EPÍLOGO
Lucas
Apesar de ainda ser novo, já passei por muitas coisas nessa vida que me fizeram amadurecer rápido demais.
Minha vida nunca foi fácil. Meu pai nunca conheci, e minha mãe não era lá um poço de exemplo a ser seguido. Não guardo mágoas dela, longe de mim. Aprendi com Guilherme que isso só atrasa nossa vida e é desnecessário.
Ela nunca foi uma mãe "normal" e eu tinha plena consciência disso.
No dia em que Guilherme apareceu na minha casa, pra eles aquilo era algo pesado demais. Só que pra mim, era somente mais um dia normal. E seria, sim. Se eu não tivesse conhecido ele.
Foi amor a primeira vista.
O jeito que ele me olhava era diferente dos demais. Através do olhar dele, eu tive certeza que a partir dali, tudo seria diferente. E realmente foi. Eu não estava enganado.
No orfanato, adaptação não foi de toda ruim. Apesar de haver um grupinho que adorava implicar comigo, era irrelevante. Já tinha passado por situações piores, e estar ali no meio de três, quatro que não me engoliam, era fácil.
As visitas de Guilherme eram constantes. Ele aparecia toda semana. Não tinha dias certo, nem hora. Mas eu podia esperar que ele apareceria de uma hora para outra.
Quando soube que ele era casado, quis logo conhecer a mulher. Mas não era uma mulher, e sim um homem.
Bom, eu não desconfiava que ele é gay.
O interesse em conhecer o cara que ele falava, era grande demais. Os olhos dele brilhavam e ele sorria abertamente quando o nome Maurício saia de sua boca.
Pena que demorou muito pra isso acontecer. Mas não há erro nos planos de Deus. Aconteceu na hora certa e do jeito que tinha de acontecer.
Umas das qualidades que mais admiro nele é a facilidade de lidar com certos assuntos.
Em momento nenhum ele tentou tirar o dele da reta, e se fazer de coitado em relação a ter demorado tanto pra finalmente me conhecer. Segundo ele, não queria, se negava, e não ia mentir pra mim. Mas se arrepende amargamente de não ter feito antes.
Ciúmes: segundo ele, tinha pavor de imaginar o Guilherme dando mais atenção a um garotinho, do que a ele.
Insegurança, porque achava não ser capaz de cuidar de um garotinho e principalmente, educar. Segundo ele, quando João chegou a vir morar com ele, já estava criado. Ele não teve participação na educação dele. Logo, achava não ser capaz de educar ninguém.
Burrice, idiotice, lerdeza... Foi tudo que ele disse — e até hoje — diz.
Sem contar que segundo ele, se escutasse mais o Guilherme, muitas coisas poderiam ter sido evitadas, e uma delas seria que nossa convivência poderia ser bem mais antiga.
Chorei tanto no dia que ele disse que eu ia morar com eles. Foi tanta surpresa, que a ficha custou a cair.
João tinha me falado — sem querer — que o Gui queria me adotar. Fiquei feliz, mas eu sabia que isso demoraria muito. Sem contar que nem o marido dele eu havia conhecido, então, não seria impossível, mas sim difícil. Eu estava dentro de um orfanato e sabia muito bem a burocracia que é. Eu só tinha me esquecido de um detalhe, e esse detalhe era muito importante. Maurício é um dos melhores advogados que conheço. Então foi tudo muito rápido. Do hospital mesmo, eu já fui pra casa deles. Minha casa.
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Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]
Romance*ROMANCE GAY - Continuação do livro Seja Meu. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta históri...