Capítulo 21

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Guilherme

- Tudo bem mãe. Eu entendo... Também te amo!

Desligo o celular e me ajeito no sofá.

Há dias que não vejo minha mãe. Sempre ocupada e viajando, posso contar nos dedos as vezes que a vejo em um mês. Sinto saudades, não minto. Mas fico feliz por saber que ela está envolvida com alguém, e seguindo sua vida.

Não que ela tenha me contado, mas tá na cara que existe alguém na parada. Espero ancioso pelo dia que ela irá me contar quem é o seu pretendente, mas não me sinto no direito de invadir o espaço dela. Quando ela se sentir preparada, eu vou estar aqui e principalmente apoia-la.

Sozinho em casa, sem ninguém pra conversar. Fico entediado. Maurício viajou de manhã pra resolver algumas coisas em São Paulo, só volta no vôo das onze. E Clarisse, que disse vir ficar comigo alguns dias, decidiu de última hora viajar pra casa de praia de uma amiga, e só volta fim de semana.

João que há dois dias venho tentando conversar com ele, anda sem tempo de se encontrar comigo...

Resumindo: estou sozinho, em uma quinta-feira, sem ninguém pra conversar. Tédio total!

Abro mais uma latinha de Coca-Cola e bebo em goles gulosos. As coxinhas que eu havia fritado, tinham sido devoradas e os dois pacotes de Doritos foram embora em um piscar de olhos.

- Preciso ir ao mercado... - penso alto, ao ir na cozinha e não ter quase nada nos armários.

Volto pra sala, e me deito. Começo a saltar os canais e não encontro absolutamente nada que prenda minha atenção. Pego o celular e troco algumas mensagens sem muito conteúdo com Maurício e torno a deixá-lo de lado.

Quando estou quase pegando no sono, depois de minutos assistindo um filme idiota, sobre piranhas assassinas no mar, o celular começa a vibrar e atendo sem ao menos ver quem é.

- Oi. Sim, estava cochilando. Pode ser... Que horas são? Ok. Seu pai vai pegar o vôo das onze, então... Chego aí em uma hora.

Desligo, me levantando em um pulo.

São quase sete e meia, o céu está escuro e as janelas ainda abertas. Fecho-as, e subo a fim de tomar um banho.

Quase meia hora depois, estou devidamente arrumado e já dentro do carro, indo em direção ao bar/restaurante que ele falou. Um lugar bem aconchegante e luxuoso. Confesso que não sou chegado a esses lugares, mas...

Estaciono e entrego a chave a um rapaz atencioso, que ali estava.

Começo a andar rumo a entrada do pequeno prédio de alguns andares e entro, sendo recebido por uma outra moça super atenciosa que me direciona onde os dois provavelmente estão.

Há um número bem grande de clientes e garçons circulando por todo o ambiente. Há uma música baixa, ambiente, deixando tudo mais...

Não é possível... - penso sem acreditar no que os meus olhos vêem há algumas mesas, adiante de mim.

Fico um tempo parado, tentando raciocinar e mal percebo quando Derek se aproxima de mim, parando ao meu lado.

- O que tá pegando? - pergunta segurando meu ombro. - parou aqui e tá igual um pedaço de pau...

- Aquela é a minha mãe? - pergunto, querendo que alguém confirme que não estou ficando louco e tendo alucinações.

- Ond... - ele para de falar e dá uma risada descrente. - é ela mesmo. E o outro tú sabe muito bem quem é.

- Derek! - sussurro. - será possível que...

- Tudo indica que sim. - responde de mal vontade. - aqueles sorrisinhos e aquelas mãos juntas, não são de um casal que se odeiam. - fala o óbvio.

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora