Capitulo 29: Convites

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     - Você sabe por onde começar?
    Eram duas da tarde. Eu estava na casa do Adrien desde que eu tinha saído da escola. Ele disse que como não era final de semana, o pai dele estava trabalhando (o que era a minha principal preocupação, odeio aquele cara) e o irmão tinha saído para a faculdade. Estávamos sentados no chão da sala comendo macarrão com molho vermelho (Adrien disse que era a única coisa que ele sabia cozinhar) e vendo um filme de comédia.
    - Eu não sei. Nunca tive que investigar ninguém ou nada.
   Ele ergueu uma sobrancelha.
    - Sério? Nenhum ex namorado que você tenha stalkiado? Nenhuma possível descoberta da sua verdadeira identidade?
    - Como sereia nenhuma relação minha pode ser duradoura.
   Ele desviou o olhar por um momento. Continuei:
   - E quanto a descoberta da minha identidade, sempre que alguém chega perto de adivinhar...
   Minha voz morreu. Eu não podia simplesmente falar que todos que nós pensávamos que poderiam estar suspeitando eram mortos pelo nosso grupo. E como ele também não parecia estar prestando muita atenção, ele não percebeu o que eu falei.
    - Você mencionou uma coisa na nossa conversa de ontem. Que depois de cento e trinta anos servido a água você voltaria a ser um ser humano normal não é?
    Confirmei com a cabeça.
    - Sim, a destranformação.
   - Quanto tempo falta para você completar esse tempo?
   - Vinte e dois anos. Vinte e um em março do ano que vem. Por quê?
   Ele deu de ombros e nós dois ficamos em silêncio. Antes que se tornasse constrangedor, o telefone tocou.
   Adrien se levantou e foi até a cozinha, onde o telefone dele estava.
Fiquei pensando enquanto ele estava fora a razão de sua súbita mudança de humor. Ele não estava pensando em ter um relacionamento comigo. Ou estava? Balancei a cabeça para  afastar o pensamento. Nós apenas tínhamos nos beijado uma vez, ele não estava pensando em se casar comigo.
Ele veio para a sala.
   - Ei, Amy- olhei para ele- boas notícias. Você ainda está no ramo do surf?
    - Claro. Por que?
    Ele sorriu.
    - Me chamaram para ir em um torneio para arrecadar dinheiro para a caridade no Texas! Vai ser na sexta e no sábado e como vai ter um feriado no dia doze, vamos poder ficar até segunda! E eles disseram se eu ainda tivesse contato com você, era para eu te chamar para ir junto! Vai ser em um feriado na próxima quinta, emendado com sexta e a gente só vai precisar ir
     Sorri.
     - Claro.
- E depois vai ter algum evento lá que nós teremos que nós vestir de caubói. Vai ser divertido!
Naquele momento, eu lembrei que eu tinha que pedir permissão para Mika primeiro. Afinal, ela era a líder, e se eu fizesse a viagem sem a minha permissão ela iria ficar brava.
- Me desculpa, eu preciso falar com minhas colegas de apartamento primeiro, eu prometi que iria ajudar com algumas coisas e...
- Bem, se você levasse elas junto?
    - Espera, que?
    - E se elas viessem para o Texas com a gente! Seria legal, eu quis muito conhecer elas depois que você disse que elas te acolheram aqui na cidade e coisa e tal!
    - Eu acho que elas adorariam- falei sem pensar.

***

    - Você prometeu o quê?
    - Eu prometi que vocês ia ao Texas comigo.
    Estava na sala de estar, contando para as sereias o que eu acidentalmente tinha prometido.
    Mika se sentou no sofá.
    - São vinte horas de carro. No mínimo!
   - A empresária do Adrien conseguiu uma van! Ele também disse que ela já conseguiu um hotel.
  - Eu não sei.- Mika disse- Da última vez isso não deu tão certo...
   Engoli em seco.
  - Vai ser legal! Eu vou poder surfar para ajudar outras pessoas e a gente poderá mostrar para a Yasirah mais uma parte dos EUA!
    Mika franziu a testa.
- Por favor Mika- Yasirah fez uma cara de quem iria chorar.
     Mika revirou os olhos.
     - Está bem- bati na mão de Yasirah discretamente- mas, se alguma de vocês fizer qualquer besteira nós voltamos para casa imediatamente.
Ela se levantou e foi para seu quarto.
    - Okay, mãe- murmurei em voz baixa e Kat e Yasirah tamparam a boca para não rir.
- Eu ouvi isso- ela gritou de dentro do quarto.
Nós três rimos baixo. Não havia dúvidas que aquela viagem seria incrível.

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