Cap 12: Competição

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       A competição era em dois dias.
Eu, Adrien e o outro competidor, Leo, estávamos em um ônibus rumo a Orlando. Faltavam ainda umas três horas de viagem. Eu e Adrien estávamos conversando enquanto Leo, de fone de ouvido, olhava a paisagem.

   ***

      Cheguei no hotel e me joguei na cama. Já estava de noite e eu não dormi desde que subi no ônibus.
Repassei comigo mesma o que eu faria no treino de amanhã por um tempo, até que dormi.

   ***

      Vesti minha camisa de surf preta e me olhei no espelho. A competição era daqui uns vinte minutos. Seria transmitida em rede estadual, eu não podia me dar o luxo de parecer feia.
Ao chegar na praia, vi Adrien com Leo. Andei até eles.
- Preparados para eu ganhar essa competição?
Eles me olharam.
- Eu não estou com medo de você- disse Leo. Era a primeira vez que eu o ouvira falar- estou com medo deles.
     Olhei para onde ele apontava. Vários competidores se posicionavam em linha reta, representando várias cidades diferentes.
     - Vamos nos juntar a eles.-Adrien falou, sério.
     O locutor, que eu não conhecia, anunciou os nomes dos competidores. Quando ele chegou em mim e disse meu nome falso, Amelia Jones, sorri e acenei para as câmeras.
    Assim que entramos na água, percebi que tinha algo de errado. O céu estava meio nublado e a correnteza estava muito forte.
  Nadei até uma parte bem funda do mar e ouvi alguém me chamando. Adrien estava do meu lado. Sorri para ele, lutando um pouco contra a maré. A correnteza estava realmente muito forte, puxando todos para trás. Olhei para trás e vi o porquê.
Tinha uma onda realmente grande vindo.
Nadei um pouco mais e subi na prancha. Aquela onda deveria ter uns seis metros. Aquilo não era muito comum em Orlando.
O salva-vidas começou a apitar, sinal que todos deveriam se retirar do mar por causa de uma possível tempestade ou pelo mar estar muito perigoso.
Adrien também viu a onda, mas um pouco tarde demais. Ela quebrou em cima dele, derrubando-o da prancha.
Fiquei um pouco assustada quando vi a prancha dele indo em direção a praia. Existia uma corda que prendia o pé do surfista à prancha. Se a corda tinha soltado, não era bom sinal.
Eu precisava ver se ele estava bem. Não adiantaria de nada para mim ganhar se eu soubesse que ele morreu porque eu não quis ajudá-lo. Minha lista de quem eu matei já estava muito longa.
Abaixei para soltar a corda que prendia a prancha a meu pé. Depois fingi desequilíbrio e me joguei da prancha. Assim que mergulhei segurei meu colar até sentir a sensação dos meus pés se juntarem formando uma cauda laranja e amarela e um cropped branco surgir no lugar da minha camiseta preta.
    A maré estava alta, seria improvável alguém me ver, mas mesmo assim eu teria que tomar muito cuidado. Vasculhei o mar e o encontrei.
   Adrien estava inconsciente perto de uma pedra e a Água estava vermelha perto de sua cabeça.

Por trás das ondas Onde histórias criam vida. Descubra agora