Capítulo 27

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Maurício

Deixei Otávio se recuperando no sofá, e peguei o carro seguindo na direção do escritório daquele cara. É claro que ele estaria lá, e as minhas paranóias estariam sanadas. Eu nunca sequer tinha pisado naquele lugar. Mas, dessa vez era realmente necessário. Por mais que eu me negasse a acreditar, fazia sentido. Infelizmente fazia.

Soquei o volante várias vezes. Atravessei dois sinais vermelhos. Gritei de raiva. Peguei o celular de novo pra ver se havia ao menos uma ligação pra explicar aquilo tudo. Mas nada. Já eram quase três da tarde e nada.

Quando finalmente estacionei, desci do carro a passos largos. Passei pela recepção ignorando tudo e todos. Peguei o elevador e dois minutos depois eu estava em frente ao Ricardo.

— O que você tá fazendo aqui? — perguntou ao me ver. — aconteceu alguma coisa com meu filho?

Filho...

— Cadê o David? — perguntei em alto e bom som. — saí da minha frente e me diz qual sala é a dele! — pedi sem paciência.

— O que você quer com ele? — perguntou.

— Eu só quero saber se ele tá aqui! — gritei.

— Ele não está! — afirmou. — não faço a mínima onde ele está...

Porra!

— Como não sabe? — indaguei nervoso. — chama ele logo Ricardo. Ao menos uma vez na vida faz algo que preste.

— Você só pode tá louco! Chega que nem um louco desvairado aqui, e ainda se acha no direito de...

— Ah, cala a boca! — gritei. — SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL ME FALAR ONDE ELE ESTÁ? — explodi atraindo olhares curiosos.

— Nem se eu soubesse diria...

Ignorei e lhe dei as costas seguindo pra onde Guilherme provavelmente estaria.

***

No trabalho, ele também não se encontrava. Ninguém soube me dizer onde ele estaria. Segundo seus colegas, nem avisar que ia faltar, ele avisou. Tentaram ligar também, depois do meio dia, mas o celular estava desligado. Saí de lá mais afobado ainda. Onde raios ele se meteu? — pensava eu, enquanto dirigia em direção ao orfanato. Ele só podia estar lá.

***

Mas não. Ele não estava.

E o que me deixou mais louco ainda foi o fato do garoto, o tal do Lucas também não estar. Com certeza eles...

Não! Não. Não.

Teria fugido os três? Não é possível.

Peguei o caminho de volta, e pouco tempo depois estava eu, batendo na porta da sala, do meu querido sogro.

— Onde ele tá? — perguntei olhando de um lado para o outro. — fala logo Ricardo.

— Será possível que não entendeu que EU NÃO SEI? Eu não sei onde o David está! Ninguém sabe. Ninguém. Ele não dá notícias...

— Eles fugiram... — balbuciei em choque. — é claro que eles fugiram. Os três fugiram...

Um filme começou a rodar na minha mente. Diante da minha negativa em adotar o garotinho, Guilherme se juntou a David e foi convencido a fugir. Levando assim o Lucas e formando uma família os três.

Agora tudo faz sentido...

— Eles fugiram... — repeti sentindo meu coração doer.

Porque o Guilherme fez isso!? PORQUE!

Para Sempre Meu - livro 2 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora