Capítulo 36: Voltas

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    Oi galerinha!
Eu realmente preciso começar a postar mais rápido...
Eu estava estudando para meus testes (inclusive eu tive sete testes em um dia :P) e agora eu estou em semana de provas, então eu provavelmente não vou conseguir postar nada essa semana, mas eu juro que vou tentar postar um outro capítulo ou semana que vem, ou na semana depois da que vem.
=)

Quando deu umas sete horas da tarde, todos nós voltamos para a van. O ônibus que Leo e Melissa pegaram na ida ia embora cedo, cinco horas, e como eles queriam ficar mais, nós oferecemos para eles carona.
     A van se aproximava do hotel dos dois. Quando ela parou, Leo pediu o nosso número de telefone, para ficar em contato. Eu tenho quase certeza que ele piscou para Kat depois de falar isso.
     Melissa tirou um pedaço de guardanapo da mochila onde um doce estava embrulhado.
     - Alguém tem uma caneta?- ela perguntou.
      Kat tirou uma stabillo da bolsa e a entregou para Melissa, recebendo olhares confusos do resto do grupo.
     - O que foi? Eu preciso estar preparada para todas as ocasiões.
     - E em qual delas você precisaria de uma caneta?- Adrien perguntou, rindo.
     Ela deu de ombros.
     - Boa pergunta. Talvez para Yara desenhar?
      Melissa devolveu a caneta e deu o guardanapo para Mika, não sem antes piscar com um olho para a mesma.
      - Bem, nesse papel está anotado meu número. Nós podíamos criar um grupo no WhatsApp ou algo do tipo...
      Nós, sereias, nos entreolhamos em silêncio.  Não era muito nosso costume darmos nossos números à muita gente. Eu não estava nem no grupo da escola, imagine dar nosso número a pessoas que mal conhecemos.
      - Boa ideia!- Adrien disse, antes que pudéssemos contestar.
      Nós abrimos um sorriso meio amarelo enquanto a porta da van se fechava.
     Adrien não percebeu o clima estranho que tinha se instalado. Ele sorriu e deu de ombros.
      - Eles são legais- comentou- a gente deveria se encontrar mais vezes.
      Mika enrolou o pedaço de papel nos dedos.
      - Deveríamos mesmo.

***

     Chegamos no hotel não muito depois, mas eu decidi ficar um pouco no sofá da recepção antes de subir para o meu quarto.
      Senti Adrien me abraçando por trás.
      Apoiei cuidadosamente minha cabeça nos braços dele.
      - Esperando por alguém?- ele perguntou.
      - Não, só quis sentar aqui e pensar um pouco.
       Ele deu a volta e se sentou no sofá.
      - Nos meus primeiros anos de sereia- comentei- eu seguia as regras a risca. Eu tinha medo que caso eu interagisse mais do que o necessário com humanos, as outras sereias fossem atrás do meu irmão. Depois de um tempo, eu descobri que elas não eram tão más quanto pareciam.
     Ele se ajeitou no sofá e me observou em silêncio. Uma das coisas que eu gostava nele: ele parecia sempre querer me escutar.
     "Eu sentia falta do contato" eu continuei " mas eu não queria arriscar, então eu só ficava observando as pessoas de longe. Me acalmava, e ainda me acalma. Me faz relembrar que, um dia, eu vou estar entre essas pessoas, me divertindo e provavelmente sem lembrar das coisas que eu fiz como sereia"
      Ele desviou o olhar. Eu tinha explicado para ele quando contei toda a minha história que a destransformação podia apagar algumas memórias, para ajudar as sereias a se reconectarem com o mundo humano.
       - Você vai se lembrar de mim?- ele perguntou.
        - Eu não tenho como responder- eu disse, também não olhando diretamente para ele- Eu nunca vi uma sereia destransformada, isso vai contra as regras. Mas eu devo lembrar da maioria das coisas, talvez não das partes em que eu menciono que sou uma sereia, como agora.
      - Ou como nosso primeiro beijo- ele murmurou.
      - É, ou isso- eu murmurei de volta.
       Ficamos em silêncio, até que ele sorriu e segurou minhas duas mãos.
      - Não tem problema, nós vamos nos beijar mais vezes, e eu tenho certeza que você vai se lembrar pelo menos de alguns.
      - Falando nisso- eu tentei mudar de assunto- você tinha que realmente me chamar para dançar na frente de todo mundo?
      Ele riu.
       - Você tem que admitir que foi divertido, sem contar que você ficou muito vermelha, o que foi bem fofo.
      Senti minhas bochecha esquentarem um pouco.
       - De qualquer jeito, eu preciso ir, eu disse, levantando do sofá.
Ele segurou minha mão.
- Fica aqui mais um pouco.
- Eu tenho que acordar cedo amanhã, e você também. Eu não quero que você bote a culpa na hora em que você foi dormir quando você perder amanhã.
- Ele soltou sua mão da minha.
- Eu perder amanhã... vai sonhando!
Sorri e fui até o elevador, mas não sem antes olhar para trás.

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