Dias atuais...
Guilherme
— Eu nunca vou esquecer o que você fez! — grito alto com raiva. — você não tinha o direito de se meter em uma situação que não te diz o respeito pra fazer justiça com as próprias mãos.
— Eu não me arrependo. — ele ri. — faria mil vezes pior. Se eu tivesse pensado bem, deveria ter feito ele perder a licença de atuar na área e aí sim eu queria ver aquele palhaço se dar bem na vida.
— Você é ruim Maurício.
— Eu? — sua risada alta me dá nos nervos e a vontade que tenho é de enche-lo de socos. — eu sou ruim com quem merece. — ele segura meu ombro e me vira de frente pra ele. — e tú deveria me agradecer. Se eu fiz o que eu fiz foi por você mesmo!
— Eu não te pedi nada. — sai de perto dele e fui pro banheiro.
— Com esse seu coração mole e bom ainda vai tomar muito no cú! Nunca vi isso. Uma pessoa que fez o que fez e tú ainda fica com raiva por eu ter feito ele perder o emprego? Tú tá se escutando?
— Grande merda ele perder o emprego. — começo a rir. — como se isso fosse me fazer sentir melhor e como se ele fosse se tornar uma pessoa melhor por isso.
— Ah... Eu me senti muito bem toda vez que ele arrumava um emprego e eu conseguia tirá-lo.
— Seis anos infernizando uma pessoa que não te fez nada! — limpo a bochecha com rispidez. — o problema é meu com ele e não com você.
— Se o problema é seu... — apontou o dedo na minha direção. — ele é meu também!
— Seis anos atrapalhando a vida de uma pessoa que não acrescenta em nada na nossas vidas. — murmuro desanimado antes de começar a escovar os dentes.
— Não sei tú se sente bem ou não. Mas ele, eu sei que se fudeu bem até encontrar esse escritório aí que aceitou ele. — deu uma gargalhada como se contasse uma piada. — e eu só não consegui tirá-lo porque o chefe dele é um idiota que eu não tenho conhecimento e "apreciou muito o currículo do Ricardo".
— Meu pai tem experiência e conhece muitas pessoas. Cedo ou tarde isso ia acontecer.
— Ah demorou bem né? — olho pra ele com os olhos repletos de lágrimas. — seis anos? Porra!
— Apesar de ser meu pai e ter feito o que fez foram seis anos trocando de emprego porque você arrumava um jeito de atrapalha-lo em qualquer um que ele arrumava. — grito. — ele tinha uma criança pra cuidar e várias vezes ela reclamou que queria alguma coisa mas o pai não podia dar!
— Acho impressionante tú encher a boca pra falar "meu pai" — seu deboche me mata de ódio. — pai esse que te expulsou igual um cachorro sarnento e não teve um pingo de consideração por um garoto de dezessete anos e filho ÚNICO.
Começo a chorar e tranco a porta por dentro. Se ele queria me magoar, conseguiu!
Essas atitudes baixas e mesquinhas me enojam de uma tal maneira que fico possesso de raiva. Nunca concordei com isso e nunca vou concordar com essa baixaria.
Eu ainda não consegui perdoar meu pai, mas nem por isso quero ver ele na sarjeta e passando dificuldades. Prefiro deixar de lado, não mexer. Simplesmente esquecer que ele existe — apesar de todos os dias me lembrar dele.
Maurício desde quando conheceu ele naquele banheiro fez de tudo pra tentar acabar com a carreira dele. Não conseguiu, mas em todo escritório que ele entrava, Maurício conseguia tirá-lo. Foi assim durante seis anos, até que agora, pouco mais de quatro meses meu pai ter finalmente se firmado nesse escritório que vem se tornando um forte concorrente ao Maurício.
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Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]
Romance*ROMANCE GAY - Continuação do livro Seja Meu. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta históri...