvaziar? - Perguntou Ethan, desconfiado.

— Eu trouxe no carro, da minha outra casa, da minha outra cidade.
— E por que escolheu logo a minha casa para pedir ajuda? Vejo muitas outras na vizinhança.
— Todas as portas são marrons, mas a sua não. Adoro padrões.
— Todas serem da mesma cor e a minha não, isso não é um padrão e sim uma diferença.
— Vai ajudar ou não?
— Onde você mora?
— Bem ali — Ela apontou para uma casa no fim da rua.
— A antiga casa da senhora McGonoew. Eu te levo até o mercado.
— Não poderia apenas dizer a direção?
— Prefiro levar.
— Você não é nenhum psicopata, ou é?
— Sou, por isso pintei a porta de uma cor diferente das outras. Para poder atrair vitimas.
— Acho que já vou indo...
— Está com medo?

A Garota Em ComaOnde histórias criam vida. Descubra agora