O Wattpad atualizou gente, como assim??
Então gente, acho que o livro já está na reta final... eu não sei mais ou menos quantos capítulos eu vou escrever ainda, mas já está acabando. Achei que eu deveria avisar kkkk
Então aqui está mais um capítulo!
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•A viagem de volta foi bem mais silenciosa do que a de ida. Acho que todos nós estávamos cansados depois do feriado, e a decisão que eu teria que tomar pesava no meu peito.
No avião, eu e Adrien sentamos um do lado do outro, mas nós não nos falamos muito. Eu simplesmente apoiei a cabeça no ombro dele e fechei meus olhos. Talvez eu tenha dormido, porque o trajeto pareceu durar muito menos tempo, ou talvez fosse o fato de que quando eu estava com ele o tempo passava de uma forma diferente, ao mesmo tempo que um instante poderia durar pra sempre, horas poderiam se passar num piscar de olhos.
Será que eu realmente precisaria desistir disso? Desistir dele?
Nós voltamos para casa em um taxi de sete lugares, e eu fui no último banco com Adrien. Nós demos as mãos o caminho inteiro. Eu cheguei na conclusão que, se aquilo, se nós fôssemos terminar separados em pouco tempo, eu pelo menos aproveitaria ao máximo.
Dei um selinho rápido nele antes de sair do carro quando o taxi parou em frente ao nosso prédio.
- Eu te vejo na aula amanhã, Princesa?
Eu dei um sorriso.
- Com certeza, surfistinha.
- Amelia, vamos, você vai perder o elevador- Mika gritou de dentro do prédio, me fazendo sair correndo, mas não sem antes olhar para trás antes de passar pela porta da recepção.
- Eu te disse que não teria nada com que você precisasse se preocupar- eu falei para Mika, colocando minha bolsa no balcão da cozinha.
Ela deu um sorriso.
- Realmente- ela apontou um dedo para mim, ainda sorrindo- não dessa vez, pelo menos.
- Admita, a viagem foi uma boa ideia.
Ela suspirou.
- Talvez. Acho que você tem talento como surfista, e todas nós precisamos nos desestressar de vez em quando- ela disse, mas quando eu sorri, ela acrescentou- mas também foi muito irresponsável da sua parte e nós nunca mais vamos fazer isso.
Eu dei de ombros.
- Acho que não é uma má ideia nós viajarmos todo ano. Só nós, sem humanos.
Mika deu um sorriso fraco.
- Vou pensar sobre o assunto.
Nós passamos a tarde toda conversando, rindo e desarrumando as malas, até que, quando o sol já estava quase se pondo, Yasirah se jogou dramaticamente no sofá.
- Eu estou ficando com fome.
Nós três nos entreolhamos. Como tínhamos saído para o feriado, quase não tinha comida na geladeira.
- Eu saio com ela- Mika e Kat se ofereceram, em uníssono.
- Na verdade- eu disse, tocando levemente o ombro de Mika- eu queria falar com você. Tem problema você ficar?
- Não, nenhum- ela respondeu depois de hesitar um pouco.
Eu esperei os passos de Kat e Yasirah se afastarem para falar.
- Eu entendo o que você quis dizer antes- eu falei depois de um tempo- sobre nossa socialização com humanos a longo prazo poder ser um problema.
Ela esperou eu falar mais alguma coisa.
- Eu vou parar de falar com Adrien até o final do ano letivo. Talvez até antes.
- Se eu fosse você, eu pararia de falar com ele agora.
- Eu sei que eu deveria... mas eu- me interrompi antes de falar "preciso"- gostaria de ter um pouco mais de tempo. Eu prometo ser mais cuidadosa de agora em diante, e depois disso nós podemos ir para algum lugar bem longe e nós nunca mais vamos ouvir o nome dele. Temos um acordo?
Ela sorriu.
- Para qual lugar do mundo você gostaria de ir depois?- ela perguntou.
Eu pensei um pouco sobre.
- A Itália tem alguns lugares bem bonitos.
- E boa comida.
Eu ri.
- Achei que você não ligasse muito para essas coisas.
- Quem sou eu para negar massa e sorvete?
- Acho que Yasirah iria gostar de lá também.
- Com certeza seria um ótimo lugar para passar os últimos anos dela como humana.
Eu suspirei. Detestava ter que incomodar Mika com mais perguntas, mas era uma necessária para eu terminar a minha investigação com Adrien do que poderia ter o atacado.
- Mika... você acha que existem outras pessoas... outros seres- me corrigi- como nós?
Seu olhar ficou distante.
- Talvez. Eu não sei, acho que não temos como saber. Se nosso grupo se manteve escondido é possível que outros grupos existam e sejam muito difíceis de rastrear, assim como nós. Por que a pergunta, por acaso você conheceu algum?
Eu desviei o olhar para o canto da sala.
- Não. Eu só estava pensando sobre o assunto.
Ela se sentou no sofá.
- De qualquer forma- Mika disse, pegando uma revista de cozinha esquecida na mesa de centro- eu acho que as chances disso são muito pouco prováveis. Nós devemos ser as únicas, e por isso que é tão importante que nós cuidemos umas das outras.
Me sentei ao lado dela enquanto ela folheava a revista.
- Por que você está lendo isso?- eu perguntei- você nem gosta de comida.
Antes que ela pudesse responder, Kat e Yasirah abriram a porta, grintando:
- Nós trouxemos carne de hambúrguer!
Eu ri, me recuperando do susto.
- Vocês querem ajuda para fazer.
- Com certeza!
Eu me levantei para pegar uma panela no armário.
Talvez nós fôssemos as únicas da nossa espécie, talvez não, mas nós éramos mais que um grupo. Era por aquilo que eu deveria lutar agora que meu irmão provavelmente já não estava mais naquele mundo, e não por um garoto que eu tinha conhecido por menos de um ano.
Elas eram minha família, elas eram tudo que eu tinha e eu faria o meu melhor para garantir que nós continuássemos seguras enquanto eu estivesse ali.
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Por trás das ondas
FantasíaElizabeth é forçada a se tornar uma sereia em 1900 para que seu irmão fosse poupado da morte. Cento e oito anos depois ela conhece um surfista, Adrien Lacosta. Ela descobre que o garoto é imune ao seus poderes de sereia e planeja ir fundo para desc...