No fim de semana, eu estava exausta.
Eu falei para Adrien que eu iria escrever todos os nomes dos passageiros, assim caso tenha algum registro meu, apenas eu iria ver e não colocaria no trabalho. Assim eu conseguiria evitar o máximo o possível que me descobrissem.
Quando cheguei na casa dele, deveria ser uma hora da tarde. Toquei a campainha e esperei.
Um homem vestido com terno de marca atendeu. Ele era um pouco mais alto do que eu, continuava com os mesmos cabelos ralos e com a mesma cara fechada de quando eu o vi no hospital.
- Quem é você?- ele perguntou, ríspido.
Me esforcei para abrir um sorriso.
- Você é o senhor Lacosta, correto?- ele acenou com a cabeça, confirmando- Eu sou uma amiga do Adrien, seu filho. Estou para fazer um trabalho da escola.
- Meu filho não tem tempo para ficar com os amigos. Mas boa tentativa- ele disse enquanto fazia menção de fechar a porta. Eu fui rápida e a segurei.
- Estou falando sério, eu realmente vim fazer um trabalho da escola. Eu trouxe até umas cartolinas coloridas- apontei para a sacola enorme que eu carregava.
Ele resmungou alguma coisa que eu não consegui ouvir e bateu a porta.
Respirei fundo e toquei a campainha. Um longo tempo depois, a porta foi aberta, dessa vez por Adrien. O cumprimentei e este saiu da frente, me deixando com espaço para passar.
A sala da casa era grande. Um enorme sofá cinza estava encostado na parede e de frente para ele havia uma televisão. Duas das paredes eram cinzas, o que dava um ar de moderno ao local. Antes que eu pudesse observar mais o cômodo, Adrien pediu para eu deixar minha sacola de materiais no sofá. Assim que eu o fiz ele disse:
- Precisamos conversar- ele esperou uma resposta e como eu não dei uma, ele continuou- Você veria algum problema se nós saíssemos para tomar alguma coisa? Não acho que meu pai vá se importar muito.
Dei de ombros.
- Por mim tudo bem.
Andamos até uma cafeteria ali perto. Tinha um silêncio desconfortável na nossa mesa, mas eu não consegui pensar em nada não idiota para quebra-lo. Uma garçonete veio e trouxe um café para mim e um suco verde para ele. Quando ela foi embora, Adrien falou:
- Eu te devo um pedido de desculpas.
Tentei inutilmente esconder minha surpresa.
- Eu não creio que você me deva um- respondi.
Ele negou com a cabeça.
- Ainda acho que você deveria ter me apoiado, mas você tem um pouco de razão. Parece bastante absurdo e você não tem culpa de não acreditar, e eu te ignorar por isso não foi certo. Então me desculpe.
Não consegui evitar e sorri.
- Então estamos bem.
Ele sorriu.
- Estamos bem.
Voltamos a ficar em silêncio, mas agora ele já não era tão constrangedor. Embora eu não quisesse admitir, eu fiquei feliz que ele tinha voltado a falar comigo.
- Então aqui estamos nós- falei apontando para mim e para ele- sentados em um café, você tomando suco verde, como no nosso primeiro encontro...
Ele riu e levantou uma sobrancelha.
- Então você considera aquilo um encontro?
Corei.
- Cala a boca.
Ficamos ali, conversando até que nos expulsaram da cafeteria por não pedirmos nada para comer por uma hora.
Fomos para casa rindo por termos sido expulsos. Quando chegamos em casa, o pai de Adrien estava sentado mexendo em alguma coisa no seu computador. Assim que ele nos viu, desligou o computador e olhou com calma para o filho.
- Eu achei que tivesse sido bem claro com você Adrien- ele disse.
O filho baixou a cabeça.
- Sim, pai.
- Se a sua habilidade de me desobedecer fosse igual a sua de surfar, você seria bem melhor e bem mais famoso nesse seu "emprego".
- Pai, estávamos brigados, eu só...
- Eu disse que você não tinha tempo para sair com seus amigos, Adrien! Você perdeu a última competição. Se você escolheu essa profissão horrível em que você é horrível, pelo menos seja treine todos os dias para ser bom nela.
Pigarreei.
- Eu não acho que surf seja uma profissão horrível.
O senhor virou a cabeça.
- Mocinha, qual o seu nome mesmo?
- Amelia.
- Amelia, cale a boca.
Agora eu tinha ficado irritada.
- Não sei como Adrien consegue ser uma pessoa boa tendo você como influência. Pelo pouco tempo em que eu te conheci, tenho certeza que você é um péssimo ser humano.
- Você não entende nada menina.
- Não, tu não entendes! Adrien é muito bom em surf, e mesmo se não fosse... -parei assim que eu percebi que eu tinha falado "tu" ao invés de "você". Quando eu fico brava acabo falando assim. Aproveitei que ninguém tinha percebido para continuar- Acho que Adrien deve ter aprendido com a mãe como ser gentil.
O pai de Adrien virou de costas.
- Ele não pode aprender com pessoas mortas.
Falando isso ele se virou e foi embora.=)
Oi gente!
É, eu sei que eu demorei para postar. Bastante.
Eu tinha uns trabalhos da escola para fazer e semana que vem eu tenho provas então eu também estava estudando e acabou que não sobrou muito tempo para escrever. Só explicando isso para vocês mesmo. É isso, tchaaaaau!
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Por trás das ondas
FantasyElizabeth é forçada a se tornar uma sereia em 1900 para que seu irmão fosse poupado da morte. Cento e oito anos depois ela conhece um surfista, Adrien Lacosta. Ela descobre que o garoto é imune ao seus poderes de sereia e planeja ir fundo para desc...