Guilherme
— Ele já deu problemas demais. Conversar com a família, não adiantou. — me recosto na cadeira, cansado. — o que podíamos fazer, já foi feito.
— Eu tenho que parar de ser assim. — dá um suspiro pesaroso. — ou senão trocar de área.
— Chances ele já teve. — tento conforta-la. — várias.
— Certo. — arruma os papéis que estão na sua frente e se levanta. — já são quase oito horas.
— Hoje o dia foi tenso.
— Vou indo então.
— Até segunda. — dou um sorriso cansado e debruço sobre a mesa quando a porta é fechada.
Sexta-feira de um mês frio e eu aqui cansado, até mesmo pra entrar no carro e ir pra casa.
Maurício já me ligou várias vezes e por fim tive que desligar o celular e colocar na gaveta. As vezes, ele parece pior que uma criança e não entende que tenho trabalho a fazer.
Eu sei que tenho deixado um pouco a desejar, mas infelizmente o que posso fazer eu faço. O problema é que sou um só e tenho que dividir as horas do meu dia com diversos afazeres.
Hoje eu precisaria que o dia tivesse ao menos trinta horas ou quem sabe até mais pra poder conseguir fazer tudo que preciso e ainda dar conta dele, como antigamente.
Mais de trinta anos, trabalho, responsabilidades e problemas deixam qualquer um louco. Não seria diferente comigo.
Ligo o celular e diversas notificações chegam. Uma atrás da outra. Só ligações dele, tem mais de dez. Fora as mensagens. Penso em ligar, mas deixo quieto. Ajeito mais ou menos a mesa. Pego minha mochila, casaco e as chaves. Fecho tudo e quando chego na porta é que percebo a chuva forte que cai. O carro tá estacionado do outro lado, então me preparo pra me molhar todo.
— Merda! — grito em meio a chuva quando percebo que nem as chaves eu peguei. — inferno! — dou um chute na porta e até que consigo achar a maldita chave já me molhei todo e tô morrendo de raiva, cansasso e fome.
***
A casa está silenciosa e não há uma viva alma dentro. Já se passam das dez e Maurício deveria ter chegado, mas, onde ele se meteu?
Pego o celular e depois de chamar até cair. Desisto. Vou pro banho e me permito relaxar um pouco.
Hoje, nem ontem, nem antes de ontem tive tempo de ir visitar o Lucas. Me disseram que ele está bem, se adaptando a escola e já tem até uma amiguinha que não desgruda dele pra absolutamente nada. Já tô sentindo falta, mas infelizmente, conversando com Sônia, percebi que devo me afastar um pouco, diminuir as visitas, até eu entrar em um acordo com Maurício.
Não desisti e independente do que ele disser, nada vai mudar minha opinião, mas, enquanto não decidimos a nossa situação, decidi diminuir só um pouquinho as minhas idas lá.
Termino de enxagar meus cabelos e me enrolo em uma toalha saindo do banheiro. Noto que a cama está bagunçada, algumas roupas jogadas... A de trabalho do Maurício. Sua pasta está sobre a cômoda e seu celular ao lado.
Nunca. Eu disse nunca desde que me casei com Maurício mexi nas suas coisas. Celular então? Se eu tiver pego duas vezes pra fazer uma ligação, foi muito. Mas hoje, especialmente agora, ele me parece tão... Atraente.
Pego ele e percebo que não é o mesmo. Pelo pouco que vi, o antigo não era um iPhone. Ele disse não gostar, então porque agora ele tem um? — penso.
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Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]
Romance*ROMANCE GAY - Continuação do livro Seja Meu. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta históri...