Quando voltei a olhar para Adrien, ele tinha lágrimas nos olhos que ele não deixava cair.
- Sinto muito por sua mãe.
Ele se jogou no sofá.
- Ele não foi sempre assim sabe?- ele falou- Meu pai. Ele era legal. Até ela morrer. Ele sentiu que alguém deveria ser culpado, então ele jogou a culpa em mim.
Me sentei no sofá junto com ele.
"Eu era pequeno quando aconteceu." Ele continuou " Tinha seis anos. Eu fui para uma festa de aniversário de um colega de classe. Minha tia decidiu me levar, então meus pais decidiram ter uma tarde sozinhos. Eles dois beberam. Umas horas depois, minha tia ligou para eles e disse que eu estava no hospital. Eu me meti em uma briga com uns garotos de dez anos."
- Por que?
Ele sorriu tristemente.
- Eles estavam perseguindo borboletas. Eu fui junto com eles, achando aquilo bem divertido, mas quando eles conseguiram pegar uma, eles queriam a matar. Eu não queria que eles a matassem, então eu falei que era melhor eles deixarem a borboleta em paz. Eles perguntaram se eu queria encrenca e eu disse que só não queria que mexessem com ela. Eles disseram que eu por ser mais novo deveria respeitar eles. Eu bati no garoto exigindo que ele a libertasse. Os garotos então, soltaram a borboleta e me bateram e eu acordei no hospital.
Sorri e fiz um sinal para ele continuar.
"Bem, de qualquer forma, quando meus pais receberam a ligação, eles piraram. Eu nunca tinha feito aquele tipo de coisa. Minha mãe decidiu ir sozinha." Ele soluçou"Ela estava indo muito rápido, e tinha bebido álcool e..."
Coloquei minha mão no ombro dele, em um gesto de compreensão.
- Meu pai meio que me culpa por isso- ele continuou- Ela tinha saído para me buscar. Se não fosse por isso talvez...- sua voz falhou- talvez...
- Não foi sua culpa.
- Eu sei que não. Mas as vezes, eu me pergunto se ele está certo. Se eu realmente troquei a vida de uma borboleta pela a vida da minha mãe.
- Não, não teve nenhum culpado nisso.
- Eu sei- ele abaixou a cabeça- eu só fico triste por ela não estar aqui.
Respirei fundo.
-Eu entendo.
Ele olhou para mim.
- Não, você não entende.
Respirei fundo.
- Meus dois pais morreram em um naufrágio. Eu praticamente não me lembro deles.
Seu olhar se encheu de compaixão.
- Sinto muito. Eu não sabia.
Desviei o olhar.
- Eu vivo com as minhas meia irmãs agora- teoricamente eu não estava mentindo. Eu as considerava como tais.
- Elas são legais?- ele perguntou e eu dei de ombros.
- Eu já me acostumei com elas.
- Sua vida é bem pior que a minha.
- Bem, elas não me culpam pelos meus pais terem morrido.
Ele ergueu os braços em rendição.
-Ok. Nossas vidas são igualmente horríveis.
Eu ri.
- Você não tem ideia de como a minha é pior- murmurei baixo demais para ele ouvir.
Ele suspirou.
- De qualquer forma, você não veio aqui se lamentar comigo não é? Temos trabalho a fazer.
Dei um sorriso fraco.
- Sim, temos trabalho a fazer.=)
Oi galerinha!
Como eu falei no último capítulo, eu fiz provas a semana toda! Então eu só consegui postar hoje, mas o importante é que eu postei!
Beijinhos e até o próximo capítulo.
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Por trás das ondas
FantasyElizabeth é forçada a se tornar uma sereia em 1900 para que seu irmão fosse poupado da morte. Cento e oito anos depois ela conhece um surfista, Adrien Lacosta. Ela descobre que o garoto é imune ao seus poderes de sereia e planeja ir fundo para desc...