Capítulo 24

3.1K 370 41
                                    

Guilherme

Fecho os olhos, e enquanto Maurício me fode, só sei gemer. Quase meio dia, o sol rachando lá fora, e ao invés de nós dois estarmos trabalhando, estamos no quarto.

Passei a noite quase em claro, pensando na declaração do David, e quando consegui pegar no sono, já estava quase na hora de trabalhar. Decidi por hoje ficar em casa, Maurício chegou pouco tempo depois de eu acordar, e depois de tirarmos um cochilo de algumas horas, cá estava nos dois na cama.

Apesar dos anos, rotina, brigas... Cada transa era única e eu me sentia mais que feliz por ter esse ogro na minha vida. Maurício era difícil, nervoso, bipolar, e já me machucou com palavras. Mas, o amor que sinto por ele é forte demais. E só de imaginar um dia longe dele, sinto um apertinho chato no peito.

Eu amo demais esse cara! E tenho um certo medo do que o futuro nos reserva...

— Tá tão ruim assim? — pergunta me tirando dos desvaneios em que me meti.

— Óbvio que não! — seguro seu pescoço, trazendo sua boca junto a minha.

Logo seus movimentos de vai e vem vão se intensificando, enquanto nos beijamos selvagemente. Sua língua suga a minha, eu mordo a sua, arranho suas costas, minhas pernas na sua cintura se apertam mais ainda... Sua boca maltrata meu pescoço, dou gemidos altos, e logo sinto aquele formigamento gostoso abaixo da barriga, mas, ele goza antes de mim. Antes de minha mão chegar ao destino pra terminar o serviço, ele se abaixa e começa a chupar meu pau. Fecho os olhos, enfio meus dedos nos seus cabelos, e logo gozo na sua boca, recebendo em seguida um beijo. Sinto meu gosto e dali mesmo, iniciamos o segundo round.

***

— Tenho uma novidade. — falo atrás dele na pia, enquanto escova os dentes.

Ele me olha pelo espelho sem demonstrar nenhuma reação, e me incentiva com os olhos a continuar.

Conto a ele sobre minha mãe. Falo que os encontrei no restaurante, que ela e meu pai estão juntos, sobre a responsabilidade que ela queria jogar nas minhas costas decidindo sobre sua vida. E como eu previa, seu olhar chocado é o que vejo por alguns bons segundos. Como se absorvesse cada palavra, pra finalmente fazerem sentido.

— PUTA QUE PARIU! — exclama alto e ri em seguida. — eu não acredito... — ele balança a cabeça negativamente. — tú só pode tá de sacanagem.

— Claro que não. — murmuro.

— Quem diria... — fala pensativo. — eu gosto muito da sua mãe, mas dessa vez ela sacaneou feio.

— Ela só tá fazendo o que acha certo...

— Certo? — ele passa a mão no rosto diversas vezes. — vou nem falar o que penso...

Fica calado durante um tempo, mas eu sei que ele quer falar.

— Fala logo! — peço.

— Safada! — exclama e dou uma respirada bem funda. — de casinho com teu pai e escondendo. Quando tú descobre ela vem com o papo de: você decide? Ah, vá a merda!

— Amor da minha vida...

Tento intervir pra não sair coisas piores daquela boca.

— Se fingindo de sonsa. Mas ela não é burra não, meu amor! — começa a andar de um lado pro outro no quarto. — ela conhece o filho que tem e sabia muito bem que você não ia se opor.

— Como assim? — pergunto sem entender seu raciocínio.

— Colocou na sua mão uma decisão que já estava tomada. Te deu a falsa impressão de poder, de decidir alguma coisa. Mas no fundo, conhecendo você como ela e ELE conhece, sabia muito bem que você não ia fazer nada.

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora